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·9 octobre 2025
Flamengo x Libra: Bap descarta trégua e reage ao 'destempero' dos rivais

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·9 octobre 2025
Presidente do Flamengo, Bap garante que não vai recuar na disputa judicial com Libra pela divisão da verba de audiência do Brasileirão. O mandatário rubro-negro reforça que o clube pleiteia o cumprimento do estatuto e não vai abrir mão do debate para definir os critérios para a divisão de receita, além de rebater as acusações de asfixiar os clubes menores.
“O Flamengo está apenas defendendo aquilo que era princípio basilar da fundação da Libra. Não existe novidade. A visão do Flamengo é muito clara: 70% do dinheiro é dividido com base em critérios comuns, e os outros 30% reconhecem o tamanho de cada clube. O Flamengo não vai aceitar redutores conceituais, sociais ou filosóficos nessa parte”, disse Bap durante o III Fórum Empreendedor do Rio, nesta quinta (9).
A controvérsia envolve os 30% da verba de audiência que devem reconhecer o peso econômico de cada clube. O estatuto da Libra estabelece que qualquer alteração na fórmula de rateio precisa da aprovação unânime, mas a cláusula não foi cumprida.
O bloco afirma que o Flamengo aprovou o modelo ao assinar o estatuto, enquanto o clube defende que o documento não delimita os critérios necessários para o rapasse. Afinal, não há uma confirmação sobre o peso de cada plataforma (TV aberta, TV fechada e pay per view) para atingir o número final de audiência.
"Não acho que seja o caso de falar em levantar bandeira branca. Discutimos durante seis meses sobre esses critérios. A visão do Flamengo é muito clara: 70% do dinheiro está sendo dividido como todos achavam que devia, com conceitos europeus, e os outros 30% reconhecem o tamanho de cada clube. O Flamengo não vai aceitar que nesses 30% exista qualquer redutor conceitual, social ou filosófico. Qualquer redutor já está embutido nos outros 70%."
O presidente destacou que o clube vai levar o caso para a Corte Arbitral, que definirá sobre o mérito do caso. Ele destaca que a ação também está prevista no estatuto em caso de discordância judicial e não é um capricho do Flamengo, mas o único mecanismo para garantir os direitos.
"Vamos para a arbitragem. Tentamos por 8 meses chegar em um acordo. Próximo passo é a Justiça. A arbitragem vai decidir como vai ser, e nós todos vamos ter que conviver com a decisão. O que também tem previsão estatuária", comentou, antes de falar sobre a escolha pela Justiça do Rio:
"Assim como foi no Rio de Janeiro. O Flamengo não escolheu o Foro do Rio de Janeiro porque está no Rio, eu não participei disso, mas foi decidido em comum acordo. Se fosse no Amapá, não mudaria a decisão, entraria com o pedido da liminar no Amapá ou onde quer que seja. Não existe um bairrismo por parte do Flamengo."
A posição firme do Flamengo causa incômodo em outros clubes, principalmente o Palmeiras. Os rivais acusam o Rubro-Negro de estar “asfixiando” financeiramente os demais participantes da Libra para conseguir um acordo. Bap rebate, afirmando que o clube não cria regras: está apenas exercendo direitos garantidos no estatuto.
"Quando criou-se a Libra, a preocupação do Flamengo era perder dinheiro. Por isso foi colocado o direito de veto, que se traduz na unanimidade. O Flamengo está exercendo um direito lá de trás. O que é combinado não é caro. A revolta de alguns clubes, ou o destempero porque o Flamengo está defendendo o seu pedaço, me parece surpreendente."
O presidente também rebate a narrativa de que o Rubro-Negro estaria sufocando clubes menores. Ele afirma que não há intenção de prejudicar ninguém, apenas de garantir direitos do clube:
"Há 13 anos, a gente não tinha dinheiro para comprar lâmpada nem papel higiênico. Ninguém mandou vale-ajuda para o Flamengo. Não existe esse espírito de coirmandade. Se você construir um conceito de liga, seja por meio da Libra ou da Liga Forte, pode ser que a gente entenda que algumas coisas fora de campo, devia colaborar e não competir. Mas isso pressupõe amadurecimento, uma relação diferente entre os clubes", concluiu.