Morre Celso Barros, ex-patrocinador e candidato à presidência do Fluminense, aos 73 anos | OneFootball

O médico Celso Corrêa de Barros, ex-presidente da Unimed Rio e um dos personagens mais influentes da trajetória moderna do Fluminense, morreu neste sábado, aos 73 anos, vítima de um infarto fulminante. Barros era pré-candidato à presidência do clube na eleição marcada para 29 de novembro e se preparava para oficializar sua chapa justamente nesta tarde.

Segundo relatos, o médico passou mal durante a missa de Primeira Comunhão de sua neta. Ele seguiria para as Laranjeiras após a cerimônia para registrar sua candidatura ao pleito do triênio 2026–2028.

Trajetória na medicina e projeção nacional

Pediatra de formação, Celso Barros construiu carreira destacada antes de ganhar visibilidade no futebol. Foi diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, conselheiro do CREMERJ e diretor da Associação Médica Brasileira, ocupando posições de relevância na área da saúde ao longo de décadas.

O dirigente que mudou a história recente do Fluminense

A relação entre Barros e o Fluminense começou em 1999, quando assumiu a presidência da Unimed Rio e estruturou a parceria que marcaria época no futebol brasileiro. Com o patrocínio da cooperativa estampado no uniforme tricolor, o clube saiu da Série C e voltou a ocupar o topo nacional.

Durante os 15 anos de vínculo, o Fluminense conquistou a Copa do Brasil de 2007, os Campeonatos Brasileiros de 2010 e 2012, além dos títulos cariocas de 2002, 2005 e 2012. O período também ficou marcado pela presença de grandes nomes do futebol mundial, contratados graças ao aporte financeiro da empresa, como Romário, Edmundo, Fred, Deco e Conca.

Apesar dos títulos, a parceria também enfrentou momentos de turbulência, como a luta dramática contra o rebaixamento em 2009. Em 2014, a crise financeira da Unimed encerrou a relação de maneira conturbada, mas não afastou Barros da vida política do clube.

Celso Barros era parceiro da Fluminense no título brasileiro de 2012 (Foto: Divulgação/Photocamera)

Atuação política no clube e retorno à disputa eleitoral

Cinco anos após o fim da parceria, Celso Barros voltou a ocupar papel central nas Laranjeiras ao ser eleito vice-presidente geral na chapa de Mário Bittencourt, em 2019. A relação, porém, se deteriorou no início da gestão, e Barros tornou-se uma das principais vozes da oposição.

Pré-candidato pela chapa “Flu é dos Tricolores”, buscava consolidar sua candidatura neste sábado (prazo final para a homologação das chapas). Com sua morte, os demais pré-candidatos, Mattheus Montenegro e Ademar Arrais, anunciaram a suspensão das agendas de campanha em respeito ao dirigente.

Luto no Fluminense e homenagens

O Fluminense decretou luto oficial e disponibilizou o Salão Nobre de Laranjeiras para o velório, que será realizado neste domingo, das 9h (de Brasília) às 12h. Em nota oficial, o clube destacou a importância de Celso Barros para sua história:

O Fluminense Football Club manifesta profundo pesar pelo falecimento do grande tricolor Celso Barros. Personagem de grande expressão na história do clube, Celso teve papel preponderante como presidente da patrocinadora do time que levantou títulos de relevância nacional, como a Copa do Brasil de 2007 e os Campeonatos Brasileiros de 2010 e 2012, além do vice-campeonato da Copa Libertadores de 2008.

Apaixonado desde sempre, o médico pediatra viveu intensamente a discussão sobre os destinos do clube. Mantinha-se atuante na política do Fluminense e era, neste momento, pré-candidato à Presidência para o próximo triênio. O Fluminense se solidariza nesse momento de tristeza com sua família, seus amigos e todos os tricolores que o admiraram por todos esses anos.

O clube decreta luto oficial por seu falecimento e coloca o Salão Nobre de Laranjeiras à disposição de seus familiares para o velório e devidas homenagens.