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·30 septembre 2025
Valencia processa Netflix por documentário de Vini Jr

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·30 septembre 2025
O Valencia decidiu levar sua disputa com a Netflix e a produtora Conspiração Filmes para os tribunais. O clube espanhol entrou com um processo no Tribunal nº 1 de Valência contra as empresas responsáveis pelo documentário sobre Vini Jr., intitulado "Baila, Vini".
A alegação central é que a produção distorce a realidade dos ataques racistas sofridos pelo craque revelado pelo Flamengo em maio de 2023, no estádio Mestalla. O clube acredita que o conteúdo causa um dano significativo à imagem da instituição.
A medida judicial foi tomada após uma tentativa de retificação, solicitada pelo clube em maio deste ano, que não obteve resposta. Agora, o Valencia exige a remoção de trechos específicos do documentário e uma compensação financeira para "restaurar o direito à honra".
No centro da controvérsia está a interpretação dos cânticos proferidos por parte da torcida. O documentário exibe imagens de torcedores gritando "mono" (macaco, em espanhol) em direção a Vinicius Jr. O clube, no entanto, sustenta no processo que os gritos foram de "tonto" (bobo) e solicita que a produção inclua a decisão judicial sobre o caso para esclarecer os fatos.
A posição do Valencia é que os atos de racismo foram incidentes isolados e que o clube agiu prontamente para solucionar a situação, colaborando com as autoridades para identificar e punir os responsáveis. A ação judicial reforça a ideia de que o clube não pode ser generalizadamente associado ao comportamento criminoso de uma minoria.
O descontentamento com o documentário não se limita ao clube. O sindicato majoritário da Polícia Nacional da Espanha também emitiu um comunicado expressando sua "firme rejeição às insinuações de racismo feitas no documentário", defendendo que a obra questiona o profissionalismo e a neutralidade dos agentes que atuaram no dia do incidente.
O episódio que se tornou um marco na luta de Vini Jr contra o racismo na Espanha ocorreu em 21 de maio de 2023, durante uma partida entre Valencia e Real Madrid por La Liga. Desde a chegada do ônibus da equipe merengue ao estádio Mestalla, o jogador foi alvo de insultos racistas.
A tensão atingiu o ápice no segundo tempo, quando Vinicius apontou diretamente para torcedores na arquibancada que o ofendiam com gestos e sons imitando macacos. O jogo foi paralisado por vários minutos.
Perto do fim da partida, uma confusão generalizada entre os jogadores resultou na expulsão do brasileiro, após revisão do VAR. Ao sair de campo, Vini Jr aplaudiu ironicamente a decisão, um gesto que repercutiu mundialmente.
Nas redes sociais, ele desabafou, afirmando que a expulsão foi "um prêmio por sofrer racismo" e voltou a criticar a LaLiga por sua postura diante dos recorrentes casos de preconceito no futebol espanhol.
Na época, o Valencia prometeu banir permanentemente os torcedores identificados. Contudo, o clube também criticou o jogador e o técnico do Real Madrid na época, Carlo Ancelotti, por supostamente generalizarem a ofensa a toda a torcida presente no estádio. Desde então, a relação entre o atleta e parte da imprensa e torcida local se tornou ainda mais hostil.
O caso teve um desfecho judicial histórico. Três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão pelos ataques racistas, além de serem multados e proibidos de frequentar estádios de futebol por dois anos.
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