José Boto sobre Froholdt: “Impressiona-me. Vai para a Liga inglesa” | OneFootball

José Boto marcou presença no programa ‘Futebol Total’, do Canal 11, onde fez uma análise ao futebol português, realçando o FC Porto como líder invicto da I Liga, com cinco pontos de vantagem sobre o bicampeão Sporting e oito sobre o Benfica.

O atual diretor de futebol do Flamengo, campeão brasileiro e vencedor da Libertadores, começou por elogiar as contratações da SAD azul e branca, presidida por André Villas-Boas, realizadas no último verão, e fez uma revelação sobre jogadores que já conhecia.

“Já conhecia alguns jogadores, alguns até já tinham estado no meu radar. O que marcou dois golos do FC Porto frente ao Alverca [Borja Sainz]. Já conhecia bem, tinha tentado levar para o Flamengo. Não me surpreende porque já o conhecia”, admitiu o dirigente, referindo também Victor Froholdt, recentemente eleito o Talento e o Futebolista do Ano 2025 na Dinamarca.

“Impressiona-me, é um jogador para outros voos, acho que não vai ficar muito tempo aqui no FC Porto, sinceramente. Acho que vai para a Liga inglesa, de certeza, para algum dos grandes, porque tem essas características. Foi um jogador que eu não conhecia assim tão bem e impressionou-me.”

“Sinceramente gostei muito do mercado do FC Porto. Conhecendo eu as ideias do Farioli, os jogadores que foram buscar eram perfeitamente adaptáveis à ideia do treinador. O do Benfica também me pareceu bom, alguns jogadores que eu conheço bem. Não sei se eles se adaptam às ideias, porque não foi o Mourinho que fez, era para Bruno Lage. Embora ele tenha essa capacidade de adaptar os jogadores às suas ideias. O Sporting ter mantido alguma da estrutura foi importante, mas ter perdido um jogador [Gyokeres] que faz aqueles golos todos, vai ter um peso de certeza. Mas em termos de mercado, assim visto de fora, o mais forte pareceu-me o do FC Porto”, referiu.

Quanto ao Flamengo, Boto criticou a exigência do calendário, que chegou aos 78 jogos ao longo da época, e deixou ainda fortes comentários sobre o desgaste dessa densidade competitiva.

“É uma densidade competitiva que ninguém faz ideia, jogos a cada três dias, sem para descansar ou treinar. É um desgaste psicológico grande para nós e para os jogadores. Admiro muito o Abel Ferreira [técnico do Palmeiras], que aguenta aquilo há cinco anos. O Leonardo [antigo treinador do Cruzeiro] disse logo que não aguentava. É uma pressão enorme, dos adeptos, da imprensa, que tens de ser muito forte psicologicamente. No jogo 78 [final da Taça Intercontinental] disse ao Filipe Luís que íamos entrar de férias e dia 10 tínhamos de regressar porque o Brasileirão começa dia 28 de janeiro. Nem tens tempo para gozar as vitórias que tivemos. Isso não há na Europa, é muito mais suave do que lá”.

Sem garantir a sua continuidade no cargo, falou ainda sobre Filipe Luís e as negociações em curso para a renovação do técnico.

“Foi a melhor decisão que tive de tomar. Não tinha experiência, mas depois de algumas conversas vi que tinha algo especial. É alguém muito preparado. Encontro semelhanças com o Roberto De Zerbi (atual treinador do Marseille), alguém que vive aquilo 24 horas, muito estudioso. Penso que as negociações vão chegar a bom porto, está num clube que lhe permite disputar títulos e, se calhar, não terá isso na Europa. Na realidade brasileira, é claramente o treinador mais bem preparado a ter uma carreira a alto nível na Europa”, garantiu.