Calciopédia
·16 Desember 2025
15ª rodada: a Inter aproveitou tropeços de Milan e Napoli para assumir a liderança da Serie A

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·16 Desember 2025

A 15ª rodada da Serie A marcou um ponto de virada na temporada, após uma sequência de confrontos diretos e tropeços pesados no topo. A Inter soube aproveitar o cenário como poucas vezes, venceu o Genoa fora de casa e, pela primeira vez no campeonato, se isolou na liderança, capitalizando os erros dos concorrentes diretos. O Napoli, que vinha embalado após a pausa internacional, voltou a sofrer longe de seus domínios e caiu diante de uma Udinese intensa e superior, desperdiçando a chance de assumir a ponta em uma jornada decisiva. Em San Siro, o Milan teve novamente dificuldades para sustentar vantagem, empatou com o Sassuolo e deixou escapar pontos que irão pesar na briga pelo título.
Mais abaixo, a rodada também foi significativa para quem visa se classificar, primordialmente, a competições europeias. A Juventus venceu um confronto direto pesado contra um embalado Bologna, deu sinais claros de crescimento e voltou a brigar pelo G4, sustentada por um sistema defensivo mais sólido e pelo retorno simbólico de Bremer. A Roma, por sua vez, confirmou sua força no Olímpico, venceu o Como e se mantém firme na zona de Champions League, cada vez mais confortável no modelo de Gian Piero Gasperini. Além disso, resultados como as vitórias de Lecce, Torino e Verona mexeram diretamente com a parte baixa da classificação, ampliando a sensação de que a luta contra o rebaixamento será longa e muito detalhista.
O fim de semana também escancarou contrastes. Se para alguns o momento é de afirmação, para outros já soa como alerta vermelho. A Fiorentina, novamente derrotada em um confronto direto – mesmo após o triunfo europeu contra o Dynamo Kyiv –, afunda na lanterna sem vitórias após 15 jogos, enquanto o Parma desperdiçou uma chance rara ao cair para uma Lazio com nove jogadores. A Serie A, quase em sua metade, entra definitivamente em sua fase mais norteadora, onde cada detalhe começa a custar caro e onde a tabela, enfim, passa a refletir tendências mais sólidas, sejam elas positivas ou negativas.
Na classificação, a Inter lidera com 33 pontos, abrindo vantagem mínima sobre o Milan, que aparece logo atrás com 32, enquanto o Napoli, derrotado em Údine, caiu para a terceira posição, com 31. A Roma segue consistente em quarto lugar, com 30, observando de perto a disputa pelo topo. A Juventus assumiu a quinta colocação, com 26, ultrapassando o Bologna, agora sexto com 25, em um bloco intermediário que ainda inclui o Como, sétimo, com 24. Mais abaixo, Lazio, Sassuolo e Udinese formam um pelotão equilibrado no meio da tabela, enquanto Cremonese e Atalanta tentam se estabilizar. Na parte inferior, Torino, Lecce e Cagliari fazem contas rodada a rodada, enquanto Genoa e Parma ainda respiram com dificuldade. Na zona mais crítica, o Verona tenta reagir, o Pisa segue pressionado e a Fiorentina, isolada na lanterna, vive uma das fases mais delicadas de sua história recente. O campeonato avança, e a margem para recuperação começa, lentamente, a desaparecer. Confira tudo isso no resumo completo da jornada.
Gols e assistências: Vitinha (Ekuban); Bisseck (Lautaro) e Lautaro Tops: Lautaro e Bisseck (Inter) Flops: Leali e Marcandalli (Genoa)
A Inter aproveitou a rodada como líder madura e, pela primeira vez nesta Serie A, se isolou no topo ao vencer o Genoa no Luigi Ferraris. Em um cenário pesado dentro e fora de campo, os nerazzurri souberam transformar oportunidade em vantagem concreta, punindo os tropeços de Milan e Napoli. Lautaro, como sempre, foi o fio condutor: participou do lance do primeiro gol e, com personalidade, marcou o segundo, alcançando oito tentos e assumindo a artilharia isolada do campeonato.
O jogo começou equilibrado, com o Genoa tentando controlar danos e explorar seus momentos, mas a Inter precisou de pouco para abrir caminho. Lautaro brigou por uma bola aparentemente perdida e serviu Bisseck, que teve frieza para finalizar da ponta da área e surpreender Leali. O gol deu tranquilidade aos visitantes, que ainda buscaram ampliar antes do intervalo. O segundo veio já na reta final do primeiro tempo, quando o capitão nerazzurro brigou pela bola dentro da área e finalizou com muita força na canhota, selando assim a primeira etapa.
