Jogada10
·2 octobre 2025
Barcelona ativa o Spotify e terá Ed Sheeran na camisa contra o Real Madrid

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·2 octobre 2025
A parceria do Barcelona com a Spotify vem colecionando frutos de exposição com marcas e celebridades de fora do esporte. Na última terça-feira (30), o clube anunciou que o renomado cantor Ed Sheeran vai estampar a camisa do clube no clássico contra o Real Madrid, que acontece no próximo dia 25 de outubro, pela La Liga
Não é a primeira vez que Barcelona e Spotify promovem essas ativações. Neste ano, o clube já teve Travis Scott com a mesma ação no uniforme, mas a lista é extensa. Afinal, conta com nomes como Coldplay, Drake, Rosalía, Karol G e Rolling Stones.
Aliás, essas ativações já vêm se tornando corriqueiras na vida do clube catalão, desde o início da parceira com a plataforma musical de streaming Spotify, na temporada 2022/23, que é quem viabiliza o projeto.
Vale lembrar que outros clubes europeus promoveram ações parecidas nos últimos meses. A Inter de Milão, por exemplo, lançou um uniforme especial com a logomarca das “Tartarugas Ninjas”, desenho animado norte-americano que ficou mundialmente conhecido.
Também recentemente, Lautaro Martínez e companhia utilizaram um modelo com a marca dos ‘Transformers’. Um filme de super-heróis que já movimentou bilhões com bilheteria em todo o planeta.
“A energia dos esportes e paixão pela música se complementam de maneira surpreendente. Dos cantos da torcida com paródias de músicas conhecidas, a concentração dos atletas com sua música preferida para alcançar o melhor desempenho, as músicas tema dos grandes eventos esportivos, o patrocínio do Spotify ao FC Barcelona, os cantores que têm seus times do coração mostram que a intersecção entre os dois mundos é natural e possibilita a colaboração entre marcas dos dois mundos”, analisou Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
Ativação com Travis Scott foi a última do Barcelona, em maio de 2025 – Foto: Divulgação
“Essas parcerias tornam-se memoráveis para o torcedor. Quem adquire a peça sabe que terá um item muito valioso em sua coleção daqui alguns anos. Então, isso aumenta o engajamento. A End to End promoveu três edições do Manto da Massa, do Atlético MG, que foi um sucesso com a torcida justamente por ser algo único. O que fez com que vendessem todas as edições rapidamente. Por isso, é importante os clubes estarem sempre pensando em ações diferentes para os fãs”, ressaltou Reginaldo Diniz, CEO da End to End.
Para Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, fornecedora de material esportivo que patrocina dez clubes no futebol brasileiro, este tipo de iniciativa é importante para fomentar novas receitas, mas deve ser estruturado previamente para cativar a relação com os torcedores e ativar novos nichos.
“Se bem trabalhadas, essas ações terão um atrativo enorme para os torcedores, o que é importante para consolidação de marca e pode incrementar o potencial de vendas. Na contramão, por ser algo provisório, pode ficar marcado caso o clube tenha algum resultado esportivo negativo, em que o uniforme passa a ser conectado com o insucesso dentro das quatro linhas. Com este risco, é extremamente importante um trabalho em conjunto entre clube, fornecedora e patrocinadores”, comentou o executivo.
“O uniforme dos clubes são canhões de mídia, e obviamente, devem ser utilizados da melhor forma possível. Vale um alerta sobre o cuidado para não funcionar apenas como um outdoor. Muito importante que as ativações acompanhem de forma criativa para que se alcancem os objetivos. Ainda mais quando se tratam de super clubes como a Inter de Milão”, disse Renê Salviano, diretor da Heatmap e especialista em marketing esportivo.
Os Rolling Stones foram mais uma ativação de sucesso do Barcelona com a Spotify – Foto: Divulgação
Já Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana comandada pelo cantor Jay-Z, afirma que esta ação é ao mesmo tempo receita de patrocínio para o clube, e uma publicidade pela qual ele não precisa pagar, para chegar, de forma espontânea, ao público das personagens e artistas. “É curioso, não usual, e se mostra os filmes ou álbuns musicais onde geralmente não são mostrados. Acaba também mostrando o clube para um público que pode não ser o dele”, completou.
O Barcelona, aliás, é um dos clubes que mais faturam no mundo com patrocínios, com um valor aproximado de 370 milhões de dólares anuais. O maior acordo vem da Nike, estimado em 169 milhões de dólares por ano. As outras empresas principais são Spotify, Estrella Damm, CaixaBank e Ambilight TV.
Além da questão do marketing, essas ativações rendem novas receitas ao Barcelona, que após os jogos, coloca algumas delas à venda como edição limitada. A camisa com a estampa de Travis Scott esgotou-se em poucos segundos após o clube catalão colocá-lo à venda. Foram apenas 22 exemplares disponibilizados ao público, sendo 11 do time masculino e outros 11 do feminino, pelo preço de 562 dólares (R$ 3.200) cada. Além destes, duas outras opções estavam disponíveis, essas autografadas pelos jogadores dos times masculino e feminino, que serão utilizadas no final de semana pelas equipes do Barcelona. O valor: 4.200 dólares (R$ 23.800).
“Estamos falando de equipes que enxergam o esporte como entretenimento, que se preocupam com a experiência do fã dentro do estádio e fora dele, que têm uma gestão muito forte no futebol”, complementa Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas.
Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo, analisa a ação de maneira positiva. Dessa maneira, ele acredita que iniciativas como essa devem se tornar recorrentes no âmbito esportivo. “É uma ação que chama a atenção pelo ineditismo. E por se tratar de uma marca forte, como o Spotify, que é patrocinadora e está cedendo o espaço para um álbum ou logo de uma banda. Isso agrega muito valor para as partes que estão envolvidas. Este tipo de ativação atrai a atenção das pessoas e do mercado como um todo. Acredito que esta pode ser uma tendência. Afinal, gera ainda mais valor para o patrocinador máster que investe muito dinheiro para ter direito às propriedades”, concluiu.