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·18 décembre 2025

Antigo nutricionista do Real Madrid: «Jogadores são vítimas numa prisão de ouro»

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Responsabilizada pelo roubo de um lote de suplementos aquando da sua passagem como nutricionista do Real Madrid, Itziar González concedeu uma entrevista ao diário desportivo espanhol, Marca, publicação para a qual explicou o ambiente onde esteve alegadamente inserida. 

«Os serviços médicos criaram um ambiente hostil desde o primeiro minuto. No primeiro dia, disseram-me que estava ali por ser um capricho do presidente, mas que eles sabiam como lidar com ele e que ele fazia tudo o que eles queriam, e que iriam manipulá-lo para o convencer de que eu estava louca para que ele me despedisse», começou por dizer.


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«Só falavam comigo às vezes, quando se cruzavam comigo nos corredores, para me dizerem que eu fazia tudo mal e que o presidente dizia para eu não falar com ninguém, para não sair do cubículo lúgubre onde me tinham instalado, para não falar com os jogadores, para não fazer nada, que as pessoas não me queriam ali e que os jogadores tinham nojo de mim», acrescentou.

«Viam o que me faziam e tentavam fazer-me sentir melhor»

Apesar deste cenário, a antiga funcionária do emblema merengue explicou que Florentino Pérez lhe dirigia instruções, contando com ela como parte ativa no dia a dia do clube.

«Os médicos e um fisioterapeuta davam-me ordens constantemente em nome do presidente. Basicamente, para que eu me escondesse e não fizesse nada, mas o presidente disse-me pessoalmente o que queria que eu fizesse, o que era totalmente diferente das ordens que me davam supostamente "em nome do presidente"», disse ainda.

«Fiz exatamente o que o presidente me pedia. Queria que eu implementasse o meu método ali e que me encarregasse de decidir tanto o buffet da residência como a dieta nas viagens e hotéis, os suplementos da equipa, e que eu fizesse uma dieta personalizada para todos os jogadores que quisessem, o que poderia ser alargado às restantes equipas», compôs.

Apesar do cenário, Itziar Arriba garantiu que a relação com os jogadores era do melhor, embora estes também atravessem contextos complicados no quotidiano.

«São maravilhosos. Não podia falar muito com eles porque os Serviços Médicos colocavam todo o tipo de impedimentos. Eram eles [os atletas] que pediam que viajasse com eles para poderem falar comigo, face à impossibilidade de o fazerem em Valdebebas. Parecem-me uns rapazes fantásticos, respeitadores comigo e com o meu trabalho, curiosos e com vontade de aprender e de saber o porquê das coisas.»

«Eles viam o que me estavam a fazer e tentavam fazer com que me sentisse melhor. Tenho muita pena deles porque são vítimas numa prisão de ouro e não podem fazer nada», concluiu sobre a temática em torno do plantel às ordens de Xabi Alonso.

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