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·1 juillet 2025

Derrotada pelo Fluminense, a Inter foi eliminada nas oitavas da Copa do Mundo de Clubes

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Férias! Nunca um descanso foi tão bem-vindo como no caso da Inter, após a justa eliminação contra o Fluminense, nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Em Charlotte, os cariocas fecharam o quinteto de fracassos nerazzurri na temporada 2024-25. Claro, não podemos jogar a responsabilidade anterior no colo inexperiente de Cristian Chivu. A Beneamata de 30 de junho, é diferente da que foi a campo um mês antes, contra o Paris Saint-Germain. Uma equipe com sete desfalques, sem energia, sem estabilidade psicológica, sem criatividade e sem alternativas. Diante de tudo isso, o time do treinador romeno foi presa fácil para um adversário mais organizado, mais intenso e com um plano de jogo claro.

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O cansaço físico e mental da equipe esteve evidente durante quase toda a fase de grupos da competição, se mascarando um pouco na boa vitória contra o River Plate, na terceira rodada. Porém, que situação ingrata teve Chivu em suas primeiras semanas como técnico. Além de encontrar terra arrasada após uma temporada de perdas históricas, considerando o favoritismo da Inter em pelo menos três competições disputadas e pela oportunidade de ter obtido cinco títulos, o treinador ainda precisaria encarar a mais nova grande competição da Fifa. Além do dinheiro alto em jogo, muito bem recebido até para os que mais ostentam, o torneio ainda obrigava os treinadores a colocarem seus melhores jogadores em campo. Como conciliar essa situação e disputar o troféu em meio a tudo isso?


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Bom, assunto passado, já que, em mais um momento mágico para os sul-americanos nesta competição, o Fluminense – considerado o elo mais fraco entre os brasileiros no início do torneio – provou que o bom jogo contra o Borussia Dortmund na estreia não foi um acaso. Os cariocas dominaram os italianos do apito inicial ao final. Mesmo com Thuram de volta ao lado de Lautaro, e a excelência apresentada por Barella, foram Cano e Hércules os responsáveis por definirem o placar. O argentino, aliás, mais uma vez figurou em um momento histórico dos tricolores.

Mantendo o padrão de uma equipe titular, Chivu fez pouquíssimas mudanças entre o jogo contra o River Plate e o mata-mata. Começando com Sommer no gol, Darmian, De Vrij substituindo Acerbi e Bastoni fechando a linha de defesa. No meio, Dumfries, Barella, Asllani, Mkhitaryan e Dimarco atuaram atrás de Thuram – jogando meio no sacrifício – e Lautaro. Pio Esposito, ponto positivo dos italianos na competição, ficou de fora, por lesão. Do lado carioca, um ídolo rival de Milão, Thiago Silva, viveu o seu próprio Derby della Madonnina. Segundo ele, a preparação contou até com dicas de Massimiliano Allegri, atual técnico do Milan, que forneceu informações valiosas sobre os pontos fracos da Inter.

Física e tecnicamente muito abaixo do habitual, Thuram foi um fantasma em campo (Getty)

Logo no início, o Fluminense deixou claro que não estava ali para brincar. Aos 3 minutos, a defesa da Inter se atrapalhou toda e, após uma sucessão de erros, Cano aproveitou a sobra e mandou para as redes, de cabeça. Um banho de água fria que os italianos jamais conseguiram superar ao longo da partida. A partir dali, os brasileiros tomaram o controle emocional do duelo, e a Beneamata se arrastou, sem conseguir encontrar soluções.

Apesar de dominar a posse, os italianos foram inofensivos. O time rodava a bola de um lado para o outro, mas sem profundidade, sem velocidade e, principalmente, sem objetividade. Chivu até tentou mudar a configuração da equipe, mas viu seu time perdido no emaranhado defensivo montado por Renato Gaúcho, que armou uma verdadeira armadilha após a pausa para hidratação.

Se de um lado o Fluminense foi prático, a Inter se mostrou apática. Arias foi o motor do time carioca, desequilibrando pela direita e atormentando a marcação italiana. O camisa 21 foi o grande nome do jogo, distribuindo dribles, arrancadas e, claro, participando diretamente no lance do primeiro gol. A equipe de Chivu não encontrou antídoto para o colombiano, que parecia jogar em outro ritmo. Quando a Inter conseguia alguma investida, via Fábio empilhar defesas ou a trave operar para o lado carioca.

Logo no início, uma falha coletiva da defesa fez os nerazzurri terem que correr atrás do Fluminense (Arquivo/Inter)

O primeiro tempo foi para ser esquecido. As únicas tentativas da Inter surgiram de jogadas esporádicas, sem coordenação. Barella foi o único que tentou quebrar as linhas com passes verticais, mas sem apoio e com pouca movimentação ao seu redor. Lautaro, isolado, pouco apareceu. E Thuram, sem confiança, naufragou em campo, preso entre os zagueiros brasileiros. Quem marcou foi o Fluminense, aos 38 minutos, porém, Ignácio estava impedido na hora da finalização.

Como reflexo do cansaço mental interista, Mkhitaryan ainda se envolveu em uma confusão com o treinador tricolor, após Renato Gaúcho atrasar a cobrança de lateral da Inter, chutando a bola de sua mão. O comandante, ex-jogador da Roma, foi advertido apenas com o cartão amarelo e, conseguiu esfriar o final da primeira etapa, que já se encontrava nos acréscimos. Foi um dos erros da péssima arbitragem do salvadorenho Iván Barton, que – além de não ter expulsado o técnico, como manda o regulamento – picotou o jogo com muitas faltas e advertências distribuídas sem critério.