O retorno do vestiário, porém, trouxe outro roteiro. O Genoa voltou mais agressivo, empurrado por Daniele De Rossi, e encontrou o gol com Vitinha, que construiu a jogada sozinho ao se lançar em velocidade, driblar Sommer e recolocar os rossoblù no confronto. A partir daí, o clima mudou: a Inter ficou mais tensa, as faltas se acumularam e o estádio ganhou volume, enquanto os grifoni passaram a ocupar o campo ofensivo com mais gente, dispostos a arriscar tudo pelo empate.
Nos minutos finais, coube à Inter administrar o caos com experiência. Cristian Chivu respondeu às mudanças do adversário reforçando o meio e apostando em peças acostumadas a decisões, como Mkhitaryan e Thuram, que ainda flertou com o gol decisivo. O Genoa empilhou atacantes e pressionou até o limite, mas os nerazzurri resistiram e confirmaram um triunfo de peso. O apito final coroou uma atuação pragmática, suficiente para garantir três pontos cruciais e colocar a Beneamata, enfim, sozinha no topo da Serie A.
Gol e assistência: Ekkelenkamp (Davis) Tops: Ekkelenkamp e Kabasele (Udinese) Flops: Højlund e Rrahmani (Napoli)
A Udinese derrubou o Napoli no Friuli e transformou o antigo palco do scudetto de 2023 no cenário da perda da liderança azzurra, dois anos depois. Mais intensa, mais lúcida e claramente mais confortável em campo, a equipe da casa construiu uma atuação superior do início ao fim e foi premiada com um golaço de Ekkelenkamp, decisivo em um duelo no qual os friulanos chegaram a ter dois gols anulados. O time de Antonio Conte, por sua vez, não conseguiu aproveitar o tropeço do Milan na rodada e saiu de Údine derrotado, deixando o caminho aberto para a Inter na ponta da tabela.
O retrato do jogo escancarou dificuldades recorrentes do Napoli longe do Diego Armando Maradona. Sem energia para sustentar posse ou agressividade ofensiva, os visitantes passaram grande parte do confronto correndo atrás da bola e lidando com problemas também na retaguarda. A Udinese, ao contrário, pressionou alto, recuperou pelotas com frequência e chegou a balançar as redes duas vezes na segunda etapa, primeiro com Davis e depois com Zaniolo, ambos em lances invalidados após intervenção do VAR. Nem isso esfriou o ímpeto dos bianconeri, que seguiram acreditando até encontrarem o momento certo para definir.
A decisão veio dos pés de Ekkelenkamp, que mais uma vez mostrou intimidade com jogos grandes contra o Napoli ao soltar um chute seco, potente e indefensável no ângulo, sem chances para Milinkovic-Savic, que estava salvando a pele do Napoli até então. Os visitantes ainda tiveram uma oportunidade clara para evitar a derrota com Højlund, já no fim, mas o dinamarquês a desperdiçou, confirmando um dia frustrante. A vitória da Udinese foi justa pelo que produziu e simbolizou o fim da sequência positiva dos campeões italianos, que agora voltam a conviver com o fantasma das atuações ruins como visitantes, enquanto os friulanos ganham moral e pontos importantes na tabela.
Ainda longe de demonstrar regularidade, o Napoli caiu para a terceira posição da Serie A após derrota para a Udinese (Getty)
Gols e assistências: Bartesaghi (Loftus-Cheek) e Bartesaghi (Nkunku); Koné (Pinamonti) e Laurienté (Pinamonti) Tops: Bartesaghi (Milan) e Laurienté (Sassuolo) Flops: Tomori (Milan) e Walukiewicz (Sassuolo)
O Milan tropeçou no San Siro e deixou escapar pontos preciosos diante de um Sassuolo resiliente, mesmo após uma atuação histórica de Bartesaghi. O jovem lateral, de apenas 19 anos, se tornou o defensor mais novo a anotar uma doppietta com a camisa rossonera, mas o brilho individual não foi suficiente para garantir o triunfo. A equipe de Massimiliano Allegri – melhor treinador de novembro da Serie A – começou dominante, empurrou os emilianos para perto da própria área e parecia ter o jogo sob controle, até que um erro na saída mudou completamente o enredo e colocou o até então líder sob pressão.
