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·15 octobre 2025

Entre arquibancadas e fronteiras: a história dos estádios que receberam o clássico mineiro

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Foto: Bruno Cantini / Atlético

Por: Thiago Florêncio


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Nesta quarta-feira (15), às 21h30, na Arena MRV, Atlético e Cruzeiro se enfrentam pela 28ª rodada do Brasileirão. O duelo renova uma das rivalidades mais intensas do futebol nacional e acrescenta mais um capítulo à história centenária do superclássico mineiro.

Ao longo das décadas, os dois clubes decidiram títulos, viveram viradas épicas e escreveram capítulos marcantes do esporte em Minas Gerais. Mas a história do confronto também é contada pelos palcos que o receberam. De estádios lendários a arenas modernas, cada campo guarda lembranças que moldaram a identidade do futebol mineiro. A seguir, relembre os estádios que foram cenário desse clássico centenário.

Prado Mineiro: o ponto de partida

Estádio Prado Mineiro – Foto: Revista Fon Fon / Reprodução

O primeiro estádio da lista é o Prado Mineiro, berço do futebol belo-horizontino. Construído em janeiro de 1906 e inaugurado em maio do mesmo ano, o espaço foi criado para corridas de cavalo. Em 1911, porém, o futebol ganhou espaço e transformou o local no principal ponto esportivo da cidade.

Foi lá que, em 17 de abril de 1921, Atlético e Palestra Itália, nome original do Cruzeiro, se enfrentaram pela primeira vez. O rival venceu por 3 a 0, com gols de Attilio (2) e Nani. Naquele período, o futebol crescia rapidamente pelo país, e Minas Gerais acompanhava o movimento. O estádio, apesar de limitado, era o único da capital com estrutura para receber torcedores. Com o tempo, ficou pequeno diante da paixão crescente das arquibancadas.

Estádio do América: show do “Trio Maldito”, na maior goleada

Estádio do América foi palco da maior goleada dos clássicos, o sonoro 9 a 2 alvinegro, com show do Trio Maldito – Foto: História do futebol / Reprodução

Com o Prado Mineiro já defasado, coube ao América erguer uma nova casa para o futebol belo-horizontino. Em 6 de maio de 1923, foi inaugurado o Estádio do América, na antiga Avenida Paraopeba, atual Avenida Augusto de Lima.

Foi ali que o Atlético aplicou a maior goleada da história do clássico: 9 a 2, um feito histórico protagonizado pelo trio maldito: Mário de Castro, Said e Jairo, que marcou época nos gramados mineiros.

As primeiras casas próprias: Estádio Presidente Antônio Carlos e Juscelino Kubitschek

Estádios Presidente Antônio Carlos (à esq) e Juscelino Kubitschek (à dir) foram as primeiras casas de Atlético e Cruzeiro  – Fotos: Campos Invisíveis / Reprodução

Ainda nos anos 1920, os rivais construíram seus próprios estádios. O Atlético inaugurou, em 1929, o Estádio Presidente Antônio Carlos, na região central de Belo Horizonte. Foi a casa alvinegra até 1968 e palco de grandes confrontos até o último clássico disputado ali, em 1961. No terreno, hoje, está o Shopping Diamond Mall, inaugurado em 1996.

O Cruzeiro, por sua vez, ergueu em 1923 o Estádio Juscelino Kubitschek, no bairro Barro Preto. Os jogos com mando celeste ocorreram no local até 1958, quando o clube passou a priorizar outras praças esportivas. Atualmente, o espaço abriga o clube social da Raposa.

Estádio da Alameda

Estádio da Alameda foi batizado com este nome, devido ao grande número de alamedas ao seu redor – Foto: José Goés / Reprodução

Outro palco importante foi o Estádio da Alameda, também pertencente ao América. Localizado na Avenida Araguaia, hoje Francisco Sales, tinha capacidade para cerca de 12 mil pessoas e foi inaugurado em 27 de maio de 1946.

O primeiro clássico aconteceu em 27 de outubro de 1935, em um amistoso vencido pelo Atlético por 2 a 1. O último duelo foi disputado em 1960. Anos depois, o estádio foi demolido, e em seu lugar foi construído um supermercado, encerrando mais um capítulo da história do futebol mineiro.

Independência: o clássico da era moderna

Na década de 1950, Atlético e Cruzeiro ainda mandavam seus jogos em estádios próprios. A construção do Independência, erguido para a Copa do Mundo de 1950, mudou esse cenário. O novo campo, localizado no bairro Horto, tornou-se o principal palco do futebol belo-horizontino.

O primeiro clássico disputado no estádio ocorreu em 25 de julho de 1954, pelo Campeonato Mineiro. O Atlético venceu por 1 a 0, gol do artilheiro e ídolo Ubaldo Miranda. O Independência recebeu o confronto por uma década, até ser substituído pelo Mineirão, nos anos 1960.

O estádio foi completamente demolido em junho de 2010 para dar lugar a um mais moderno, e reinaugurado em 25 de abril de 2012. Os clássicos foram jogados no estádio até a reforma do Mineirão, em 2013.