Chivu mexeu logo após o intervalo. Tentou dar mais mobilidade, fôlego e leveza mental com Sucic, Luis Henrique e Carboni, que substituíram Asllani, Dumfries e Mkhitaryan, respectivamente. A Inter cresceu ligeiramente, mas seguiu errando na definição. Quem começou o segundo tempo dominando as ações foi o Fluminense. Cano finalizou de longe, mas com perigo, após cobrança de escanteio e, na casa dos 62 minutos, Arias obrigou Sommer a fazer uma linda defesa ao finalizar colocado de fora da área.

Barella foi um dos que mais tentaram, mas não era dia dos italianos (Arquivo/Inter)

Lautaro, já no final da partida, viu Fábio operar um milagre em um chute à queima-roupa. Na sequência, o argentino acertou o poste, indicando que a sorte também não estava do lado europeu em Charlotte. Dimarco, caprichosamente, viu seu chute ter o mesmo destino da tentativa de seu capitão – pior, foi na forquilha. De Vrij, ainda mais cedo na partida, perdeu uma chance clara, sozinho frente ao gol, após um passe do camisa 10 nerazzurro. Faltou qualidade, sobrou afobação. O time sentiu o peso da pressão e, novamente, deixou o jogo escapar sem conseguir ser efetivo.

Enquanto a Inter se desesperava, o Fluminense jogava com inteligência. A equipe de Renato Portaluppi se defendia com disciplina e apostava nos contra-ataques rápidos. No apagar das luzes, Hércules fez jus ao seu nome e, com força, fechou o caixão após um contragolpe mortal, quando os italianos já estavam completamente desorganizados em campo.

Além da eliminação, o que ficou foi a sensação de que a Inter não estava pronta para este desafio. A equipe estava desgastada fisicamente e sem foco mental, quase que desejando a eliminação em troca dos dias de descanso que virão, o que de forma alguma diminui o tamanho do feito carioca. O Fluminense soube aproveitar as deficiências do adversário, teve leitura de contexto e se sacrificou em prol do seu plano de jogo.

De Vrij perdeu uma chance inacreditável no segundo tempo (Getty)

O capitão Lautaro Martínez não escondeu a frustração. Após o apito final, foi contundente em dizer que quer competir no mais alto nível. Afirmou que quem quiser ficar, que fique para lutar pela equipe. E que quem não tivesse mais motivação, que pedisse para sair. O presidente nerazzurro, Giuseppe Marotta, revelou que o recado tinha endereço: Çalhanoglu, que deseja voltar à Turquia para jogar no Galatasaray. Ao menos, Chivu pode ver com seus próprios olhos que Asllani, após 99 aparições pela Beneamata, não está pronto para substituir o camisa 20 na função em campo.

Além da queda precoce, a Inter perdeu também a oportunidade de se desvincular dos seus fantasmas recentes e terá que esperar a próxima temporada para isso. Sem mais jogos no Mundial, a equipe de Chivu volta para Milão com muitas lições na bagagem. Fica claro que o projeto precisa de ajustes profundos, com reforços no sistema defensivo, um meio-campista de criação e peças novas para o ataque.

Entre os poucos destaques da campanha, Pio Esposito brilhou, mesmo com poucas oportunidades. O jovem atacante foi vice-artilheiro da Serie B e mostrou personalidade ao longo do torneio. Sucic e Carboni também deixaram boas impressões. O trio pode ser o alicerce para um novo ciclo, menos dependente das mesmas figuras que parecem já estar em fim de trajetória no clube.

Capitão ferido: Lautaro se doou bastante, teve chances e, depois do apito final, criticou desmotivação de colegas (Getty)

No fim das contas, o Fluminense foi superior em todos os sentidos. Jogou com coragem, foi eficiente e mereceu avançar. A Inter, por outro lado, mostrou suas fragilidades e foi punida com justiça. O futebol apresentado esteve longe do nível que se espera de uma equipe que disputou a final da Champions League semanas atrás.

A derrota é dura, mas pode ser um ponto de virada. Nada do que a Inter fez durante a temporada anterior pode ser ignorado. É injusto tratar e resumir a grandeza desse ciclo apenas por suas batidas na trave. Claro que, quando isso ocorre cinco vezes, como já citado anteriormente, é necessário que se faça um debate em torno do que acontece com o poder de decisão e o aspecto mental dessa equipe. É imprudente deixarmos de lado o fator físico, que comprometeu o psicológico.

Toda a agremiação terá que repensar a estratégia, reencontrar o melhor de seus jogadores e, acima de tudo, reconstruir a confiança do grupo. O tempo será curto, e as respostas precisarão ser rápidas. A Inter terá, de forma oficial, até o dia 25 de agosto para se encontrar. Nessa data, a estreia pela Serie A, contra o Torino, pode já significar um universo de confirmações para a Beneamata, sejam elas boas ou ruins. Já os cariocas, após essa bela vitória, encaram o Al-Hilal, comandado pelo ex-treinador nerazzurro, Simone Inzaghi. Ou seja, a queda dos italianos impediu esse quente reencontro.

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