O Sassuolo encontrou o primeiro golpe justamente em seu primeiro avanço consistente. Após perda de bola de Rabiot, Pinamonti fez o trabalho de pivô e serviu Koné, que passou por Gabbia e superou Maignan de cavadinha. O baque foi sentido, mas o Milan reagiu ainda no primeiro tempo, quando Bartesaghi apareceu livre na segunda trave para aproveitar o cruzamento de Loftus-Cheek. A retomada ganhou ainda mais força logo após o intervalo, com Nkunku encontrando novamente o lateral em profundidade para o segundo gol, surpreendendo Muric.
Quando parecia encaminhado, o jogo voltou a escapar. Dois gols anulados – um de Pulisic e outro de Rabiot – aumentaram a sensação de instabilidade, e o Milan passou a recuar perigosamente. O Sassuolo cresceu, empilhou ataques e chegou ao empate em uma jogada coletiva exemplar: tabelinha rápida, parede inteligente de Pinamonti e finalização colocada de Laurienté. O francês ainda acertou a trave nos minutos finais, deixando o empate com gosto agridoce para os rossoneri, que agora estão atrás da Inter, na segunda colocação, enquanto os neroverdi confirmam mais uma vez sua vocação para complicar a vida do Diavolo em sua casa.
Gol e assistência: Wesley (Soulé) Tops: Wesley e Ndicka (Roma) Flops: Valle e Da Cunha (Como)
A Roma confirmou a boa fase no Olímpico ao vencer o Como por 1 a 0, novamente pelo placar mínimo, e se manteve firme na quarta colocação, agora ainda mais próxima de Napoli e Milan. Em um duelo direto por posições europeias, a equipe de Gian Piero Gasperini controlou amplamente as ações, impôs ritmo alto e pressionou desde o início, enquanto os visitantes aceitaram um papel mais reativo. O resultado teve peso duplo: recolocou os giallorossi no trilho após duas derrotas e empurrou o Como para a sétima posição, confirmando o segundo tropeço consecutivo da equipe de Cesc Fàbregas.
O primeiro tempo foi de domínio territorial da Roma, embora com dificuldades para transformar volume em chances claras. O Como apostou em um ataque mais leve, com Baturina, Addai e Diao orbitando Paz, e sofreu para sair jogando diante da pressão constante liderada por Cristante. As melhores oportunidades surgiram em bolas trabalhadas pelos lados, com Wesley desperdiçando uma chance clara após jogada de Soulé, enquanto Ferguson finalizou de forma central para defesa de Butez. Do outro lado, Svilar só foi exigido de verdade já no fim da etapa inicial, em uma saída precisa diante de Douvikas, que havia entrado após a lesão de Diao.
Na volta do intervalo, o jogo ganhou mais equilíbrio com a melhora do Como, especialmente com Douvikas sendo referência ofensiva. Ainda assim, a Roma foi cirúrgica no momento decisivo. Chegou a marcar com Cristante, logo aos 48 minutos, mas o tento foi anulado por impedimento. Pouco depois, aos 60, em jogada construída pelo lado esquerdo, a bola chegou em Wesley, que apareceu bem posicionado e finalizou cruzado para vencer Butez, marcando seu terceiro gol na temporada e confirmando o aproveitamento das alas no modelo de Gasperini. A partir da vantagem, os giallorossi administraram com segurança, sustentados por uma defesa atenta e por intervenções decisivas de Ndicka, garantindo mais três pontos e reforçando a sensação de que a Loba segue viva e consistente na disputa pelas primeiras posições. Para os lariani, resta não se abalar com os resultados negativos após o encanto recente.
Gol e assistência: Cabal (Yildiz) Tops: Yildiz e Cabal (Juventus) Flops: Heggem e Dallinga (Bologna)
A Juventus deu um passo importante na corrida europeia ao vencer o Bologna no Renato Dall’Ara e assumir a quinta colocação da Serie A, ultrapassando justamente os rossoblù, que caíram para sexto após mais um tropeço. Em um confronto direto pesado, os bianconeri mostraram maturidade para sofrer quando pressionados e eficiência no momento-chave, aproveitando também a derrota do Como para ganhar terreno na tabela. A vitória por 1 a 0 teve assinatura coletiva, mas passou, mais uma vez, pela influência de Yildiz, que participou diretamente de mais um dos gols da equipe no campeonato – o fez em nove dos 19.
