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·28 septembre 2025

Renato Augusto fala sobre carinho pelo Corinthians e sentimento especial quando pisa na Neo Química Arena

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  1. Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Nos últimos dias, aos 37 anos de idade, o agora ex-meia Renato Augusto anunciou a sua aposentadoria do futebol. Seu último clube na carreira foi o Fluminense, onde não teve tanto destaque por alguns problemas físicos, algo que já vinha passando na segunda passagem pelo Corinthians, clube no qual o “Rei” tem um grande carinho, apesar de ter sido revelado nas categorias de base do Flamengo.

“Eu tenho carinho e gratidão pelo Flamengo, mas a minha história, onde meu olho brilha, que eu fico arrepiado, emocionado, hoje é o Corinthians, iniciou em entrevista exclusiva ao ge.globo. O camisa 8 também comentou sobre sua relação com a Neo Química Arena, onde quer levar o seu filho Romeu, de apenas 7 anos de idade, para acompanhar um partida do Alvinegro.


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Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Eu quero levá-lo à arena. Ele não precisa resolver nada (sobre o time que vai torcer). Quando chegar lá, você vai entender. É aquele lugar mágico. Acho que ele vai acabar sendo corintiano. Aquele estádio (Neo Química Arena) tem alguma parada, eu entro lá e me arrepio. Eu estive lá com Seleção, fui na Olimpíada, e não sei explicar, parece que tudo vai acontecendo a favor, é uma atmosfera diferente. É uma torcida que não tem vaia, ela apoia, vai te envolvendo. Tem aquele dia que você não está bem, e isso acontece com qualquer jogador, desde o Messi. O time parece que não encaixa, você pensa numa jogada e não vai, o passe não está bom, o chute está horroroso. Se pega uma torcida que começa a vaiar, já vai dando aquela… O time começa a descer.”

Renato, ao falar sobre Itaquera, ressaltou o poder da torcida corinthiana de muitas vezes ‘ganhar jogos’ para o clube do Parque São Jorge: Eu tive alguns jogos ali que não foi gol nosso, foi da torcida mesmo. Os caras começaram a apoiar e vai, vai, vai. Quando a gente olhava, desviava, batia em alguém no último minuto e pronto: 1×0. Aquele lugar tem um negócio da torcida que é mágico. Falei (para o filho), beleza, você vai entender. Quando você entrar lá, vai entender. Você vai ficar arrepiado, vai ver que tudo é diferente. Toda vez que eu entro naquele estádio, eu fico arrepiado. Não tem jeito“, continuou.

Posteriormente, foi questionado sobre os momentos mais marcantes vividos na Neo Química Arena. O ex-meia citou uma vitória do Corinthians por 1 x 0, com gol de Roger Guedes nos acréscimos, diante da Chapecoense, e seus dois gols marcados no triunfo sobre o São Paulo por 2 x 1, pela partida de ida da semifinal da Copa do Brasil de 2023.

“Eu não lembro se foi Juventude ou Chapecoense, era do Campeonato Brasileiro, a bola saiu batendo em todo mundo e sobrou para o (Róger) Guedes quase na linha. O Guedes só empurra, era a última bola do jogo praticamente. Mas, para mim, o jogo mais marcante dessa minha última passagem na arena foi o contra o São Paulo. Eu fiz os dois gols, e o São Paulo nunca tinha conquistado uma vitória em cima do Corinthians lá. Pô, ficar com uma responsabilidade dessa. E era praticamente o último jogo nosso contra o São Paulo na arena, ninguém queria ficar marcado como o primeiro que perdeu. Não era só uma semifinal (de Copa do Brasil), era uma coisa marcante, realmente. Fazer os dois gols, da forma que foi… E na hora até extravaso, falo eu te amo. Só que foi uma coisa totalmente natural, de sentimento mesmo. Esse vídeo até hoje eu olho e me emociono, foi um momento marcante. E, sobre a torcida, mesmo você jogando fora, os caras são muito loucos.”

