Zerozero
·11 octobre 2025
Dia de reflexão, dia de coração

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·11 octobre 2025
Todo o adepto de futebol é pró-golo, mas mesmo a mais consensual das opiniões pareceu condenada ao silêncio num sábado de reflexão que foi cumprido em Alvalade durante 90 minutos, até um (arrepiante) grito de Rúben Neves, nos descontos, encerrar o silêncio e desbloquear a terceira vitória consecutiva de Portugal na fase de apuramento para o Mundial.
Hallgrímsson, selecionador da República da Irlanda, sublinhou na véspera do jogo o desejo de «frustrar» os portugueses. O onze inicial confirmou essa intenção, com quatro laterais de raiz a acompanharem os habituais três centrais, tornando evidente o plano para travar Ronaldo e companhia: duas linhas muito recuadas e transições velozes.
Foi isso que aconteceu em campo, ainda que os portugueses tenham sentido mais aborrecimento do que propriamente frustração. A primeira parte permitiu, ainda assim, um par de ocasiões flagrantes. Numa delas Bernardo Silva falhou a baliza aberta depois de um remate de CR7 ao poste; na outra, Gonçalo Inácio (saíria ao intervalo) quase marcou na sequência de uma bola parada.
Na segunda parte a frustração tentou aparecer, especialmente quando Caoimhin Kelleher defendeu a grande penalidade de Cristiano Ronaldo, no que pareceu que seria mesmo o momento chave de um jogo sem golos. Certo é que, para a felicidade de todos os presentes, os deuses sorriram a Portugal e a narrativa acabou por ser bem mais bela...
Corria o primeiro minuto de descontos quando Francisco Trincão colocou uma boa bola na área, para Rúben Neves responder afirmativamente. Um golo importante... e de tremendo significado! No primeiro jogo de Portugal em solo nacional desde o trágico falecimento de Diogo Jota, eis que o seu melhor amigo e novo camisola 21 da seleção conseguiu, por fim, estrear-se a marcar.
Dificilmente poderíamos pedir uma melhor homenagem. Portugal segue na direção de um sonho Mundial, e Jota é, e continuará a ser, parte desse caminho.
Rúben Neves (Portugal): Marcou o penálti decisivo na conquista da Liga das Nações, que foi também o último jogo de Diogo Jota pela seleção. No regresso da equipa portuguesa a casa, foi ele o herói, registando o seu primeiro golo a contar para conquistar a vitória e eternizar uma bonita homenagem.
Francisco Trincão (Portugal): Tal como tinha acontecido no último jogo de Portugal em Alvalade (frente à Dinamarca), Trincão saltou do banco para ser decisivo. Ganhou a grande penalidade que acabou por não decidir, mas, depois, assistiu o memorável golo que assegurou três pontos.
Nuno Mendes (Portugal): Não foi a mais brilhante das exibições de Nuno Mendes em 2025, mas isso é apenas porque o lateral esquerdo tem feito hábito de um nível sem precedente para jogadores da sua posição. Mais uma noite muito competente por parte do atleta do PSG.
Caoimhin Kelleher (Rep. Irlanda): O golo tardio de Portugal terá sido sido desesperante para os irlandeses, que ficaram perto de ver o seu plano a funcionar. Ainda assim, mais de que uma prestação brilhante do coletivo defensivamente, houve uma exibição de grande categoria do guardião ex-Liverpool. Grande defesa no penálti de Ronaldo!
Onze do Portugal:
Diogo Costa, Diogo Dalot, Rúben Dias, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Rúben Neves, Vitinha, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Pedro Neto, Cristiano Ronaldo
Onze do Rep. Irlanda:
Caoimhin Kelleher, Jake OBrien, Dara OShea, Nathan Collins, Seamus Coleman, Jayson Molumby, Josh Cullen, Ryan Manning, Festy Ebosele, Evan Ferguson, Chiedozie Ogbene
1':
Começou a partida!
17':
Portugal: Cristiano Ronaldo
remata forte ao poste! Na recarga Bernardo Silva falha com a baliza escancarada. Primiera grande oportunidade para a seleção!
27':
Jogo muito passivo até ao momento. Apesar da teórica superioridade da seleção portuguesa, o conjunto de Roberto Martínez ainda não demonstrou o seu melhor futebol. Há pressão, há tentativas de romper e de chegar perto da grande área mas ainda sem grande efeito. Regista-se apenas uma grande oportunidade até ao momento, um pouco àquem das expecativas tendo em conta que se encontra a jogar em casa pela primeira vez nesta qualificação. Os irlandenses, também eles passivos, tentam apenas procurar possíveis falhas da comitiva portuguesa.
38':
Portugal: Vitinha
a rematar de fora de área e a conquistar mais um pontapé de canto para Portugal.
41':
Portugal: Gonçalo Inácio
muito perto de inaugurar o marcador em Avalade através de um cabeceamento.
45 +2':
Primeira parte muito àquem das expectativas para Portugal. Chegar ao intervalo sem golos no primeiro jogo em casa desta qualificação não é, de todo, o que se esperava depois dos primeiros jogos feitos nesta caminhada. Falta inspiração lusa frente a uma Irlanda que veio a Lisboa para defender sobretudo e, caso consiga, ferir Portugal em contramão. Cabe à seleção nacional encontrar alternativas nesta segunda parte.
59':
Portugal: Rúben Neves
a galgar metros com a bola controlada e a rematar fraco para a defesa controlada do guardião irlandês.
60':
Portugal: Vitinha
a rematar mais uma vez fora de àrea para mais uma intervenção de Kelleher.
79':
Se a primeira parte ficou marcada pela falta de emoção e passividade no encontro, o segundo tempo não melhorou as condições do encontro. Portugal falhou em encontrar alternativas para ferir a defensiva irlandesa e, quando teve a derradera oportunidade para desfazer o nulo, acabou por não conseguir. Falta emoção a este jogo de Portugal. Falta criatividade, falta ímpeto. E faltam golos, sobretudo.
90 +1':
GOLO Portugal! Rúben Neves marca
Rúben Neves marca o seu 1º golo na prova (2 jogos) Rúben Neves marcou o seu 1º golo na sua seleção (60 jogos)
Depois de um grande cruzamento de Francisco Trincão do lado esquerdo do atque, Rúben Neves a responder com um cabecamento espetacular para dar a vantagem a Portugal no encontro. Do 21 para o 21.
90 +3':
Portugal: Rafael Leão
com uma grande arrancada a rematar ao lado da baliza da Irlanda.
90 +8':
O árbitro apita para o final da partida
Melhor em campo:
Rúben Neves (POR) foi, para a redação do
zerozero
, o melhor jogador em campo.
90 +8':
Depois de um jogo sofrido, onde se esperava que o nulo fosse pautar o cenário surgiu um herói. Um herói apoiado por uma estrelinha que salavou a noite do regresso da seleção a Portugal. Rúben Neves, com o golo da vitória, e com o número de Digo Jota, fez esquecer tudo aquilo que de mau aconteceu durante a partida. A noite é de Rúben Neves. Depois de marcar o penálti decisivo que deu a vitória a Portugal na Liga das Nações, fez o primeiro golo pela seleção nacional com a camisola que herdou em homenagem ao amigo. Estava escrito.