O primeiro tempo foi aberto e exigiu atenção máxima da Juventus, especialmente do sistema defensivo. Di Gregorio foi decisivo logo no início ao blindar a meta em sequência e, já no fim da etapa inicial, contou com a trave para segurar a finalização de Zortea após jogada de Orsolini. Mesmo sem criar em volume, a equipe de Luciano Spalletti conseguiu controlar melhor os espaços e teve um gol anulado de David, dando sinais de que poderia machucar o adversário. A sensação no intervalo era de um jogo equilibrado, mas com a Juve mais confortável na leitura dos momentos.
A definição veio na segunda etapa, quando Yildiz, após jogada ensaiada de escanteio, encontrou Cabal livre para marcar de cabeça, selando a vitória no duelo direto. Pouco depois, a expulsão de Heggem facilitou o trabalho de gestão do resultado, e a Juventus passou a controlar o ritmo com mais segurança. O retorno de Bremer, após longo período afastado, foi simbólico nesse contexto: trouxe peso, liderança e solidez para um setor que precisará estar afiado nos próximos compromissos. Com os três pontos, os bianconeri reforçam a candidatura às vagas continentais e deixam claro que, aos poucos, a equipe começa a ganhar corpo e confiança na hora certa, já que terá uma sequência mais tranquila que seus adversários na Serie A.
Gols e assistências: Nuñez (contra); Orban (Al-Musrati) e Orban (Bernede) Tops: Orban e Bella-Kotchap (Verona) Flops: Sohm e Pongracic (Fiorentina)
A Fiorentina afundou ainda mais em sua crise ao perder para o Verona no Artemio Franchi, em um confronto direto que valia muito mais do que três pontos. A equipe de Paolo Vanoli, mais uma presa à defesa com três jogadores, até tentou controlar o jogo a partir da regência de Fagioli, mas voltou a esbarrar em limitações já conhecidas e em um peso psicológico evidente. O Hellas assustou cedo, com Bernede acertando a trave, enquanto os donos da casa responderam em lançamentos buscando Kean, sempre bem marcado. A partida seguiu tensa, truncada e carregada de nervosismo, até que a entrada de Orban, após a lesão de Giovane, mudou completamente o rumo da tarde.
Aos 41 minutos, o Verona foi cirúrgico. Em transição rápida puxada por Al-Musrati, Orban explorou a lentidão de Ranieri e finalizou para vencer De Gea, abrindo o placar. O segundo tempo trouxe uma Fiorentina mais agressiva, empurrada pela urgência do resultado, com Ranieri acertando a trave em cobrança de falta e Kean desperdiçando uma chance clara após se livrar da marcação dentro da área. O empate veio aos 68, novamente com participação decisiva de Fagioli e Kean, quando a bola desviou em Nunez após intervenção de Montipò e morreu no fundo da rede, reacendendo por instantes a esperança local após o gol contra.
Esse fôlego, porém, durou pouco. Mesmo sob pressão, o Verona manteve clareza para explorar os espaços deixados por uma Fiorentina totalmente exposta. Já nos acréscimos, após lateral cobrado por Valentini, Bernede ganhou de Fortini e encontrou Orban livre para marcar seu segundo gol, decretando uma derrota devastadora para a Viola. O apito final confirmou um cenário alarmante: 15 rodadas sem vitórias, lanterna isolada e oito pontos de distância para fora do Z3. Para o Hellas, que teve 100% de aproveitamento em dois jogos, deixando de lado a falta de triunfos, existe a sensação de que ainda há caminho; para a equipe toscana, restam apenas vaias e dúvidas, com um Vanoli já em apuros no cargo. O elenco, aparentemente rachado e sem rumo, foi colocado em concentração como forma de punição pelo presidente Rocco Commisso.
Wesley mask: o lateral brasileiro decidiu para os giallorossi e comemorou como Dybala (Arquivo/AS Roma)
Gol e assistência: Noslin (Cataldi) Tops: Provedel e Noslin (Lazio) Flops: Valenti e Britschgi (Parma)
A Lazio protagonizou uma das atuações mais improváveis do campeonato ao vencer o Parma no Ennio Tardini mesmo atuando com dois jogadores a menos, encerrando um longo jejum fora de casa. Antes do caos disciplinar, a equipe de Maurizio Sarri já havia mostrado autoridade com bola, controlando o ritmo e criando as melhores chances do primeiro tempo. Cancellieri obrigou Corvi a boa defesa logo no início, Marusic teve finalização salva sobre a linha por Estévez e Basic também exigiu intervenção do goleiro, enquanto o Parma respondeu de forma pontual com Bernabé, Pellegrino e Benedyczak, sem conseguir assumir o controle do confronto.
