Zinho relembra contexto difícil na goleada sobre Táchira em 91: 'Lembrança muito forte' | OneFootball

O Flamengo e sua grandiosa torcida seguem ansiosos para o relógio bater 21h30 desta quinta-feira (3), quando o Rubro-Negro estreará na Libertadores, diante do Deportivo Táchira, no Publo Nuevo, em San Cristóbal, na Venezuela. Os clubes voltam a se enfrentar após 34 anos e um atleta guarda as lembranças do último confronto com carinho: Zinho.

Entrevistado pelo MundoBola Flamengo, o hoje comentarista dos canais ESPN admite que é difícil puxar muita coisa da memória tantos anos depois. Porém, lembra bastante do contexto difícil do qual ele vivia antes daquele duelo em 24 de abril de 1991, pelas oitavas da Libertadores.

"Eu estava voltando de uma contusão séria, a única que tive na carreira. Fiquei dois meses e meio fora. Então (aquele jogo) era bem o meu retorno", lembra Zinho.

Na ida ele esteve no banco, ainda sem condições de jogo. Em posição privilegiada, viu Gaúcho marcar três gols, mas também a expulsão de Charles Guerreiro. Com menos um, o Flamengo teve dificuldades, e sofreu um abafa venezuelano, que achou dois gols, mas o suficiente para que o Mais Querido voltasse ao Rio com a vantagem.

Uma semana depois, Zinho estava novamente no banco. Viu Gaúcho, novamente, deixar o dele e abrir o placar. Marquinhos ampliou. Marcelinho Carioca, duas vezes, transformou o duelo no Maracanã em goleada. Aos 17 minutos do segundo tempo, ele entrou em campo substituindo o autor do terceiro e quarto gol.

O estádio lotado cantou o nome dele, que retribuiu com o gol que fechou o placar em 5 a 0 para o Mengão e ficou guardado na memória do ex-jogador.

"Foi aquela emoção, né? Voltar a jogar, entrar num jogo de Libertadores, fazer um gol no Maracanã com a torcida gritando meu nome depois de tanto tempo fora... Então, para mim, é uma lembrança muito forte por esses motivos", afirma.

Zinho: Flamengo é muito favorito, mas precisa de seriedade

Assim como em 91, o contexto atual tem um Flamengo muito superior. Zinho destaca o poder de investimento, o histórico positivo do Rubro-Negro na Venezuela e até a fala do treinador do Deportivo Táchira afirmando que o Mais Querido é um time europeu jogando na América do Sul.

Desse modo, ele crê em um placar tranquilo para o Flamengo, que contará com uma série de desfalques:

"O Flamengo tem tudo para estrear muito bem, mesmo com os desfalques que tem. Filipe Luís tem um elenco à disposição para montar um time forte e minha expectativa é por uma boa estreia e vitória. Sendo econômico (risos), eu arriscaria um 2 a 0. Acho o Flamengo bem favorito."

Contudo, mesmo ciente disso, o tetracampeão do mundo em 94 ressalta que a viagem e atmosfera podem ser prejudiciais, ainda que o Mais Querido esteja acostumado a isso. Ele imagina um estádio cheio pelo fato de a fama do Rubro-Negro despertar o interesse do povo venezuelano.

"Qual a dificuldade? A viagem, o campo diferente, jogar como visitante, torcida adversário. Mas o Flamengo é muito favorito porque são jogadores acostumados a todos esses cenários", argumenta.

Zinho também destaca que esse pode ser o "jogo da vida" de tantos atletas que buscam chances até mesmo no futebol brasileiro. Por isso, ele acredita num ímpeto forte dos adversários, com o intuito de se mostrarem.

"São jogadores buscando espaço. Até para, quem sabe, vira para um Campeonato Brasileiro. O poder aquisitivo do futebol brasileiro chama atenção dos jogadores sul-americanos, daqueles que não têm propostas da Europa. Então é o jogo da vida, né? Decisão de Copa do Mundo para os caras. Essa é a dificuldade a ser enfrentada e levada com seriedade. Não deixar o favoritismo subir para a cabeça."