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Papo na Colina

·15 janvier 2025

Fair play financeiro no futebol brasileiro? Clubes cogitam possibilidade

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O Fair Play Financeiro é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço dentro do futebol brasileiro. Em uma era de surgimento das SAF’s e de arrecadação recorde de diversos clubes, o nível de investimento do futebol brasileiro vem aumentando de tal nível que muitos dirigentes gastam mais do que conseguem faturar durante o ano, gerando dívidas e quebra de compromissos.

De acordo com o UOL Esporte, em agosto de 2024, por exemplo, o Brasil atingiu seu recorde de gastos com contratações entre os clubes da elite. Foram mais de R$ 2 bilhões. Para se ter uma ideia, somente na primeira janela a conta foi de cerca de R$ 1,1 bilhão. Dirigentes do Red Bull Bragantino calculam que, de dois anos para cá, o valor para se montar um time competitivo na Série A praticamente dobrou.


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Ainda na temporada passada, sete clubes ultrapassaram a casa dos R$ 100 milhões em reforços, sendo quatro deles com modelos SAF: Bahia (SAF), Botafogo (SAF), Corinthians, Cruzeiro (SAF), Flamengo, Palmeiras e Vasco (SAF). O Botafogo foi o grande recordista, com mais de R$ 323 milhões investidos, tendo como retorno esportivo os títulos do Campeonato Brasileiro e da inédita Copa Libertadores.

Diante do problema, o fair play financeiro foi debatido na CBF ainda na gestão Rogério Caboclo. Na época, um modelo foi elaborado pelo economista Cesar Grafietti, mas acabou engavetado. O tema ganhou ainda mais relevância nacionalmente depois do sucesso do Botafogo, que gastou milhões fora de sua arrecadação anual para reforçar seu elenco e acabou ganhando Brasileirão e Libertadores na mesma temporada. Agora, cada vez mais clubes aderem à ideia. O CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, falou sobre essa questão:

– Alguns clubes agem um pouco de forma irresponsável. A entrada das SAFs também inflacionou, porque é um dinheiro de fora e isso não representa um crescimento da receita e, sim, um aporte. Esse dinheiro inflacionou o mercado, se tornando um problema, pois essa bolha vai estourar em algum momento e isso não existe a menor dúvida. Os clubes que querem se manter organizados vão ter dificuldade de competitividade, porque vão concorrer com quem inflacionou e que vai ter performance esportiva de curto prazo melhor. Acho que urge a necessidade de um fair play financeiro. Se o clube estiver com dívida, não pode seguir contratando, pois o modelo atual causa desequilíbrio artificial, e isso não é bom para nenhum mercado.

Fabio Pizzamiglio, presidente do Juventude, falou também sobre a dificuldade de times de menor investimento competirem com os altos valores do atual futebol brasileiro:

– Não há como negar que está absolutamente inflacionado no Brasil. Não é à toa que tantos atletas com mercado aberto na Europa e Oriente Médio têm vindo com naturalidade atuar aqui. Os salários se equiparam. Esta realidade é condizente com dez ou 12 clubes no Brasil e, talvez, eles balizem o mercado e atinjam diretamente o cenário financeiro. E como esta é uma realidade na qual nem todos os clubes estão inseridos, as dificuldades dos médios e pequenos torna-se ainda maior pela disparidade de poder de investimento. Para minimizar os efeitos, acredito que a criação da Liga vai ajudar. Os clubes passarão a receber cotas mais equilibradas entre si.

Para muitos clubes, o surgimento das SAF’s e das ligas catapultou os valores. Há, porém, um contraponto de que a profissionalização da gestão do futebol brasileiro também trará um maior equilíbrio.

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