O cenário mudou de vez aos 41 minutos, quando Zaccagni foi expulso após entrada dura no meio-campo, obrigando a Lazio a se reorganizar num desenho mais contido. Ainda assim, o time manteve coesão defensiva e clareza nas decisões, enquanto o Parma, em vantagem numérica, passou a reviver dificuldades alarmantes para construir jogo. Mesmo após o intervalo, com Pellegrino exigindo boa defesa de Provedel, os donos da casa insistiram em cruzamentos previsíveis e pouco ameaçadores, sem encontrar soluções pelo centro, apesar das entradas de Ondrejka e Cutrone.
A incredulidade aumentou quando Basic também recebeu cartão vermelho por agressão sem bola, deixando a Lazio com apenas nove atletas. Ainda assim, foi justamente nesse contexto que o desfecho se deu: Valenti falhou na proteção da área, Noslin – recém-entrado no lugar de Castellanos – aproveitou o presente, driblou Corvi e marcou o gol da vitória. O Parma tentou reagir mais na base do desespero do que da organização, sempre parando em Provedel. No apito final, a sensação foi de lição tática e mental dos visitantes, que transformaram sacrifício e disciplina em um triunfo memorável, enquanto os emilianos desperdiçaram uma oportunidade rara de pontuar e agora estão apenas dois pontos à frente do Verona, primeiro time na zona da degola.
Gols e assistências: Scamacca (Zappacosta) e Scamacca (Samardzic); Gaetano (Esposito) Tops: Scamacca e Kossounou (Atalanta) Flops: Luperto e Adopo (Cagliari)
A Atalanta fechou o sábado com uma vitória importante sobre o Cagliari, sustentada mais uma vez pelo momento iluminado de Scamacca. Sem Hien, Raffaele Palladino manteve a base que havia superado o Chelsea, enquanto os sardos repetiram a formação do triunfo contra a Roma, com Palestra pela direita. A resposta da Dea veio cedo: aos 11 minutos, Scamacca marcou seu terceiro gol consecutivo ao finalizar de letra e confirmou um início agressivo, raro para os nerazzurri nesta Serie A. O primeiro tempo foi amplamente controlado pelos donos da casa, que criaram outras chances claras com Lookman e De Ketelaere, mas esbarraram nas defesas de Caprile e em intervenções decisivas de Luperto e Obert.
Apesar da superioridade territorial, o Cagliari resistiu e permaneceu vivo no jogo, mesmo encontrando dificuldades para acionar Palestra com frequência. O sinal de alerta veio apenas no último lance antes do intervalo, quando Borrelli cabeceou para fora por muito pouco. Na volta do descanso, o ritmo caiu, e a partida entrou num período mais arrastado, ainda marcado pela lesão de Djimsiti, substituído por Ahanor. As mudanças de Fabio Pisacane surtiram efeito quando Gaetano, recém-entrado, tabelou com Esposito e finalizou colocado para empatar, premiando um segundo tempo mais equilibrado e castigando a Atalanta por não ter ampliado a vantagem antes.
O empate, porém, durou pouco. Em uma jogada simples, Samardzic cruzou, Scamacca tentou a finalização de primeira, manteve a bola viva e, atento, antecipou Caprile para marcar o gol da vitória. A doppietta consolidou a fase do centroavante e garantiu à Dea um triunfo construído na insistência, ainda que sem brilho contínuo. O Cagliari seguiu lutando até o fim, chegou a balançar as redes com Luvumbo, mas o lance foi anulado por impedimento. Ao apito final, ficou a sensação de um jogo duro, decidido no detalhe, que reforça a retomada da Dea, ainda 12ª colocada, e deixa aos sardos o gosto amargo de terem estado próximos de um resultado positivo até os últimos instantes.
A Velha Senhora venceu confronto direto com o Bologna e saltou para a quinta posição na tabela (Arquivo/Juventus FC)
Gol: Vlasic Tops: Vlasic e Coco (Torino) Flops: Baschirotto e Moumbagna (Cremonese)
O Torino reencontrou o caminho da vitória ao superar a Cremonese em um jogo que encerrou uma sequência de seis rodadas sem triunfos. Em uma semana simbólica pela volta de Gianluca Petrachi ao seu corpo diretivo após seis anos e meio, o time de Marco Baroni mostrou postura mais segura e encontrou em Vlasic o personagem decisivo. A partida começou equilibrada e com poucos espaços, enquanto os grigiorossi buscavam amplitude, sobretudo com Pezzella pela esquerda, e o Toro tentava acelerar sem sucesso nos primeiros minutos.
