Jogada10
·16 septembre 2025
Ministério Público investiga infiltração do PCC no Corinthians

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·16 septembre 2025
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ampliou a investigação sobre o Corinthians, que inicialmente apurava o uso de cartões corporativos e relatórios de despesas da presidência, para verificar também possíveis vínculos do clube com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Aliás, a nova frente de apuração ganhou força após o depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube, em 14 de agosto. Na ocasião, ele afirmou ao MP que “o crime organizado se infiltrou” no clube e relatou que vinha sofrendo ameaças em razão de sua atuação interna.
O promotor responsável pelo caso, Cássio Roberto Conserino, levantou a suspeita de que jogadores corintianos tenham utilizado um imóvel ligado a José Carlos Gonçalves, o “Alemão”, apontado em outras investigações como integrante de destaque do crime organizado. Segundo o MP, há indícios de que Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno tenham morado em um apartamento de propriedade de Alemão, no bairro Anália Franco, zona leste de São Paulo.
Conserino solicitou explicações aos atletas para esclarecer se houve intermediação do clube na locação. O MP ressalta que os jogadores não são investigados por crimes, mas foram chamados a prestar depoimento na condição de testemunhas.
Essa não é a primeira vez que o Corinthians está sendo citado em inquéritos relacionados ao PCC. Afinal, em 2024, investigações da Polícia Civil e do próprio MP identificaram que parte dos recursos do contrato com a ex-patrocinadora VaideBet teria sido direcionada a empresas ligadas à facção. Além disso, no mesmo ano, o nome do clube apareceu em um processo que apontava a participação de Rafael Maeda Pires. Ele é conhecido como “Japa do PCC”, em negociações envolvendo os jogadores Du Queiroz e Igor Formiga.
Antes disso, o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o “Rubão”, também havia denunciado conexões entre dirigentes corintianos e o crime organizado.
Ministério Público volta à investigar o Corinthians por facção criminosa – Foto: Divulgação
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi aberto em 30 de julho. Este analisa possíveis crimes de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. A investigação começou a partir do suposto uso irregular de cartões de crédito durante as gestões de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves. Contudo, já abrange também o mandato de Augusto Melo.
O MP pediu à Justiça o afastamento dos últimos três presidentes do Corinthians em 21 de agosto, ainda antes da eleição indireta que colocou Osmar Stabile no cargo até o fim de 2026. Até o momento, não houve decisão judicial sobre esse pedido, nem sobre a quebra de sigilo dos cartões corporativos.
O clube afirma ter entregue parte da documentação solicitada, incluindo relatórios de despesas da presidência, mas a promotoria ainda não confirmou oficialmente o recebimento. A investigação também apura a emissão de notas frias em contratos de prestação de serviços.
Na próxima segunda-feira, estará sendo ouvido o vice-presidente Armando Mendonça. Aliás, Stabile e outros dirigentes já prestaram depoimento.