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·4 novembre 2025

“Ideia de jogo de Francesco Farioli não é favorável para Rodrigo Mora”

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O FC Porto venceu o Sporting de Braga por 2-1, no domingo à noite, num encontro em que Rodrigo Mora se destacou. O jovem entrou no onze inicial de Francesco Farioli e correspondeu de forma positiva.

Cerca de um mês após ter sido titular frente ao Estrela Vermelha, na fase de grupos da Liga Europa, Mora, de 18 anos, voltou ao onze e começou a abrir caminho para a vitória do FC Porto com um golo partilhado com Samu.


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Israel Dionísio, treinador que trabalhou com Rodrigo Mora nas camadas jovens do FC Porto, comentou a exibição do jogador frente ao Sporting de Braga.

Em exclusivo ao Portal dos Dragões, o técnico considerou que o prodígio já demonstra algum encaixe nas ideias tácticas impostas por Francesco Farioli, afastando a noção de que a ausência de Mora do onze se deva a teimosia do treinador italiano.

“Não tem a ver com teimosia, tem a ver com uma ideia de jogo que tem algumas variantes. O Mora já adquiriu alguns comportamentos e outros ainda não adquiriu. E não o conseguiu pelas suas características enquanto jogador. Todos nós sabemos que, cada vez mais, este tipo de jogador está a desaparecer do futebol. É um jogador muito complexo e que, às vezes, os treinadores mais estrategas têm dificuldade em introduzi-lo na própria ideia. Isto é um bocadinho parte da ideia do treinador e também dos comportamentos do jogador”, começou por dizer o treinador de 51 anos.

“Diante do Sporting de Braga, por exemplo, o FC Porto iniciou o jogo a pressionar alto, como já nos tem habituado esta época, e depois, a determinada altura, passa para outra ideia, com o baixar de linhas, para tentar bloquear o Sporting de Braga e os espaços que eles estavam a conseguir ter na primeira parte. O treinador baixou para um bloco intermédio, para uma linha de cinco defesas e depois mais quatro jogadores ali na frente, e a jogar, digamos, na expectativa. Foi até assim que marcou o segundo golo. Neste caso, o Mora tem de ajustar alguns comportamentos. O Mora vai ter algumas dificuldades porque é um jogador muito técnico, que tem de estar fresco para, quando receber a bola no último terço, estar preparado para fazer o que ele é bom, mas é um jogador que também tem que trabalhar defensivamente, neste caso, em prol da equipa”, prosseguiu.

Israel Dionísio admite que a filosofia de jogo de Francesco Farioli pode, em parte, sobrepor-se às características de Mora, mas assegura que o jogador tem capacidade para se adaptar e repetir performances de destaque.

“Quando o adversário é, digamos, mais fácil, um jogador mais criativo como o Rodrigo Mora consegue aparecer muito melhor. Porquê? Porque estamos em processo ofensivo, a equipa está instalada mais à frente e não tem que ter tantas competências defensivas. O Mora é um jogador que joga muito bem entre linhas, é aquele jogador vagabundo que tem que estar fresco para quando a bola entra nele. Quando o adversário é mais exigente, como é o caso do Sporting de Braga, o Mora não consegue sobresseguir tanto. Neste caso, ele tem de se ajustar e o treinador também tem de se ajustar em função do Mora, porque a ideia do treinador é uma ideia muito estratégica”, destacou Dionísio.

“Estamos a falar de um treinador italiano que, neste caso, planeia. Eu não digo que tenha uma ideia de jogo diferente para todos os jogos, mas ele planeia bem o adversário que vai defrontar. Isto é, digamos, um pau de dois bicos, porque, neste caso, só se consegue tirar o rendimento verdadeiro no Mora em alguns momentos e noutros não. Se me perguntar se esta ideia é favorável para o Mora, claramente que não é. Claramente que ele, se calhar, num outro contexto, com outra ideia, sobressairia muito mais. Mas o jogador também tem que perceber que tem de se ajustar. Neste caso, é um ajuste de parte a parte”, vincou.

O treinador rejeita que a redução do protagonismo de Mora ponha em causa uma transferência do jogador, depois de notícias que o associaram ao Real Madrid e ao PSG nas últimas semanas.

“É verdade que ele perdeu algum protagonismo em comparação com a época passada, mas estamos a falar de um miúdo de 18 anos. Às vezes esquecemo-nos de que o Mora só tem 18 anos e, como ele ele apareceu na última época com bastante evidência, se calhar queimou ali algumas etapas que não devia ter queimado. Em condições normais, por exemplo, se o FC Porto estivesse a fazer uma boa campanha na época passada, se calhar ia ser utilizado metade dos minutos que foi. Só que não foi isso que aconteceu. Ele continua num processo de crescimento. Imagino que se o Mora estivesse num PSG ou num Manchester City, que são equipas que têm outro estilo de jogo, ele conseguia aparecer com mais evidência. Uma futura venda não será afetada com esta quebra no seu rendimento. Ele nunca sairá do radar das grandes equipas, até porque ele quando aparece, aparece bem e contribui muito bem”, disse Israel Dionísio, deixando um conselho ao jovem.

“O Mora tem de adquirir outro tipo de comportamento, porque para ele enquanto jogador, também vai ser bom. Mas também o treinador tem de ir atrás das individualidades e não pode descartar em nenhum momento uma individualidade como a Mora. Tem de haver um equilíbrio enorme, e tem de ter essa mesma capacidade”, finalizou.

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