Com o passar do tempo, os granata ganharam confiança e passaram a ocupar melhor o campo ofensivo. Adams começou a incomodar a defesa visitante, exigindo boa intervenção de Audero, e Gineitis cresceu nos duelos físicos, mesmo alternando acertos e erros. O gol saiu aos 26 minutos, quando o cruzamento do lituano encontrou Zapata, que dominou livre. Baschirotto não conseguiu afastar e Vlasic aproveitou a sobra para marcar. A Cremonese respondeu ainda na etapa inicial, levando perigo com Bonazzoli em uma bicicleta defendida por Paleari e com Vardy – melhor jogador do mês de novembro da Serie A –, atento a um recuo arriscado, mas sem conseguir finalizar com clareza.
No segundo tempo, o Torino administrou melhor a vantagem, sustentado por maior solidez defensiva e pelas movimentações de Adams, que criou boas situações, mas pecou pelo excesso de passes ao invés de tentar finalizar por si. Baroni promoveu o retorno de Simeone, que deu energia ao time inclusive sem a bola, enquanto Davide Nicola lançou mão de várias trocas para aumentar a presença ofensiva. Moumbagna desperdiçou a melhor chance da Cremonese na reta final, e a pressão aumentou até os acréscimos, quando um possível toque de mão de Simeone gerou protestos e revisão do VAR. Sem pênalti, o apito final confirmou um triunfo magro, porém valioso para o Toro, enquanto a Cremo teve sua sequência positiva interrompida após duas vitórias.
Gol e assistência: Stulic (Banda) Tops: Stulic e Gaspar (Lecce) Flops: Canestrelli e Meister (Pisa)
O Lecce deu um passo importante na luta contra o rebaixamento ao vencer o Pisa no Via del Mare, num confronto direto que carregava peso extra na tabela. A partida começou travada, com as duas equipes receosas e pouco dispostas a correr riscos, refletindo o momento delicado vivido por ambas. Eusebio Di Francesco surpreendeu ao iniciar com Camarda no comando do ataque, enquanto Alberto Gilardino apostou em Semper no gol e na dupla formada por Moreo e Meister na frente. A saída precoce de Berisha, lesionado ainda nos primeiros minutos, alterou o plano dos salentinos, que passaram a ter em Kaba uma presença mais física no meio-campo e, pouco a pouco, assumiram maior controle da posse.
Mesmo com mais iniciativa, o Lecce encontrou dificuldades para transformar domínio em chances claras. As melhores oportunidades surgiram em bolas paradas, com Gaspar exigindo boa defesa de Semper e Tiago Gabriel desperdiçando finalização à queima-roupa após escanteio. O Pisa até ensaiou algum equilíbrio com Aebischer organizando as ações e Touré avançando pelo lado direito, mas esse ímpeto durou pouco. Aos poucos, o time de Gilardino recuou excessivamente, oferecendo campo para que Sottil explorasse o corredor esquerdo e aumentasse a pressão, ainda que o primeiro tempo tenha se arrastado sem grandes emoções.
A definição veio do banco, como tantas vezes acontece em jogos desse tipo. Na segunda etapa, o Lecce manteve a insistência ofensiva e passou a empilhar cruzamentos, enquanto o Pisa se limitava a resistir. Após a entrada de Stulic no lugar de Camarda, o cenário mudou: o atacante sérvio, até então pressionado por ainda não ter marcado com a camisa giallorossa, aproveitou o bom passe de Banda pela esquerda e marcou aos 72 minutos, finalmente quebrando o bloqueio nerazzurro. O gol deu tranquilidade aos mandantes, que controlaram o ritmo até o fim diante de um Pisa inofensivo, incapaz de finalizar. A vitória levou os apulianos aos 16 pontos e lhes permitiu abrir seis de vantagem para a zona de descenso, enquanto os toscanos acumulam mais um revés em um cenário cada vez mais preocupante.
Provedel (Lazio); Kabasele (Udinese), Bella-Kotchap (Verona), Ndicka (Roma); Wesley (Roma), Ekkelenkamp (Udinese), Vlasic (Torino), Bartesaghi (Milan); Lautaro (Inter), Scamacca (Atalanta), Orban (Verona). Técnico: Kosta Runjaic (Udinese).









































