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·9 juillet 2025
Noronha ataca, Manteigas apoia: o dilema da TV

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·9 juillet 2025
A posição do Sport Lisboa e Benfica sobre o processo de centralização dos direitos televisivos marcou esta segunda-feira a agenda do futebol nacional. Em carta enviada à Liga, ao Governo e aos partidos com assento parlamentar, o clube da Luz manifestou sérias reservas quanto ao modelo em curso, classificando-o como “uma aventura mal preparada que corre o risco de destruir valor, reduzir receitas e comprometer de forma duradoura o desenvolvimento do futebol em Portugal”.
A reação da Direção foi clara, o processo não garante os pressupostos fundamentais que foram inicialmente acordados: ganhos efetivos para todos os clubes e um reforço real da competitividade do futebol português. O Benfica entende que o modelo atual está longe de assegurar esses objetivos.
Entre os candidatos já oficializados às eleições marcadas para outubro, Cristóvão Carvalho voltou a reforçar a sua posição contra a centralização, defendendo que “o Benfica deve liderar este processo, e não seguir em silêncio uma solução que não protege os interesses do clube”.
João Diogo Manteigas, por sua vez, congratulou-se com a decisão da atual Direção e recordou que já em 2024 tinha alertado para os riscos associados ao modelo apresentado pela Liga Portugal. Considera, por isso, natural e coerente a posição agora tomada por Rui Costa.
Já João Noronha Lopes voltou ao ataque à Direção encarnada, mantendo a linha crítica habitual:
“A posição hoje comunicada pelo Presidente do Sport Lisboa e Benfica, relativa ao projeto de centralização dos direitos televisivos, é, antes de mais, tardia. Nisso, é consistente com a postura que tem caracterizado a atual liderança do clube, cuja inação tem repetidamente negado ao Benfica o papel liderante que tem de assumir no futebol português.”
O candidato prosseguiu, sugerindo motivações eleitorais:
“A pouco mais de 3 meses das próximas eleições do Clube, o atual Presidente aparece agora determinado a resolver em poucos dias aquilo que não foi capaz de fazer ao longo de 4 anos de mandato.”
Face às insinuações de que a posição do clube sobre a centralização seria oportunista ou motivada pela aproximação das eleições, importa esclarecer e relembrar os registos públicos do Benfica ao longo deste mandato.
O clube nunca escondeu a sua preocupação com o modelo de centralização proposto pela Liga, tendo mesmo sido alvo de críticas por parte de diversos setores – incluindo dirigentes da Liga e comunicação social afeta a outros clubes – por defender que o processo precisava de ser mais transparente, justo e consensual.
Por isso, é enganador e populista afirmar que só agora se fala do tema, ignorando os alertas anteriores. Recorde-se ainda que o próprio João Noronha Lopes afirmou, numa entrevista aos jornais A Bola e Record, que “é preciso que os benfiquistas percebam que ser ativo na defesa dos interesses do Benfica não é falar mais alto ou não é estar sempre à procura dos holofotes da televisão.”, o que contrasta com a sua postura atual, assente em críticas permanentes através da comunicação social e redes sociais.
Tantas vezes se falou da necessidade de “liderança” no Benfica, mas talvez falte agora alguma coerência e verdade no debate. Os sócios do Benfica saberão distinguir quem constrói e quem apenas ataca.