Jogada10
·9 octobre 2025
Valdir Bigode cobra o Vasco e se emociona em assembleia de credores

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·9 octobre 2025
O ex-jogador Valdir Bigode discursou e se emocionou na assembleia de credores do Vasco, que acontece nesta quinta-feira (9), na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio. O ex-atacante não concordou com o plano de pagamentos que foi proposto na recuperação judicial.
Além de Valdir, outros ex-jogadores do Vasco protocolaram na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, objeções sobre o plano de pagamentos. O grupo apontou ilegalidades, deságio considerado abusivo e ausência de viabilidade econômica.
Valdir Bigode se manifestou, mas não foi na esfera judicial, e sim em entrevistas recentes, que renderam a ele uma nota oficial do Vasco, além de um processo. O ex-jogador prestou depoimento e revelou que está recebendo ameaças. Ele tem a receber do Cruz-Maltino cerca de R$ 4,5 milhões.
Valdir Bigode foi jogador e auxiliar técnico do Vasco e tem a receber cerca de R$ 4,5 milhões – Paulo Fernandes/Vasco
“Pode me processar, fazer o que quiser. Vou até o último dia. Esse dinheiro me pertence, é da minha família. Eu trabalhei para isso, eu trabalhei… Tô com a coluna toda rasgada, três cirurgias… trabalhei por outros clubes também, mas eu joguei futebol para isso. Eu queria ter uma um respeito de quem vai administrar. Com todo o respeito a todos, as pessoas que estão fazendo isso estão recebendo seus salários em dia. E eu queria receber o meu. Eu estou pacientemente há quase 20, 21 anos esperando. Um monte de gente fez acordo. Eu não quero saber como foi a vida dos outros, quero ver a minha. Sou o número 22 ou 23 e o número 33. Estou aguardando. Ninguém me procurou. Recebi um contrato horroroso. Não tem resposta. Não sei se vocês vão perceber. Não sei como vai fazer. O mínimo que eu sei disso, juridicamente falando, eu não vou nem usar palavras melhores que eu não tenho. Eu não estudei para isso… Segue a fila. Dois milhões por mês, dois milhões e meio por mês. Continua pagando os credores. Não estou falando por ninguém, mas eu sei, tenho amigos. Nunca quis receber, porque os que estão na minha frente são amigos meus. Trabalharam comigo. Os que estão atrás também são amigos. Eu não queria o meu nome… “ah, Valdir recebeu porque é amigo do Eurico, porque é amigo…” Não, estou na fila esperando, pacientemente. Com todo o respeito, as palavras aqui, não sei se fui grosseiro, talvez eu tenha sido, mas com respeito. Pense bem nisso, nessa recuperação, do jeito que vai se fazer, um plano melhor… Eu fiz um acordo com o Atlético-MG no passado, eu não fui um jogador igual eu fui no Vasco, fui convidado a aceitar, aceitei. Porque foi uma coisa muito tranquila para o clube e para nós. Foi um acordo justo pra nós, muito justo, e para o clube também. Nunca me procuraram para fazer um acordo, não estou dizendo que fui melhor ou pior do que ninguém não. Estou dizendo que como jogador do Vasco, cheguei na base, representei e representei como profissional. Isso aqui é, juridicamente não tem como… Prestem atenção nos valores, todos estão precisando. Eu também preciso do meu…”
“Valdir, com todo respeito a você, eu vou pedir que você termine a sua manifestação. Com todo o respeito, mas tem mais pessoas que precisam falar e o momento agora realmente não é o momento para que a gente possa discutir alguma coisa nesse sentido”.
“Posso mais um minuto? Me desculpa, me desculpa, eu sei, vou terminar. Mas eu, assim, discordo dos senhores de uma situação. Esse é o único momento que eu tenho. Ninguém vai me ouvir nunca mais, como não me ouviram. Tem 21 anos, ninguém me ouviu. (interrompido com aplausos).
Poderia ter feito vários tipos de acordo. Fiquei pacientemente na fila, eu sou o número 33, estava programado para receber, se não tivesse as pessoas doentes e os mais velhos passando na frente, tudo bem pra mim também, está dentro da lei… Mas ia receber até o ano que vem. Espero, não sei se a minha voz vai fazer nenhum efeito, mas pelo menos eu vou pra casa tranquilo”.