Coluna do Fla
·8 août 2025
Arlindo Cruz morre aos 66 anos e recebe homenagem do Flamengo

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·8 août 2025
O cantor e compositor Arlindo Cruz faleceu nesta sexta-feira (08), aos 66 anos, vítima de sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC). Ícone do samba e torcedor apaixonado pelo Flamengo, o cantor recebeu homenagem do clube nas redes sociais. Arlindo foi lembrado como um símbolo da cultura brasileira que sempre exaltou o Rubro-Negro com orgulho.
“O Clube de Regatas do Flamengo lamenta profundamente o falecimento do ilustre rubro-negro e Sambista Perfeito, Arlindo Cruz, nesta sexta-feira (08), aos 66 anos. Ícone do samba, multi-instrumentista, compositor genial e voz marcante da cultura brasileira, Arlindo sempre levou o nome do Flamengo com orgulho, embalando gerações com seu talento e sua paixão pelo Mais Querido. Nossos sentimentos aos familiares, amigos, fãs e a toda a nação do samba. Seu legado permanecerá vivo nas arquibancadas, nas rodas de samba e no coração da Nação Rubro-Negra”, escreveu o Flamengo.
Apesar de ter crescido em uma família vascaína, Arlindo Cruz escolheu o Flamengo como a grande paixão. Em 1965, ano em que ganhou o primeiro cavaquinho, o sambista assistiu a uma vitória rubro-negra sobre o Fluminense no Maracanã, momento que marcou o início da relação com o Mais Querido.
Em entrevista ao GE, Arlindo relembrou o envolvimento emocional com o futebol e os altos e baixos como torcedor. “Eu era apaixonado, chorava quando o time perdia. Aquele jogo dos 6 a 0 do Botafogo, em 1972, não foi fácil. Um cara que namorava minha irmã, o Sidnei, era botafoguense e me levou. Me zoou muito. Teve gol de letra do Jairzinho, o Fischer, um argentino, também marcou… Eles tiraram a maior onda com a gente”, contou. “Em compensação, depois assisti aos dois seis que demos neles, por 6 a 0 e 6 a 1.”
Em entrevista concedida à Flamengo TV há 12 anos, Arlindo Cruz relembrou, entre risadas, um episódio curioso da infância. O cantor contou que ganhou um rádio de presente no aniversário, mas quebrou o aparelho dois meses depois, irritado com uma derrota do time rubro-negro para o São Cristóvão, na Gávea, justamente no dia do aniversário do clube.
“Ganhei um rádio no dia 14 de setembro, com capinha vermelha, bem flamenguista. No dia 15 de novembro, o Flamengo perdeu. Fiquei tão bolado que taquei o rádio no chão e quebrei tudo”, disse.
Na sequência, Arlindo contou que a mãe, responsável pelo presente, não gostou nada da atitude. “Ela me deu uma coça. Disse que nem tinha terminado de pagar, que foi um sacrifício. Mas não foi nada violento, só para me dar uma lição.”
Ao final da entrevista, Arlindo destacou a importância da arquibancada para o Mengão. “A torcida é sempre o 12º jogador. Reclama quando vai mal, apoia quando precisa. Todo respeito aos jogadores, diretores e técnicos, mas o Flamengo pertence à torcida.”
Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958 e construiu um legado marcante na música brasileira. Mostrando talento no cavaquinho e no banjo, o cantor assinou mais de 550 composições gravadas por diversos artistas. Entre os principais parceiros, se destacam Zeca Pagodinho, Sombrinha, Beth Carvalho e Almir Guineto.
Em março de 2017, um AVC hemorrágico atingiu Arlindo Cruz, causando sequelas que o afastaram dos palcos. Desde então, o cantor passou por várias internações e não voltou a se apresentar.