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·27 novembre 2025

Especialistas apontam possíveis impactos da prisão de acionista da SAF do Atlético

Image de l'article :Especialistas apontam possíveis impactos da prisão de acionista da SAF do Atlético

A PoO Atlético Mineiro vive um momento conturbado dentro e fora de campo. Enquanto tenta se recuperar do vice-campeonato da Copa Sul-Americana, o Galo também se viu envolvido em uma polêmica extracampo. Afinal, na última semana, o empresário Daniel Vorcaro, sócio da SAF atleticana, foi preso pela Polícia Federal, acusado de gestão fraudulenta.

Na última quarta-feira (26), inclusive, o Atlético anunciou o afastamento de Daniel Vorcaro do Conselho de Administração da SAF. A decisão foi tomada após uma Assemblédia Geral Extraordinária. Dessa forma, o cargo ficará vago até uma nova reunião dos acionistas da SAF.


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Apesar do afastamento de Vorcaro, especialistas avaliam como a prisão de um acionista pode afetar uma SAF no futebol brasileiro. Para Talita Garcez, sócia do Garcez Advogados e Associados, escritório especializado em Direito Desportivo, o caso de Daniel Vorcaro pode pode gerar impactos na reputação e na imagem da SAF do Atlético.

“A prisão de um acionista não gera responsabilização automática para o Atlético SAF nem para os demais investidores. Os impactos, na prática, tendem a ser reputacionais, como por exemplo desgaste de imagem, com possíveis questionamentos de patrocinadores e do setor. Se o problema for apenas pessoal do acionista, não existe previsão de penalidade esportiva ao clube”, avaliou a especialista Talita Garcez.

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Daniel Vorcaro é dono do Banco Master – Foto: Divulgação / Banco Master

Especialista cita riscos para SAF do Atlético

No entanto, Cristiano Caús, sócio fundador responsável pela área de Direito Desportivo na CCLA Advogados, apontou alguns riscos para a SAF do Atlético. Principalmente, se for comprovado algum tipo de origem ilítica dos recursos que Daniel Vorcaro apostou na SAF.

“A prisão de um acionista não gera efeitos automáticos sobre o Atlético ou sobre os demais investidores, mas pode trazer consequências indiretas significativas, sobretudo se houver suspeita de origem ilícita dos recursos aportados na SAF. Há risco de bloqueio judicial das ações do acionista investigado, impactos reputacionais, pressão por reforço de governança e eventual necessidade de substituição de funções caso ele ocupe cargo estratégico”, disse Cristiano Caús.

“Toda essa dinâmica societária também vai depender muito do conteúdo e do rito que está disposto no Estatuto Social do Atlético e dos eventuais acordos de acionistas que vinculem e obrigam os acionistas”, completou o especialista.

O que o Galo pode fazer para se prevenir

Os especialista foram unânimes em como o Atlético pode se resguardar de possíveis problemas com acionistas da SAF alvinegra.

“Para se resguardar, além de cooperar com as autoridades e reforçar seus mecanismos de governança, o clube precisa adotar uma política permanente de due diligence sobre seus investidores e parceiros. Isso significa realizar, desde a entrada do acionista, uma checagem prévia de integridade, capacidade financeira e histórico reputacional”, disse Talita Garcez.

“O clube deve reforçar mecanismos de compliance e governança, realizando investigação interna independente, revisando due diligence para certificar quanto a origem dos recursos utilizados nos aportes e documentando a rastreabilidade dos investimentos. (…) Em paralelo, deve cooperar integralmente com autoridades, manter comunicação institucional cuidadosa e, se aplicável, informar a CVM, demonstrando transparência e boa-fé para mitigar riscos regulatórios e reputacionais”, concordou Cristiano Caús.

Entenda o caso de Deaniel Vorcaro

A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro no último dia 18 de novembro. O empresário é um dos principais acionistas da SAF do Atlético e dono do Banco Master. Ele aportou R$ 300 milhões no clube e o montante usado para a transação teria ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais organizações criminosas em atuação no Brasil. O inquérito é um desdobramento da Operação Carbono Oculto.

Entre 2023 e 2024, Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões, de forma parcelada, para comprar 20,2% da SAF do Atlético. Formando, assim, o Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP).

Atualmente, Vorcaro só fica atrás da família Menin (Rubens e Rafael), que detém 41,8% das ações, e da associação do clube, com 25%. Vale destacar que o Atlético não é alvo da investigação do Ministério Público.

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