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·8 septembre 2025

Corinthians teme vazamento no MP e decide enviar dados sigilosos à Justiça

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A diretoria do Corinthians iniciou a entrega, nesta segunda-feira, de todos os documentos solicitados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que investiga o possível uso indevido de cartões corporativos do clube durante a gestão dos últimos três presidentes, Augusto Melo, Duilio Monteiro Alves e Andrés Sanchez, além de nostas fiscais emitidas durante o triênio de Duilio.

O clube estudava a melhor maneira de fornecer os documentos ao MP-SP e fez, nesta segunda-feira, o envio dos dados em juízo, entregando-os diretamente à Justiça, sob pedido de sigilo, e não à promotoria. O MP-SP, assim, terá acesso concedido pelo judiciário.


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“O material foi protocolado pelo clube e entregue à justiça, a fim de atender as solicitações realizadas pelo Ministério Público. O Corinthians reforça que entregará quaisquer documentos solicitados, visando resguardar sua marca e reputação bem como o cumprimento do devido processo legal”, disse o Corinthians em nota.

A reportagem da Gazeta Esportiva apurou que o clube optou por fazer o envio à Justiça devido ao entendimento de que os dados bancários e fiscais, protegidos e delicados, poderiam vazar à imprensa e aos torcedores, sob risco de responsabilização dos envolvidos.

A postura do promotor Cássio Roberto Conserino gerou atenção dos dirigentes alvinegros. O representante do MP-SP concedeu entrevista à Rádio Bandeirantes nos últimos dias e deixou a impressão para dirigentes corintianos de que ele expôs a marca “Corinthians” negativamente, demonstrando interesse em expor detalhes sigilosos da investigação.

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(Foto: Reprodução/Corinthians TV)

Ao enviar os documentos diretamente à Justiça, a alta cúpula alvinegra entende que garantirá o sigilo necessário dos dados preservados, permitindo também que o Ministério Público tenha acesso aos documentos mediante solicitação à juíza responsável pelo caso. Um eventual vazamento posterior, portanto, não recairia responsabilidade a ninguém do clube.

O desejo da alta cúpula corintiana segue sendo o de contribuir para a investigação e entregar todos os documentos solicitados pelo Ministério Público de São Paulo. A reunião desta segunda-feira serviu apenas para definir a maneira como o processo será tocado.

Como revelado pela Gazeta Esportiva no fim de semana, o presidente Osmar Stabile estava sofrendo pressão interna para não fornecer os documentos solicitados pelo MP. No entanto, posteriormente, chegou-se ao entendimento de que os dados, embora sigilosos, dizem respeito a cartões de crédito do clube, e não dos ex-presidentes. O mandatário, portanto, decidiu enviá-los e contribuir com o que for solicitado pelas autoridades públicas.

Veja a nota oficial do Corinthians na íntegra:

“O Sport Club Corinthians Paulista informa que iniciou nesta segunda-feira (08) a entrega de documentos do departamento financeiro do clube que abarcam o período de 2018 a 2025, solicitados pelo Ministério Público de São Paulo.

Os departamentos financeiro e jurídico esclarecem que houve demora em reunir o primeiro conjunto de informações devido à invasão de 31 de maio, quando documentos foram subtraídos.

O material foi protocolado pelo clube e entregue à justiça, a fim de atender as solicitações realizadas pelo Ministério Público. O Corinthians reforça que entregará quaisquer documentos solicitados, visando resguardar sua marca e reputação bem como o cumprimento do devido processo legal.”

ENTENDA O CASO

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público em meados de junho deste ano. À época, o órgão também agendou oitivas com o atual presidente, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, a fim de entender o funcionamento dos cartões corporativos do Corinthians.

Inicialmente, a apuração do MP iria abranger somente o período das gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio (2021 a 2023). Porém, após ouvir alguns depoimentos, o órgão decidiu investigar também o mandato de Augusto Melo. Além de uma suposta apropriação indébita, são apurados também os possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.

O caso veio à tona no início do mês de julho, quando Andrés admitiu ter utilizado o cartão de forma indevida para pagamento de despesas pessoais em Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, no fim de seu último mandato, em 2020.

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(Foto: Reprodução/YouTube)

Dias após a revelação dos gastos, ele ressarciu o Corinthians com juros e correção monetária. O ex-presidente, no entanto, responderá a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do clube. Os torcedores pedem punições e até a expulsão de Andrés.

Houve, também, uma acusação de supostos gastos pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. As despesas, contudo, não estão necessariamente ligadas ao ex-presidente. Ele não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.

No início do mês de setembro, o MP pediu à Justiça que Andrés, Duilio e Augusto Melo sejam temporariamente afastados dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do Corinthians durante a investigação. Até o momento, no entanto, não houve uma manifestação do Poder Judiciário.

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