Mineirão: o “Gigante da Pampulha” e “Salão de Festas alvinegro”

Estádio Mineirão já foi palco de grandes conquistas atleticanas e vitórias importantes em clássicos – Foto: Renato Cobucci / Imprensa-MG

O dia 5 de setembro de 1965 marcou uma virada na história do futebol mineiro. A inauguração do Mineirão, com capacidade para 130 mil torcedores, simbolizava a ambição de Minas Gerais em rivalizar com os grandes centros do país. Pouco depois, em 24 de outubro de 1965, Atlético e Cruzeiro se enfrentaram pela primeira vez no novo estádio, o Gigante da Pampulha.

O Mineirão se transformou no grande palco do clássico, cenário de vitórias inesquecíveis e viradas históricas. O Atlético tem como maiores triunfos dois 4 a 0, em 1983 e 2007. O clube também detém a maior série invicta no estádio: 13 jogos, entre 1985 e 1987.

Outros confrontos históricos marcaram a história do clássico. No Brasileiro de 1986, o Atlético eliminou o Cruzeiro nas quartas de final após dois empates, uma vez que possuía a vantagem em caso de dois resultados iguais. Na Copa Ouro de 1993, o Galo eliminou o rival, nos pênaltis, pela semifinal do torneio, disputada em jogo único. Já no Brasileiro de 1999, o alvinegro venceu os dois confrontos válidos pelas quartas de final.

E quem não se lembra do icônico gol de costas? O Atlético havia acabado de marcar o terceiro gol, com Marcinho, em cobrança de pênalti. Logo na saída de bola, o Cruzeiro se atrapalhou na troca de passes, Vanderlei aproveitou a falha e mandou para o fundo das redes. O goleiro Fábio, ainda de costas, buscava a bola do lance anterior e nada pôde fazer. O Glorioso venceu por 4 a 0, em uma das atuações mais marcantes do confronto. Os outros gols foram anotados por Éder Luís e Danilinho.

O maior artilheiro do clássico no Mineirão é o atleticano Reinaldo, autor de 14 gols. O estádio também recebeu o maior público da história do confronto: 123.351 torcedores, em 4 de maio de 1969. Já a maior renda foi registrada na final da Copa do Brasil de 2014, com quase R$ 8 milhões arrecadados.

O duelo com mais gols aconteceu em 29 de fevereiro de 2004, pela 11ª rodada do Campeonato Mineiro. O Atlético venceu por 5 a 3, com gols de Alex Mineiro (2) e Tucho (3).

O último clássico com mando de campo alvinegro no estádio foi no dia 2 de abril de 2022, pela final do Campeonato Estadual. O Galo venceu por 3 a 1. Os gols foram marcados por Hulk (2) e Nacho Fernandez. A partir de 2023, os jogos com mando alvinegro passaram a serem disputados na Arena MRV.

O interior também faz parte da história

Arena do Jacaré foi o centro dos clássicos mineiros durante a reforma do Mineirão e Independência – Foto: Quim Drummond / Prefeitura de Sete Lagoas

O primeiro clássico disputado fora da capital ocorreu em 7 de abril de 1996, no Ipatingão, em Ipatinga. O Atlético venceu por 2 a 1, com gols de Ésio e Leandro.

Antes da modernização do Mineirão e do Independência, os rivais voltaram a se enfrentar no interior em mais duas ocasiões, ambas nos anos 2000. Os confrontos, realizados em 2001 e 2005, terminaram empatados.

Entre 2010 e 2012, Belo Horizonte ficou temporariamente sem sediar o clássico, já que os dois principais estádios da cidade passavam por reformas simultâneas para a Copa do Mundo. Nesse período, dois palcos do interior receberam o duelo: a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e o Parque do Sabiá, em Uberlândia. O último confronto antes da reabertura dos estádios na capital terminou empatado por 2 a 2, em 8 de abril de 2012. .

Mais de uma década depois, em 2023, o clássico voltou ao interior. No reencontro no Parque do Sabiá, em Uberlândia, o Atlético venceu por 1 a 0, com um golaço de falta de Hulk, que acertou o ângulo em cobrança do meio de campo e garantiu mais uma vitória marcante na história do confronto.

Clássicos além das fronteiras

Estádio Centenário, em Montevidéu, recebeu o superclássico mineiro em 2009 – Foto: Marcelo Campi / Reprodução

O clássico também cruzou fronteiras nacionais e internacionais. Em 1960, ano da inauguração de Brasília, Atlético e Cruzeiro foram convidados pelo então presidente Juscelino Kubitschek para um amistoso no Estádio Israel Pinheiro, em Guará (DF). O jogo terminou 2 a 2, com gols de Colete e Luís Carlos para o Galo.

Fora do país, os rivais se enfrentaram pela primeira vez em 2009, no Torneio de Verão do Uruguai, disputado no histórico Estádio Centenário, palco da primeira final de Copa do Mundo, em 1930. O duelo marcou a estreia de Diego Tardelli pelo Atlético.

Mais recentemente, em 18 de janeiro de 2023, o clássico voltou a acontecer no exterior. Em Orlando (EUA), pela FC Series, Atlético e Cruzeiro empataram em 0 a 0, no Estádio Inter&Co.


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