Calciopédia
·6 janvier 2025
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·6 janvier 2025
Quando as rodadas do Campeonato Italiano foram sorteadas, a 19ª jornada – a última do primeiro turno – tinha, no papel, uma das agendas mais empolgantes. Porém, já se sabia que ela seria incompleta, porque cairia na mesma época da disputa da Supercopa Italiana e provocaria o adiamento das partidas de Atalanta, Inter, Juventus e Milan. A desvalorização do produto, praticada pela Liga Serie A, foi um dos fatores que acabaram levando a um fim de semana pouco empolgante, ainda que com um Derby della Capitale e um duelo entre Fiorentina e Napoli na agenda.
Na Cidade Eterna, Roma e Lazio fizeram um clássico que, contrariando o seu histórico, foi mais jogado do que brigado – as confusões mais acaloradas acabaram ficando para o finalzinho. Com a vitória, a equipe giallorossa freou a rival, que vê a briga pelo scudetto mais distante, e ainda pode ter fincado os pilares para consolidar a melhora no nível de atuações desde a segunda troca de técnicos na temporada e realmente virar a chave no returno.
Em Florença, por sua vez, o Napoli aceitou os vários presentes de uma Fiorentina solidária e voltou a vencer sem empolgar. A torcida, evidentemente, não liga para isso e está mais do que satisfeita pelo fato de o time ser eficiente e somar pontos importantes na corrida pelo título da Serie A. A propósito, quem precisa pontuar urgentemente é o Monza, que começa a ver a volta para a segundona se tornar cada vez mais real. Confira, a seguir, a análise da 19ª rodada.
Gols e assistências: Pellegrini (Saelemaekers) e Saelemaekers Tops: Saelemaekers e Paredes (Roma) Flops: Castellanos e Romagnoli (Lazio)
Agora vai? A Roma já vinha melhorando de produção desde que tirou Claudio Ranieri da aposentadoria, em meados de novembro, porém ainda não tinha conseguido uma vitória importante o suficiente para elevar o seu moral e alavancar uma reação mais consistente, que lhe permitisse voltar a brigar por vagas em competições europeias. É exatamente o que o triunfo no dérbi com a Lazio, com direito a uma etapa inicial dominante, pode representar. E não só para a equipe, mas também para Pellegrini, seu capitão.
Para alcançar a sua quinta vitória nos cinco clássicos como treinador da Roma, Ranieri confiou em sua intuição. Na entrevista coletiva após o clássico, afirmou que sentiu que Pellegrini, que foi muito contestado pela torcida e até mesmo vaiado nos últimos meses, queria ser o dono da braçadeira contra a Lazio. O técnico apostou na redenção do camisa 7 e, logo aos 10 minutos, colheu os frutos: o meia recebeu cruzamento de Saelemaekers na entrada da área, teve liberdade e mirou no ângulo de Provedel para abrir o placar. Pouco após, aos 18, Romagnoli errou ao sair para dar o bote em Dovbyk e foi a vez de o garçom do primeiro gol aproveitar a avenida no flanco canhoto celeste para ampliar.
Durante o segundo tempo, a Lazio cresceu e obrigou a Roma a se postar bem na defesa – contando, por exemplo, com atuações seguras de Svilar e Ndicka. Os giallorossi, a bem da verdade, pouco sofreram. E isso irritou os jogadores rivais, que foram acumulando frustração por não repetirem o bom futebol apresentado no restante da temporada. No finalzinho do dérbi, por exemplo, Castellanos foi expulso por agredir Hummels e será um dos três desfalques dos aquilotti no duelo com o Como, juntamente a Gila e Zaccagni.
Gols e assistências: David Neres (Lukaku), Lukaku (pênalti) e McTominay Tops: David Neres e Lukaku (Napoli) Flops: Ranieri e Moreno (Fiorentina)
Com um jogo a mais do que a Atalanta e dois a mais do que a Inter, o Napoli terminou o (seu) primeiro turno na liderança isolada da Serie A – ao menos até o dia 14, quando a Atalanta recupera seu jogo contra a Juventus. Se imaginava que a visita dos partenopei a Florença seria complicada, já que a Fiorentina, quinta colocada, tem feito um campeonato bastante interessante. Entretanto, a defesa mandante cometeu erros em profusão e facilitou a vida dos comandados de Antonio Conte, que aproveitaram sem a menor cerimônia.