Ele também cita um momento negativo: a derrota para o Bahia por 5 x 1, dentro de casa, na reta final do Campeonato Brasileiro de 2023, quando a equipe brigou contra o rebaixamento até a penúltima rodada. Apesar disso, Renato Augusto exaltou a postura da torcida corinthiana naquele jogo.

“Tem um (jogo) que foi uma das maiores vergonhas que eu tive no Corinthians. Já no final do meu último ano, por acaso foi o meu último gol pelo Corinthians, estava 3×0 para o Bahia, aquele jogo em que nada dá certo. Aí o time começa a melhorar um pouquinho, eu faço um gol. Aí pênalti para o Bahia, acho que aos 43 do segundo tempo. A gente brigando para não cair, era só ganhar no Bahia e praticamente resolvia. Cara, em qualquer lugar do mundo ia vir a maior vaia da história. Os caras começam a cantar o hino: Eu senti vergonha. Se tivesse um buraco… Foi o momento que eu senti e falei: “os caras mereciam”. Foi doído. São coisas que marcam. Por isso que o Corinthians para mim foi o time mais marcante da minha carreira, relembra.

Ele também cita o vice-campeonato da Copa do Brasil de 2022, quando o Alvinegro empata os dois jogos contra o Flamengo na final por 0 x 0 e 1 x 1 e, na disputa de penalidades máximas, no Maracanã, a equipe carioca vence por 6 x 5 e mantém o jejum de títulos do Corinthians, que até aquele momento completaria mais de três anos.

“O Flamengo era favorito, óbvio, e a gente tomou o 1 a 0 com um minuto de jogo. Aí pressiona, pressiona, martela, joga, joga, joga, empata com gol do Giuliano e vai para os pênaltis. Pô, e a gente perde ali uns pênaltis… Nós, mais velhos, ali você vê que foi tua última chance. Você sabe quando é a tua última chance de título. A gente se olhava assim, Fábio, Gil, Cássio, Fagner… Era essa. Eu já comecei a chorar. E aí começo a ouvir aquela barulheira lá de cima. Quando eu olho aquilo: “eu nunca vou te abandonar porque eu te amo”. Meu amigo, eu olhava aquilo assim e pensava: “os caras são muito loucos, a gente acabou de perder.”

“Uma das mais (derrotas doloridas), sim. Talvez com a da Copa do Mundo. A gente viu que a gente não ia ter mais outra oportunidade de chegar numa final. Eu lembro a gente indo para o quarto do Gil, depois do jogo, Cássio, Fábio, eu, Balbuena, era todo mundo sentado olhando para o outro: “é, estava na mão, era para gente estar comemorando agora”. Foi doído, no Corinthians acho que foi a minha pior.”

Em duas passagens pelo Corinthians (2013-2015 e 2021-2023), Renato Augusto somou 30 gols marcados e 49 assistências, conquistando três títulos: Campeonato Paulista e Recopa Sul-Americana (2013) e Brasileirão (2015).

Confira abaixo outras respostas de Renato Augusto em entrevista ao ge.globo:

Diferenças da primeira passagem (2013-2015 e 2021-2023)

“Não era igual, até porque era uma situação muito complicada. Conforme foi passando o tempo, a parte externa entrava muito no clube. Os jogadores sentiam um pouco mais também. Na minha primeira passagem eu era um pouco mais blindado. Ou talvez na minha primeira passagem eu não tinha uma visão tão ampla ou não era um líder tão claro como na minha segunda passagem. Na minha primeira passagem tinham grandes ídolos jogando. Eu não tinha tanta preocupação da parte do vestiário, da parte externa. Já na minha segunda passagem, não, você acaba tomando até algumas decisões, porque passa a ser líder, a participar de todos os encontros com a torcida, a entender o que está acontecendo, os jogadores que estão perseguindo, que eles gostam. Como amadurecimento, essa minha segunda passagem foi fantástica, porque eu vivi tanto coisas boas quanto ruins.”

