Jogada10
·28 février 2025
Homenagens e reflexões sociais: veja os enredos do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo
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·28 février 2025
Um dos carnavais mais tradicionais do Brasil, o de São Paulo promete desfiles memoráveis e bem disputados no Sambódromo do Anhembi a partir desta sexta-feira (28). Com a função de dar luz a temas importantes em nossa sociedade, as agremiações estão prontas para brigar pelo título e dar um banho de cultura na pista.
Sendo assim, nos dias 28 de fevereiro e primeiro de março, 14 escolas do Grupo Especial paulistano entram na avenida. Nesse sentido, Colorado do Brás, Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Mancha Verde, Acadêmicos do Tatuapé, Rosas de Ouro e Camisa Verde e Branco se apresentam na primeira noite.
Além disso, no dia seguinte, será a vez de Águia de Ouro, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi, Estrela do Terceiro Milênio e Vai-Vai brilharem no Anhembi.
De volta ao Grupo Especial depois de ter sido rebaixada em 2022, a agremiação homenageará o afoxé Filhos de Gandhy. Criado em 1948 por estivadores de Salvador, o grupo promove a paz no mundo e se tornou um dos blocos mais tradicionais do carnaval da Bahia, reconhecido pelo Guinness Book e sendo patrimônio cultural do estado.
A escola levará para a avenida um culto à orixá Iansã, conhecida na Umbanda como a rainha dos raios. O carnavalesco Pedro Alexandre Magoo, portanto, também pretende abordar a missão da figura religiosa de conduzir os espíritos para um dos seus nove céus. No último Carnaval, ele assinou o desfile que contou a história dos 50 anos da agremiação.
A escola tricolor da zona oeste de São Paulo buscou inspiração na célebre canção “Aquarela”, de Toquinho, para construir o enredo que levará para a avenida. Elaborado pelo experiente carnavalesco Jorge Freitas e pelo enredista Raphael Villares, o enredo irá retratar o ciclo da vida de forma lúdica.
Dragões da Real tenta seu primeiro título no Carnaval de São Paulo – Foto: Felipe Araujo/Liga-SP
O intuito da agremiação ligada à torcida do Palmeiras é contar na avenida a riqueza do sincretismo religioso baiano. De fato, ela pretende retratar suas tradições sagradas em harmonia com as celebrações profanas. Cabe ressaltar que o tema foi inspirado na série documental de mesmo nome, do cineasta baiano Gastão Netto.
A escola quer trazer uma abordagem reflexiva sobre questões sociais, sob a criação do carnavalesco Wagner Santos. Assim, a inspiração é Martin Luther King Jr. (1929-1968), um dos maiores ícones na luta pelos direitos civis dos negros e vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1964. O título do enredo é: “Justiça – A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”.
Rosas de Ouro levará para o Anhembi um enredo sobre a história dos jogos – Foto: Felipe Araujo/Liga-SP
Para o Carnaval 2025, a agremiação trará história dos jogos e sua relevância na sociedade. Afinal, eles representam valores, habilidades e características marcantes em diferentes culturas. Dessa forma, essas atividades evoluíram ao longos dos século, ainda mais com o avanço da tecnologia, porém jamais perderam a essência de entreter e trazer divertimento e desenvolver a inteligência.
A agremiação irá prestar uma homenagem ao cantor, compositor e poeta Cazuza, no ano em que se completam 35 anos de seu falecimento. Caberá ao carnavalesco Cahê Rodrigues trazer a biografia do eterno exagerado, que entrou para a história da música nacional nos anos 80. Nesse sentido, a escola fechará a sexta de Carnaval, sendo a última a entrar na avenida.
No dia seguinte, a agremiação entra na avenida com o enredo: “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do Jeito Que a Vida Quer”, uma homenagem ao cantor e compositor Benito di Paula. Vale lembrar que o artista revolucionou o samba ao incorporar o piano ao gênero e se destacou no cenário nacional.
Com o enredo que procura abordar diversos universos da literatura, a escola ressalta que “fazer um grande arrastão dos sonhos, em que estão todos os autores do mundo, clássicos ou não”. Na busca pelo seu quarto título do Carnaval paulistano, o Império propõe um intercâmbio entre educação, literatura e o carnaval.
Atual bicampeã do carnaval paulistano, a escola entra na avenida com o enredo “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, assinado pelos carnavalescos Jorge Silveira e Caio Arjo. Esse tema abordará os patuás e outros objetos religiosos que fazem parte da cultura brasileira, como forma de proteção.
A agremiação ligada ao Corinthians trará para o Anhembi um enredo que abordará as máscaras utilizadas em diversos rituais africanos. Afinal, o título do enredo é “Irin Ajó Emi Ojisé”, assinado pelos carnavalescos Júlio Poloni e Rayner Pereira.
Com o enredo “Assojabá – a busca pelo manto”, a escola contará a história da busca pelo manto tupinambá. Um símbolo de grande valor artístico e religioso para a cultura indígena brasileira. Ao longo da colonização do Brasil, muitos desses tecidos sagrados foram confiscados e uma parte foi devolvida ao país.
Vai-Vai é a maior campeã da história do Carnaval de São Paulo com 15 títulos – Foto: Wodsney Henrique/Phelipe Curti/ Vai-vai
A agremiação do Guarujá trará o enredo “Muito Além do Arco-Íris!”, desenvolvido pelo carnavalesco Murilo Lobo. Assim, fará um manifesto celebrando a diversidade e a luta por direitos da comunidade LGBTQIA+, com o seguinte slogan: “Tire o preconceito do caminho que nós vamos passar com o amor”.
Maior campeã do carnaval de São Paulo, a escola do Bixiga trará o enredo “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidney França. Por fim, ele irá explorar a intensa e vibrante trajetória cultural do diretor e dramaturgo Zé Celso e será a última a pisar no Anhembi.
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