Sem Politano e Kvaratskhelia, lesionados, Conte precisou apostar em David Neres e Spinazzola nas pontas. A princípio, o jogo ficou um pouco travado, embora fosse o Napoli que mandasse nele – e até tivesse um gol anulado por impedimento. Aos 29 minutos, um misto de talento e complacência encaminhou a vitória azzurra. Lukaku ganhou de Comuzzo no pivô e acionou Neres, que saiu costurando e viu Ranieri lhe dar muito espaço para chutar forte e vencer De Gea. Kean até respondeu de imediato, mas um toque da bola em seu braço invalidou o lance e impediu que a Fiorentina empatasse.
No início do segundo tempo, qualquer possibilidade de reação dos gigliati foi por água abaixo devido a outro erro individual – este, crasso. O jovem Moreno chegou a roubar a bola de Anguissa na linha de fundo, mas a perdeu de novo e derrubou o camaronês na área. Lukaku deslocou De Gea na cobrança do pênalti e ampliou. A Fiorentina até teve um espasmo pouco depois, mas Meret e a zaga azzurra deram conta do recado. O mesmo não pode ser dito de Comuzzo, que falhou num domínio fácil dentro da área e só ajeitou a pelota para McTominay fechar a conta, aos 68 minutos.
O Napoli novamente não fez um jogo brilhante, mas foi eficiente e, contra a Fiorentina, somou pontos importantíssimos (Getty)
Gols e assistências: Caprari (pênalti); Zortea (Felici) e Piccoli (Obert) Tops: Zortea e Piccoli (Cagliari) Flops: D’Ambrosio e Pedro Pereira (Monza)
Em confronto direto pela permanência na Serie A, o Cagliari afastou a sequência de quatro derrotas consecutivas e conseguiu pontos vitais em sua visita ao Monza, cada vez mais apegado à lanterna da competição. Com o triunfo, o time de Davide Nicola deixou a zona de rebaixamento – embora esteja empatado em pontos com o Lecce, 18º colocado – e abriu sete pontos de vantagem sobre os biancorossi.
O Cagliari começou melhor e, logo aos 2 minutos, acertou o travessão com uma puxeta de Felici. Entretanto, pouco após, num momento de infelicidade, Makoumbou cometeu pênalti ao desviar uma finalização torta com o braço. Caprari cobrou no canto e abriu o placar. O empate dos sardos ocorreu aos 22, quando Zortea soltou um canudo da meia-lua e acertou o ângulo de Turati.
Melhor em campo, o Cagliari viraria pouco após o intervalo, com mais uma pancada – dessa vez, de Piccoli. Azarado, ineficaz e pouco lúcido, o Monza de Salvatore Bocchetti desperdiçaria a chance do empate com Pedro Pereira, cara a cara com Scuffet, e jogaria qualquer chance de reação no lixo quando o experiente D’Ambrosio se enroscou com Mina, perdeu a paciência e deu um pisão no abdome do colombiano, levando o cartão vermelho. Nos acréscimos, Lapadula quase fez o terceiro dos isolani ao carimbar a trave dos biancorossi.
Gols e assistências: Pohjanpalo; Esposito (Colombo) Tops: Stankovic (Venezia) e Esposito (Empoli) Flops: Sverko (Venezia) e Vásquez (Empoli)
No Vêneto, Venezia e Empoli somaram um empate que não mudou tanto as suas situações na Serie A. Os arancioneroverdi seguem na penúltima posição, ainda com uma boa possibilidade de deixarem o Z3 em breve, enquanto os azzurri continuam fora da região indesejada, mas a uma distância menos não tão confortável – três pontos. Ainda assim, os toscanos contam com um trunfo: o futebol de um atacante que já mira convocações para a seleção italiana.
Logo no início da partida, o goleiro Vásquez, do Empoli, contribuiu imensamente para encerrar o jejum de oito rodadas de Pohjanpalo: ao tentar sair jogando, acertou um chute em cima do finlandês e foi surpreendido com o ricochete da bola. Só que os azzurri têm mais qualidade do que o Venezia e rapidamente responderam. E, aliás, só não viraram devido a mais uma atuação segura do arqueiro Stankovic.