Acho que eu criei um elo muito maior (com o Corinthians) mesmo não tendo conquistado um título. Conquistei três na minha primeira passagem, com um sendo o melhor do campeonato, outro fazendo gol na final, na Recopa, em cima do São Paulo, um gol de cobertura. Na segunda, apesar de não ter um título, criou um vínculo ainda maior. Foi muito marcante. Batemos na trave, na final, no pênaltis, mas foi mágico.”

Relação com Tite, com quem trabalhou no Corinthians entre 2013 e 2015, e com o português Vitor Pereira – em 2022

“O lado humano (do Tite). Tive grandes momentos, sempre conversando no olho. Em nenhum momento ele passava que era acima de você. Ele conversava contigo e parecia que ele era abaixo, sempre tentando entender o teu lado humano. Tive momentos difíceis, familiares. O lado humano dele me ajudou bastante na época, inclusive na Copa do Mundo. Ele vai ser cortado, não vai. Vai ficar um momento muito difícil. Isso é uma coisa que com certeza eu vou levar. Como treinador, foi o time mais equilibrado. Tinha um grande ataque e uma grande defesa ao mesmo tempo. Normalmente, você tem um grande ataque e toma muito gol. Quando você consegue esse equilíbrio de defender e atacar… Foi marcante esse ano.”

“Alguns jogadores têm a forma diferente de pensar. Eu enxergo o jogo um pouco diferente, vejo a forma como conduzir o elenco de uma forma diferente. Mas eu sempre falo que não tem uma receita do bolo. Você pode jogar em contra-ataque e ser campeão. Você pode ficar com a bola e ser campeão. Você pode ficar com a bola e perder. Tudo pode acontecer. Mas (o estilo do Vitor) não é a forma como eu acredito do jogo. De levar o elenco, deixar o elenco mais leve. A gente poderia ter sido campeão da Copa do Brasil. Mas não era como eu me sentia melhor. Falar que não funcionou é mentira, porque funcionou. Não era bonito de ver, mas funcionou.”

Desejo de ter encerrado a carreira no Corinthians

“Minha ideia era parar no Corinthians. Meu contrato acabava, era ano de eleição, enfim, não sabia muito bem o que ia acontecer. Na minha cabeça, eu ia renovar mais um ano e parava. Mas coisas aconteceram, no futebol nada é programado, né? Tive a oportunidade de vir para o Fluminense, trabalhar também com os novos amigos, com um cara que eu admiro muito, que é o Fernando Diniz. Aprendi bastante, pensando em uma outra fase da carreira, da vida, pensando no extracampo. Para mim foi magnífico, um cara que eu admiro bastante, muitas ideias novas. Conquistei meu último título como atleta profissional e ter participado da decisão, ter sofrido o pênalti, por tudo o que envolvia aquele jogo contra a LDU, foi um momento legal. Infelizmente, não tive a oportunidade de encerrar no Corinthians, mas tive a oportunidade de ter conquistado um título importante.”

Possibilidade de ter assumido o Sub-20 do Corinthians neste ano

“Não teve uma proposta concreta, mas eles ligaram para saber a ideia. Pensando no futuro, pode ser uma coisa assim, não sei ainda. Mas agora, como eu falei, era o momento de virar motorista dos meus filhos, entendeu? Eu queria voltar a ser simplesmente pai. É, ficou muito curto, eu não tinha nem anunciado ainda (a aposentadoria) oficialmente. E vindo do Corinthians já fica um pouco (balançado), né? Os nomes eram eu e Fábio (Santos)… Mas eu falei: “cara, eu quero estudar um pouco mais, com calma, entender melhor”. Ainda mais em um sub-20, em que você tem que educar bastante ainda para o moleque poder subir bem. Essa transição não é fácil, tem que ser uma coisa com calma. Eu não estou certo que é isso (ser técnico). Mas realmente teve um papo (com o Corinthians), mas não foi extremamente oficial.”

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