FRACASSO? Desalojado por Shakira, São Paulo tem pior público em seis anos contra a Inter de Limeira | OneFootball

Mané Garrincha ficou quase vazio na última segunda (Pedro Guedes/SPFC)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Hospedado em Brasília (DF) nesta semana por conta do show que a cantora colombiana Shakira realizará no Morumbi, o São Paulo viu nesta segunda-feira (10) os reflexos de ter deixado a sua casa.

Apenas 10.060 pessoas se dispuseram a pagar ingresso para ver o frustrante empate sem gol do Tricolor com a Inter de Limeira no estádio Mané Garrincha.

Trata-se do pior público do São Paulo como mandante desde 2 de junho de 2019, um empate por 1 a 1 com o Cruzeiro no Pacaembu, que teve 8.517 torcedores no total.

A conta, obviamente, ignora as 56 partidas disputadas com portões fechados durante a pandemia de Covid-19, entre março de 2020 e setembro de 2021, e as duas com restrição de 70% da

capacidade, na época da volta do público aos estádios, em outubro de 2021.

Os 24.034 presentes no duelo representam o pior público do Tricolor no Morumbi desde o dia 21 de junho de 2023, quando o clube bateu o Athletico-PR por 2 a 1 pelo Brasileirão. Na ocasião, 22.882 torcedores foram ver a partida.

Foi a segunda vez em três jogos disputados em seu estádio no ano que o São Paulo colocou um público na casa das 20 mil pessoas. A única exceção foi o clássico contra o Corinthians, quando 54.855 pessoas estiveram presentes.

Já é uma quantidade maior que todo o ano passado, quando, jogando apenas no Morumbi como mandante obviamente, o Tricolor contou apenas com uma partida em que o público ficou na casa dos 20 mil (vitória sobre o Criciúma por 2 a 1, em 27 de junho, com 28.008 presentes).

Os três primeiros jogos do São Paulo no Morumbi em 2025 tiveram média de 35.750 pessoas, o que historicamente é uma marca representativa, mas, comparado com os precedentes mais recentes, existe um ponto de atenção. Afinal, houve uma queda de 16% em comparação com os três primeiros compromissos em casa em 2024, número que poderia ser ainda mais acentuado se a média atual não tivesse sido turbinada por um clássico contra o Corinthians, algo que o calendário do ano passado não proporcionou.

Chama a atenção também a queda no tíquete médio: contra Guarani e Mirassol, ele foi de R$ 38,67, valor que no ano passado só teria ficado à frente do jogo contra o Águia de Marabá, pela fase de 16avos de final da Copa do Brasil, quando houve a única promoção verdadeira nos preços.

Isso demonstra uma busca pelos ingressos mais baratos, seja por meio do programa de sócios-torcedores ou pelos setores populares. Essa não é, porém, a única conclusão, pois existe uma discrepância nos dados dos dois anos: em 2024, quatro dos seis jogos em casa foram marcados para fins de semana, contra apenas um em 2025, justamente o único clássico como mandante.

E isso sem contar o péssimo horário das 19h30 das partidas já realizadas em meios de semana — em uma cidade como São Paulo, quem não trabalha próximo do Morumbi tem dificuldade para chegar ao estádio após um dia útil, ainda que voltar para casa seja mais simples do que em jogos marcados para as 21h35.

Desta vez, o horário mais uma vez pode ter influenciado (jogo às 21h30 de uma segunda), mas o fator preço das entradas parece ter pesado. O bilhete mais baixo para o duelo contra a Inter de Limeira era de quase R$ 100, atrás dos gols. Mostrando que o público alvo preferiu ficar em casa.

O São Paulo volta a campo, no mesmo horário, na quinta-feira (13), contra o Velo Clube. O time só volta à sua casa na penúltima rodada, contra a Ponte Preta, novamente em dia de semana, desta vez uma quarta-feira (19).