O que descobri sobre Savarino, chance de saída do Kannemann e de outros três negócios do Grêmio
O Grêmio vem se movimentando no mercado de forma silenciosa, criativa e, principalmente, cautelosa. A situação financeira segue apertada, e isso tem obrigado a direção a buscar alternativas fora do modelo tradicional de contratação. Um dos nomes que apareceu recentemente nos bastidores foi o de Jefferson Savarino, atacante do Botafogo, mas a história é mais complexa do que parece à primeira vista.
A tentativa gremista envolveu a possibilidade de compensar valores que o Botafogo ainda deve ao clube pelas negociações de Natan Fernandes e Cuiabano. A ideia seria utilizar essa dívida como parte de uma engenharia financeira para tentar viabilizar a chegada de Savarino, um jogador visto internamente como reposição de velocidade para um setor que perdeu peças importantes, como Alisson e, possivelmente, Kike.
No entanto, pessoas ouvidas no bastidor tratam o negócio com frieza. A leitura é de que houve apenas uma “tenteada”, sem avanço concreto. O próprio Grêmio reconhece que não há dinheiro em caixa para investir pesado no mercado nacional e, por isso, qualquer movimento passa antes por ajustes, trocas ou compensações financeiras. Neste momento, o cenário mais provável é de que Savarino não venha, ao menos dentro desse formato.
Enquanto isso, outras movimentações começam a se definir. Adriel, por exemplo, está de saída do Grêmio e será emprestado ao AVS, de Portugal, com opção de compra. O clube gaúcho deve manter cerca de 30% dos direitos econômicos do goleiro, que não faz mais parte dos planos. Com isso, surge uma incógnita sobre a formação do trio de goleiros para a próxima temporada, hoje composto por Volpi, Grando e Jorge, mas ainda sujeito a mudanças.
Outro nome que esteve em pauta foi o de Weverton, do Palmeiras, mas esse negócio está praticamente descartado. Os valores são considerados fora da realidade gremista, algo que lembra antigos discursos da direção em outros momentos de aperto financeiro.
No meio desse cenário, um bastidor importante envolve Monsalve. O meia esteve muito próximo de ser negociado com o Coritiba para disputar a Série B, mas a situação mudou. Felipão entrou em cena, conversou com a nova direção e também com o estafe de Luís Castro, reforçando a importância de observar o jogador mais de perto. A avaliação interna é de que o treinador gosta de atuar com um meia protagonista, e Monsalve passará a ser observado com mais atenção. Ele fica, ao menos por enquanto, e terá a chance de mostrar serviço.
Já no caso de Arezo, a situação segue travada. O Peñarol não demonstra interesse em pagar os valores estipulados para compra definitiva. O Grêmio tentou incluir o zagueiro Nahuel Herrera na negociação, mas os uruguaios recusaram, alegando planos de venda do defensor para o futebol europeu. Hoje, o que existe é uma tentativa de novo empréstimo, com valores baixos e uma opção de compra futura, modelo que o Grêmio vê com desconfiança.
Por fim, um tema sensível começa a ganhar força nos bastidores: a situação de Kannemann. Ainda sem confirmação definitiva, há a percepção de que o estilo de jogo de Luís Castro prioriza zagueiros mais rápidos e com melhor saída de bola — características que não são exatamente o ponto forte do argentino. Internamente, já se discute a possibilidade de uma conversa para buscar uma saída negociada, apesar da renovação recente de contrato por mais duas temporadas.