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·25 octobre 2025

Defesa de Andrés contesta escolha de promotor do MP em investigação sobre gastos no Corinthians

Image de l'article :Defesa de Andrés contesta escolha de promotor do MP em investigação sobre gastos no Corinthians

A defesa do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, protocolou um pedido ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para que seja esclarecido como se deu a distribuição interna do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que apura suposto uso irregular de cartão corporativo por ex-dirigentes do clube.

A Gazeta Esportiva teve acesso à petição. O documento, assinado pelos advogados de Andrés, aponta que não há nos autos certidão ou registro administrativo que comprove a “livre distribuição” do caso, isto é, o trâmite interno que define qual promotor de Justiça ficaria responsável pela condução do inquérito.


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O procedimento é conduzido pelo promotor Cássio Roberto Conserino, da 106ª Promotoria de Justiça Criminal da capital, o mesmo que também lidera a investigação envolvendo gastos indevidos na gestão de Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo.

Segundo o pedido, a defesa “não localizou certidão que demonstre ou esclareça de que forma se deu a distribuição do referido PIC no âmbito interno do Ministério Público”, e por isso requer que os autos sejam remetidos ao Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo para que preste esclarecimentos sobre a forma de designação do promotor responsável.

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(Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Denúncia do MP

A defesa de Andrés Sanchez já pediu também a rejeição da denúncia apresentada pelo Ministério Público, que ainda não foi acatada pela Justiça. Se isso acontecer, o ex-presidente do Corinthians se tornará réu.

A responsável por levar ou não o caso adiante será a juíza Márcia Mayumi Okada Oshiro, a mesma que aceitou a denúncia de Augusto Melo e outros três ex-dirigentes do Timão pelo caso VaideBet. A defesa de Andrés entende que, caso a Procuradoria-Geral não consiga comprovar que a designação do promotor responsável pelo caso ocorreu de maneira correta, seguindo o rito necessário, a juíza terá argumentos para não receber a denúncia. A tendência é que haja uma manifestação da Justiça até segunda-feira.

É importante dizer que, ainda que o Procurador-Geral não convença a Justiça de que o caso passou pelos trâmites adequados, a denúncia não será arquivada. O caso, porém, será reiniciado, tendo que passar por todos os processos previstos. O promotor Cássio Roberto Conserino também seria retirado.

E os órgãos internos do Corinthians?

O possível retardamento do caso Andrés Sanchez na Justiça não altera em nada o trabalho de investigação realizado pelos órgãos internos do Corinthians. Em contato com a reportagem, o vice do Conselho Deliberativo e presidente da Comissão de Ética do clube, Leonardo Pantaleão, garantiu que a Comissão seguirá apurando e ouvindo os personagens envolvidos independente do desfecho judicial.

A decisão da juíza Márcia Mayumi Okada Oshiro, portanto, não impede que Andrés seja punido dentro do Corinthians.

Entenda o caso

O Ministério Público de São Paulo denunciou Andrés Sanchez por três crimes: apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.

O órgão também cobra do ex-presidente corintiano o ressarcimento, com correção monetária, dos gastos com cartões corporativos do clube de agosto de 2018 a dezembro de 2020. Ele teria que devolver R$ 480 mil ao clube, sendo a maior parte desse valor pago pelo ex-presidente corintiano e uma menor parcela paga por Roberto Gavioli, gerente financeiro da época, também denunciado pelo MP.

Sanchez e Gavioli também teriam de pagar mais 75% dos R$ 480 mil, ou seja, R$ 360 mil cada um, por danos morais e materiais ao Corinthians.

Em dezembro de 2020, de acordo com o MP-SP após análise das faturas de cartão de crédito, Andrés gastou cerca de R$ 9 mil em Tibau do Sul, município no Rio Grande do Norte onde está a famosa praia de Pipa. Também houve mais de R$ 6 mil em gastos no arquipélago de Fernando de Noronha em janeiro do mesmo ano.

Mas, de acordo com Cássio Roberto Conserino, as despesas pagas com os cartões corporativos do Corinthians nessas viagens para o Nordeste foram de R$ 33.793,92.

Houve também despesas de mais de R$ 5 mil com a compra de dois relógios na joalheria de luxo HStern, mas, embora o cartão usado tenha sido o do Corinthians, a nota fiscal dos produtos saiu em nome do ex-presidente André Sanches. Gastos em lojas de roupas, como Brooksfield, também chamaram atenção da promotoria.

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