Durante o primeiro tempo, o Empoli se mostrou perigoso com dois bons chutes de Colombo e Esposito. A dupla dialogaria no lance do empate: o ex-Milan fez boa jogada individual e serviu o ex-Inter, que empurrou para as redes e anotou o seu quinto gol em cinco rodadas; o sétimo nesta Serie A. Vivendo grande momento e sendo um atacante muito móvel, pode ser o segundo de sua família a frequentar a Nazionale – o volante Salvatore, atualmente no Spezia, já vestiu azzurro na gestão de Roberto Mancini.
Em profunda crise, o Monza começa a ver a Serie B muito próxima, ainda que com um turno inteiro pela frente (Getty)
Tops: Dorgu (Lecce) e Vásquez (Genoa) Flops: Morente (Lecce) e Thorsby (Genoa)
No Via del Mare, as traves impediram que o zero saísse do placar, ainda que o empate tenha sido justo. Com o resultado, o Lecce acabou sendo igualado pelo Cagliari, mas entrou na zona de rebaixamento. Já o Genoa, com três pontos a mais, está no meio da tabela.
A primeira boa chance do jogo foi do time da casa, após um erro de saída de bola de De Winter. Krstovic arriscou de fora da área, mas parou na trave. Perto do intervalo, o Genoa respondeu com uma grande jogada de Vitinha, que rolou para Thorsby, na pequena área, emendar de carrinho e acertar o travessão (como?) – na sobra, Pinamonti pegou um sem pulo e também carimbou a barra. No restante da peleja, as defesas se sobressaíram e ambos os lados foram pouquíssimo criativos, justificando o fato de terem os dois piores ataques da Serie A.
Tops: Lazaro (Torino) e Suzuki (Parma) Flops: Karamoh (Torino) e Benedyczak (Parma)
Em sua viagem ao Piemonte, o Parma arrancou um pontinho precioso do Torino – que, de líder do campeonato há algumas rodadas, passou a ameaçado pela zona de rebaixamento. Mas, a bem da verdade, há muito equilíbrio na parte inferior da tabela. A distância entre o Toro, 11º colocado, e o Lecce, 18º, é de apenas quatro pontos.
Quase todas as emoções da partida ocorreram nos 20 primeiros minutos. O Parma teve um gol anulado por impedimento e o Torino quase marcou três vezes. Em duas delas, Suzuki efetuou defesaças ante Adams; na outra, Karamoh chegou a ficar com a baliza desguarnecida, mas não teve confiança para arrematar. Já no segundo tempo, os visitantes carimbaram a trave com um bom chute de Mihaila e, no último lance do jogo, os piemonteses só não marcaram com um disparou em diagonal de Linetty porque o goleiro japonês fez uma lindíssima defesa com a ponta dos dedos.
Com cinco gols nas cinco últimas rodadas, Esposito conduz o Empoli a uma campanha tranquila e mira a seleção italiana (Getty)
Tops: Montipò (Verona) e Atta (Udinese) Flops: Serdar (Verona) e Kamara (Udinese)
No Marcantonio Bentegodi, Verona e Udinese até tiveram um bom volume de oportunidades criadas, mas não foram tão eficientes nas finalizações. Os goleiros até trabalharam bastante, mas a quantidade de defesas difíceis que eles fizeram não foi excessiva. Dentre eles, Montipò, do Hellas, entrou em maior evidência sobretudo por intervenções no segundo tempo.
Embora nona colocada, a Udinese não se impôs tanto sobre o Verona, 14º. Na economia da partida, Sava precisou aparecer para segurar arremates de Tengstedt e Suslov, só que sem fazer milagres. Do outro lado, acontecia algo similar com Montipò. Porém, as suas defesas ante Ehizibue e Lucca tiveram maior grau de dificuldade. Já no finalzinho, depois que a expulsão de Serdar atrapalhou os planos do Hellas, o goleiro mandante brilhou ao espalmar o petardo de Atta para o travessão e, no rebote, se esticar para negar a alegria do gol a Payero.
Adiado para o dia 14 de janeiro, em virtude da participação do Milan na Supercopa Italiana.
Adiado para o dia 14 de janeiro, em virtude da participação das equipes na Supercopa Italiana.
Adiado para o dia 15 de janeiro, em virtude da participação da Inter na Supercopa Italiana.
Suzuki (Parma); Zortea (Cagliari), Mina (Cagliari), Ndicka (Roma), Vásquez (Genoa); Paredes (Roma), Anguissa (Napoli); Saelemaekers (Roma), Esposito (Empoli), David Neres (Napoli); Lukaku (Napoli). Técnico: Claudio Ranieri (Roma).