
Central do Timão
·10 septembre 2025
Engenheiro agrônomo fala sobre recuperação do gramado da Neo Química Arena e garante condições de jogo

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·10 septembre 2025
A Neo Química Arena começa a retomar sua normalidade após receber, na última sexta-feira, 5, a partida da NFL entre Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs. Apesar do impacto causado pelo jogo de futebol americano, o estado do gramado não preocupa os responsáveis pelo estádio, que trabalham intensamente para deixá-lo em condições ideais para o confronto entre Corinthians e Athletico Paranaense, nesta quarta-feira, às 21h30, pela Copa do Brasil.
Em entrevista ao Meu Timão, João Paulo de Abreu, engenheiro agrônomo da World Sports, afirmou que a desmontagem da estrutura da NFL começou logo após a vitória dos Chargers, e o trabalho de recuperação do campo segue em ritmo acelerado. A expectativa é que as marcas das tintas desapareçam completamente até o jogo contra o Flamengo, marcado para 28 de setembro, pelo Brasileirão.
Foto: Anderson Soncini/Central do Timão
“A gente entrou para trabalhar no campo já na sexta-feira de madrugada, virou a madrugada trabalhando, a outra equipe chegou às sete da manhã do sábado, trabalhamos também na noite de sábado para domingo. É a primeira noite basicamente que eu estou em casa aqui, eu estava dormindo na Neo Química Arena mesmo, em um sofázinho da minha sala. Mas assim, tem sido um trabalho bem árduo, a nossa expectativa é que essa tinta consiga sair totalmente do gramado para o jogo contra o Flamengo, que é no final do mês.”, iniciou.
“Pode ser ainda que uma outra coisinha ainda possa ainda estar ali, visível, mas assim, essa tinta é uma tinta que ela é específica para a grama, então ela não mataria a grama, o único problema é que eles pintam muito, então é uma camada muito grossa de tinta nessas regiões. Ano passado foi mais fácil, porque ainda a zona era preta, por causa do time do Eagles, então ficou um pouco mais fácil de esconder.”, continuou o engenheiro.
Este ano, o desafio para apagar as marcas foi maior por causa das cores utilizadas. Enquanto na edição anterior a tinta preta da endzone ajudava a camuflar o desgaste, desta vez a combinação de azul claro, amarelo e vermelho deixou o trabalho mais complicado.
“Esse ano, como ela era azul clara, e principalmente a do outro lado, que era amarelo com vermelho, a gente meio que tem um certo problema, a gente usou ali esse esfregou, usou wap, lavadora de pressão, usou mangueira, tudo que você possa imaginar a gente tem tentado, e mesmo assim ela ainda fica, né, está atrapalhando ainda, mas vamos ver como que vai estar, vai ser visível ainda as marcas por esse jogo de quarta-feira, e muito provavelmente também de o que vai estar também para o jogo de domingo também”, explicou João Paulo.
Além da remoção da tinta, o estádio passou por duas modificações importantes desde as críticas recebidas no ano passado. A administração da Neo Química Arena implantou novas fibras sintéticas no gramado para aumentar sua resistência e reduziu o volume de irrigação para atender às exigências da NFL.
“Foram duas. A gente teve a fibra. É uma costura de um fio sintético, que serve basicamente para dar melhor estrutura ao gramado, então ele é costurado, é como se fosse uma máquina de costura gigante mesmo, ele injeta essa fibra ali numa camada de 18 centímetros mais ou menos do solo. Essa fibra entra no solo e sai, aí dois centímetros para o lado, ela entra no solo e sai. Você até consegue ver a pontinha da fibra no solo, se você abrir a grama, mas ela é bem imperceptível por estar abaixo da folha do gramado mesmo.”, comentou o profissional.
“Quando ela começa a descer, ela se entrelaça nessa fibra e melhora o que a gente chama de tração do gramado. Fica menos escorregadio para chuteira tanto do futebol que tende a ser uma chuteira e ter os cravos um pouco mais menores que do futebol americano, mas também ajudou também nessa questão para o jogo da NFL na tração do tipo de chuteira que eles usam.”, prosseguiu.
“O segundo fator que eles estavam muito preocupados era a questão da irrigação. Não que ela estivesse ruim ano passado, mas pelo que o pessoal da NFL passou para a gente, saiu na mídia internacional deles, na mídia americana, que o campo estava muito úmido e por isso que estava escorregadio. Então esse ano a gente segurou um pouco mais a irrigação, deixou o campo um pouco mais seco, do modo que não fosse danificar o gramado, matar a grama, mas também não deixar ele muito úmido. Foi a segunda preocupação deles, mas basicamente a diferença foram essas duas, a fibra e a quantidade de irrigação que foi realizada”, detalhou João Paulo.
Apesar de visualmente ainda estar diferente do habitual, o engenheiro afirma que o gramado está em condições plenas para jogo a bola deve rolar normalmente tanto para o confronto contra o Athletico-PR, nesta quarta-feira, 10, pelas quartas de final da Copa do Brasil, quanto para a final do Brasileirão Feminino, no próximo domingo, 14, quando as Brabas enfrentam o Cruzeiro.
“O gramado sofre bastante após o jogo da NFL, não na questão de qualidade de jogo, o que sofreu mais esse ano foi nas partes onde são pintadas. Então a endzone, as laterais do campo, que é uma linha branca bem mais larga, e o meio, o centro do gramado tem o símbolo da NFL. Basicamente o que a gente está tendo mais trabalho para arrumar e vai ter mais trabalho para arrumar, vão ser essas partes do que o restante do gramado. O gramado respondeu muito bem ao jogo”, explicou João.
“Em relação a isso, o pessoal pode ficar tranquilo, os jogadores do Corinthians podem ficar tranquilos que a rolagem de bola e a qualidade vai estar muito boa. Não vai estar perfeito, principalmente por causa da parte visual, mas a jogabilidade do gramado está muito boa e vai continuar muito boa para os próximos jogos do Corinthians. Tanto o masculino como o feminino, que também tem um jogo logo na sequência no domingo”, completou.
O Corinthians entra em campo nesta quarta-feira, às 21h30, com vantagem após vencer o jogo de ida por 1 a 0 em Curitiba no jogo de ida. A expectativa é que o gramado siga entre os melhores do país, segundo João Paulo de Abreu.
“Eu acredito que ainda segue. Se for pegar a parte de jogabilidade, todos os parâmetros estão dentro do que já estava tendo de resultado antes do jogo, o que a gente teve era um pouquinho maior de compactação na região central do campo, mas já foi feita a descompactação do solo hoje.”, disse.
“Eu já medi com o equipamento logo após, então já voltou no padrão que o Corinthians gosta ali, que é o que a gente usa baseado no manual da Fifa mesmo. Parte visual ele não vai estar entre os três, mas parte jogabilidade ele com certeza continua sendo um dos melhores do país sim”, concluiu o profissional.
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