Os erros do Quinteros, os jogadores que não estão bem e a dura realidade do Grêmio no Gauchão
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A realidade é que o Grêmio está praticamente fora do título do Gauchão. Só a imortalidade justificaria. E o Grêmio tá gastando essa imortalidade contra São Raimundo e Juventude da vida. Terá que usá-la agora para ganhar pelo menos de dois do Inter, no Beira-Rio.
E nem falo isso pelo Inter ou pelo Beira-Rio tão somente, é pelo nível de atuação do próprio Grêmio mesmo. Foi a segunda partida grande, que o time do Quinteros não consegue se encontrar em campo.
O jogo mostrou um Grêmio que tinha a bola por muito mais tempo, mas não tinha a menor ideia do que fazer com ela. Já o Inter, teve bem menos posse, mas sabia exatamente o que tinha que fazer quando estava da posse dela. O Inter chegou a jogar com linha de cinco e outra de quatro, recuado, e levava bem mais perigo.
Um detalhe (que não é detalhe) é que os jogadores do Grêmio chegavam correndo na marcação. Os do Inter, eram calmos e sabendo até cortar a marcação gremista. Isso é situação típica de quem tá desorganizado em campo.
Outro ponto é que a bola sempre sobrava para alguém do Inter. Sempre. Batia e rebatia e voltava para alguém de vermelho. Claramente, um time estava mais organizado que o outro.
O Grêmio ia para o ataque e, quando perdia, era um pavor para voltar pra defensa. Sabe aquela história de atacar marcando? Pois é, conceito que não existiu nessa partida.
Pra fechar, a bola parecia queimar. Cristian Oliveira deixou escapar uma bola que seria um gol, Braith deu de calcanhar muito forte uma hora, Villa avançou demais e ficou fácil para cortarem e fizeram um lançamento pro JP, que estava ao lado, direto para a linha lateral. Foram diversos lances tipo esses, resumi nestes quatro situações que, de cabeça, lembro da bola queimando.
Isso tudo é responsabilidade do treinador. Quinteros não viu o Roger pelo segundo Gre-Nal consecutivo. Ambos na Arena. É a segunda vez que o Roger sabe lhe parar. Tá difícil acreditar que esse trabalho vai embalar assim. Nos jogos grandes, contra Inter e Juventude, seu time não apareceu. O cara cobrou reforços. Eles estão aí. Ok, tem pouco tempo, mas a resposta precisa começar a aparecer.
Individualmente, quero começar pelo Villasanti. Ele que saiu dando razão ao torcedor que estava vaiando porque foi uma vergonha. Só que a sua atuação ficou extremamente abaixo do que se esperava. Aliás, a temporada está sendo discretíssima. Pra quem é um dos melhores do Brasil na posição, simplesmente não consegue jogar. Nem protege a defesa, tão pouco joga. Por incrível que pareça, ele melhorou (um pouco) no segundo tempo quando o Dodi ficou marcando e ele foi liberado para se somar ao Edenilson na meia. Ali, se soltou mais e até fez algo. Só que isso é pouco. Villa tá devendo muito com Quinteros. Ainda não se encontrou.
Dito isso, acho que foi falar bem só do Cristian Oliveira. Pra mim, o único que se salvou. O único que representou algum perigo pros colorados. E olha que, mesmo ele, perdeu um gol incrível. Mas foi o cara que se matou em campo, tentou de tudo para ajudar. Foi o famoso uma andorinha só não faz verão. Não tem como jogar por todo mundo.
O Monsalve não apareceu em campo. Dessa vez, não dá nem pra dizer que o Cristaldo é que some em decisão. Não, era o Monsalve. E ele sumiu. Pra mim, a explicação se chama Fernando. O Inter tem um volante de outro planeta que não deixa ninguém jogar. Aqui, cabe ao treinador encontrar uma solução. Não é o que estamos vendo no Grêmio. Nitidamente, o treinador não se encontra.
Aliás, tem um fato emblemático na partida. Quinteros colocou Pavón na esquerda porque queria explorar o ponto mais vulnerável deles, que é o Aguirre. Pois bem, Pavón errou tudo que tentou e o Aguirre foi um dos melhores em campo. Creio que isso dá o tom do que foi a partida.
Outro que precisamos comentar é o Gustavo Martins. Poxa, se falou tanto em dar oportunidades a ele. O guri não consegue deslanchar. Dessa vez, quase entregou um gol que acabaria de vez com o campeonato.
Lucas Esteves é outro que não tá acontecendo. O Luan Candido entrou aos 40 minutos do segundo tempo, mesmo com o lateral fazendo mais um jogo discretíssimo. Eu imagino que o Luan está terrivelmente mal fisicamente. Só pode, porque o nível de atuação do Lucas Esteves é menor do que o Viery, tá? O Viery, improvisado, estava melhor na lateral. Tinha mais força pelo menos.
Braithwaite foi extremamente prejudicado por tudo que aconteceu. Era uma ilha, sozinho no meio de um mar vermelho. A bola mal chegava. Seu treinador não conseguia fazer nada para mudar isso.
Aliás, temos que falar disso. Mesmo vendo a partida lá de cima, com toda a visão, as ideias brilhantes do Quinteros foram pra trocar um primeiro volante por outro, para colocar Edenilson de meia centralizado ou um ponta e um lateral por outro. A única troca que teve alteração tática foi sacar Villa e meter Arezo, que foi no desespero, nos últimos 10 minutos, pensando em fazer um gol de qualquer jeito. Ai, fica difícil defender.
Gente, o Inter só perde esse campeonato pra ele mesmo. Só perde se quiser. É futebol, mas tem uma lógica. Hoje, nada indica que o Grêmio vai chegar no Beira-Rio e golear o Inter pra levar o título. Como disse, só a imortalidade explica. Mas é bom jogar futebol também.