Jogada10
·11 septembre 2025
Corinthians insiste em plano de 10 anos para pagar dívidas no RCE

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·11 septembre 2025
Quase dez meses após ingressar no Regime Centralizado de Execuções (RCE), o Corinthians ainda não conseguiu aprovar seu plano de pagamento. O principal impasse está no prazo: enquanto alguns credores exigem quitação em até dois anos, com 20% das receitas destinadas ao acordo, o clube sustenta que só pode cumprir um parcelamento em dez anos.
Segundo o clube, atualmente 27,4% do faturamento anual já está comprometido com obrigações financeiras, tributárias, trabalhistas, cíveis, desportivas. Mas principalmente com o financiamento da Neo Química Arena. Por isso, a diretoria entende que elevar a destinação para 20% inviabilizaria as operações esportivas e sociais.
Entre os credores que se opuseram ao modelo estão os empresários André Cury e Walter Caetano, além da casa de apostas Pixbet. O empresário Caetano defende que a destinação seja de 20%, percentual que, segundo ele, permitiria a quitação em dois anos.
Os advogados do clube, Elias Mubarak e Júlio Mandel, argumentam que a Lei do RCE garante ao devedor o prazo de seis anos, prorrogáveis por mais quatro. Além diss, citam o plano do Santos como referência. Ressaltam ainda que a exigência de 20% de repasse só se aplica em casos de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
A administradora judicial Laspro Consultores apoiou a posição corintiana, confirmando o comprometimento de 27% das receitas. “O Corinthians demonstrou que tem capacidade de pagar os credores nos prazos da lei e que dirige mais de 27% das receitas para isso”, disse Júlio Mandel.
Corinthians diz que destina 27% das receitas para pagar dívidas – Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
O total de dívidas em discussão no RCE é de R$ 367 milhões, dos quais R$ 190 milhões já estão em execução judicial. O clube pediu que a Justiça marque audiências de conciliação para tentar alinhar um acordo com os credores resistentes.