Portal dos Dragões
·13 octobre 2025
André Vila “Saí do FC Porto com trabalho por fazer, a derrota no Jamor ficou marcada”

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Numa tarde quente de outubro, no ambiente outonal do relvado sintético do FC Foz, André Silva rememorou a sua trajetória no FC Porto. Entre sorrisos, cumprimentos e “selfies”, o avançado português, agora com 29 anos e ao serviço do Elche, falou ao Maisfutebol sobre as raízes, a formação, as referências e o caminho que o levou de Baguim do Monte ao futebol europeu de elite.
Recorda a influência familiar na escolha pelo desporto: “Comecei no Salgueiros em 2001, por influência do meu primo e dos meus pais, que queriam que praticasse um desporto coletivo”, sublinha André Silva, destacando o papel do futebol no seu crescimento pessoal e social. Apesar das passagens pelo Boavista e Padroense, foi o FC Porto que deixou maior marca: “Cresci nesta cidade e o clube sempre teve um significado especial. Vestir a camisola do FC Porto foi o concretizar de um sonho.”
Como referências aponta Falcao, Jackson Martínez e Deco, e evoca com humor antigos companheiros como Nuno Santos, atualmente no Sporting, e Rafa Soares. Do período na equipa B ressalta o profissionalismo de Luís Castro: “Era exigente e marcou-nos pela forma como liderava. A conquista da II Liga em 2016 foi um orgulho enorme.”
A estreia na equipa principal ocorreu em dezembro de 2015, com o primeiro golo a acontecer em maio do ano seguinte – frente ao Boavista – e a consagração a vir na final da Taça de Portugal, com um pontapé de bicicleta diante do Sp. Braga. “Foram os momentos mais felizes da minha vida, mesmo com a derrota. Acreditei que podíamos vencer.”
Entre as figuras com quem partilhou o balneário recorda Helton e Casillas com afeto e espírito bem disposto: “Partilhei quarto com o Helton. Uma noite vi-o a montar uma bateria e pensei que ia tocar… Felizmente era para o dia seguinte! O Casillas era uma referência mundial, mas também gostava de picar nos treinos.”
A afirmação na temporada 2016/17, sob a orientação de Nuno Espírito Santo, representou uma viragem na carreira: “Soube tirar o melhor de mim. Foi exigente, mas inspirador.” Hoje elogia a trajectória do técnico na Premier League, “levando o Nottingham Forest aos lugares europeus”.
Relativamente a Diogo Jota, com quem dividiu quarto e amizade, descreve-o como “um rapaz determinado e simples, com objetivos claros e que sabia desfrutar do jogo”.
As recordações mais recentes incluem também as perdas de Jorge Nuno Pinto da Costa e de Jorge Costa. “O presidente deixou um legado eterno. Recordo a renovação de 2016, quando ele esteve presente. São pessoas que permanecem connosco.”
O avançado encara o presente do FC Porto com optimismo: “Os portistas mereciam este entusiasmo. O mister Farioli está a fazer um bom trabalho e o clube está no bom caminho.”
Quanto a um eventual regresso, não fecha portas: “Saí com trabalho por fazer e títulos por conquistar. Tudo tem o seu tempo, mas a ligação ao FC Porto é eterna.”