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·5 de enero de 2025
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O Estoril aproveitou um péssimo arranque do Estrela e aos 31' já vencia por 0-3. Os tricolor ainda reagiram na 2ª parte e colocaram o resultado nos 2-3, mas os canarinhos foram mais maturos na fase de maior loucura e venceram por 2-4.
Duelo entre «vizinhos», que que queriam começar o ano a pontuar. Do lado do Estrela da Amadora, o técnico José Faria promovia apenas uma mexida, forçada, com a saída do castigado Alan Ruíz, para dar lugar a Jovane Cabral. Do outro lado, o escocês Ian Cathro promovia duas alterações no onze inicial do Estoril Praia, com Yanis Begraoui e Xeka a ocuparem as vagas que pertenciam a Alejandro Marqués e Vinícius Zanocelo.
Além de serem equipas próximas geograficamente, este jogo trazia curiosidade tática, por ambos os conjuntos se apresentarem no mesmo sistema e com algumas nuances semelhantes. O Estrela entrou mais ativo, especialmente pela esquerda, ganhando confiança com os seus processos simples e rápidos e foi fazendo pela vida, trocando bem a bola e aproveitando as constantes permutas posicionais do seu ataque. Contudo, aos 15', levou um autêntico murro no estômago quando Bruno Brígido, ao tentar jogar curto, colocou a bola nos pés de Xeka e isolou o adversário na sua cara. O médio não perdoou.
Mesmo a perder, numa primeira instância, o Estrela reagiu bem com bola e continuou intenso, associativo - embora cometendo alguns erros na construção, fruto da pressão -, mas ia pecando na intensidade nas várias disputas e permitia ao Estoril ganhar vida em cada duelo. Aproveitando esse passividade, Begraoui, na sequência de um canto, fez o 0-2, aos 25', mas os canarinhos não ficaram por aqui. Apenas seis minutos depois, Holsgrove bateu o livre tenso na esquerda, o jovem central Tiago Gabriel foi infeliz e colocou a bola na própria baliza.
O Estoril vencia por 0-3 praticamente com apenas três oportunidades criadas e isto magoou, animicamente, o Estrela, que perdeu a pouca clarividência que ainda tinha no ataque e foi-se mostrando constantemente maleável na defesa. A frustração nas bancadas da Reboleira eram evidentes e as críticas eram muitas, crescendo a cada erro cometido. De resto, o Estoril só não chegou ao intervalo a golear porque Begraoui, por duas vezes, foi travado, primeiro pelo poste, depois por Bruno Brígido
O resultado em mãos fazia-se, claramente, sentir após o intervalo. José Faria ainda tentou mexer as águas e fez entrar Rodrigo Pinho e Paulo Moreira para o arranque da 2ª parte, mas a equipa demorou a corresponder ao nível de intensidade dentro das quatro linhas e o Estoril aproveitava para ir gerindo - embora sem colocar o pé no acelerador para fechar definitivamente o jogo, mesmo depois de Begraoui atirar novamente à barra, aos 47'. Apesar disso, o Estrela aproveitou esse ritmo mais baixo e, aos 56', reduziu por André Luiz: Léo Cordeiro cruzou na esquerda e este cabeceou para o 1-3.
O golo até podia parecer curto, mas a verdade é que renovou por completo a crença das bancadas do José Gomes e isso também fez a equipa crescer dentro das quatro linhas. Quase sempre com mais coração do que cabeça, o Estrela acelerou processos e acabou por aproveitar esse ímpeto para, aos 70', reduzir para 2-3, por Rodrigo Pinho - lançado nas costas da defesa por Bucca.
O jogo estava relançado e cada vez mais partido e, por isso, imprevisível. Com o nervoso miudinho a crescer, dentro e fora das quatro linhas, qualquer erro pagava-se ainda mais caro. Cathro lançou o regressado Rafik Guitane para jogo e pouco demorou para que o criativo argelino soltasse o seu habitual génio: aos 76', aproveitou a passividade adversária, rendilhou da direita para o meio e acabou a desmarcar Marqués na cara do golo, que não perdoou e fez o 2-4.
O Estrela não baixou os braços, perante mais um murro no estômago - na sua melhor fase - e continuou em busca de relançar, mais uma vez, o jogo, com Bucca e Rodrigo Pinho a servirem de coração para a equipa. Contudo, o Estoril soube defender-se e aproveitou essa menor clarividência para jogar com o resultado, acabando mesmo por vencer um jogo de loucos.