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·5 November 2025
A metamorfose de Filipe Luís: do sub-20 à final da Libertadores em um ano

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·5 November 2025

Quando 2024 começou, Filipe Luís era uma promessa no comando do Sub-17 do Flamengo. No final de 2025, ele é o arquiteto da campanha do Flamengo em duas frentes, a caminho de uma final de Libertadores e disputando o título do Brasileirão.
A sua ascensão foi rápida, uma transição de ídolo em campo para comandante na área técnica, mas não foi isenta de turbulência. Este é o resumo do primeiro ano de Filipe Luís como treinador.
Aposentado como jogador no final de 2023, Filipe Luís mergulhou nos estudos para obter as licenças de treinador da CBF.
A sua primeira decisão veio em janeiro de 2024, quando foi convidado pela CBF para ser Coordenador Técnico da Seleção Brasileira.
Ele recusou. A sua ambição era o campo. O Flamengo ofereceu-lhe o caminho: assumiu o Sub-17, onde foi campeão da Copa Rio.
Em junho de 2024, foi promovido ao Sub-20 e, em poucos meses, conquistou o Mundial de Clubes da categoria. Quando Tite foi demitido, assumiu como interino e em um início avassalador, conquistou a Copa do Brasil de 24 e acabou por ser efetivado.
A filosofia de Filipe Luís é uma importação dos seus anos na Europa, sob a tutela de Diego Simeone e José Mourinho.
O seu pilar é a solidez defensiva. Ele prioriza linhas compactas, uma pressão organizada e um controle de bolas paradas e cruzamentos laterais.
A defesa do Flamengo é a prova do seu sucesso. Na Libertadores a equipe chega a final com apenas 5 gols sofridos em 12 jogos. No Brasileirão os números impressionam ainda mais. Em 30 partidas, a equipe rubro-negra levou apenas 16 gols.
No ataque, ele é flexível. O seu sistema base é o 4-2-3-1, mas ele varia para um 4-4-2 ou até um 3-4-3 para criar superioridade numérica contra a pressão adversária.
Como ex-lateral, a sua marca tática é o protagonismo dos alas. Ele exige que os seus laterais deem amplitude e profundidade, criando superioridade pelos flancos.
Taticamente, Filipe Luís é um paradoxo: uma influência de Simeone na defesa, priorizando a estrutura, mas com foco na amplitude dos laterais no ataque e na saída de bola com 3 jogadores para criar superioridade no meio. Ele fundiu as suas experiências.
Se a sua tática é híbrida, a sua filosofia de gestão é focada no grupo acima do indivíduo. Isso gerou faíscas no balneário do Flamengo.
A primeira crise explodiu em julho. Após um jogo, o treinador não hesitou em criticar publicamente o seu principal avançado, Pedro, dizendo que a atitude do jogador nos treinos era "deplorável, quase ridícula".
Pedro respondeu nas redes sociais, classificando a fala como "desrespeitosa", criando uma crise pública que a diretoria teve de gerir.
A segunda polêmica veio em agosto, após a eliminação da Copa do Brasil. Numa coletiva, Filipe Luís falou sobre a opinião online: "As cobranças do torcedor do Flamengo, rede social que eu nem comento, é uma selva. Se você se guiar pelas redes sociais, não está a verdade ali… A verdade está no estádio".
Esta declaração gerou reações. Ele não pareceu compreender que, para o Flamengo — um clube com a maior parte da sua torcida espalhada pelo Brasil e que não pode ir ao estádio —, as redes sociais são o estádio. Ao desvalorizar o "digital", ele pareceu desconectado da base dos torcedores.
O ano de 2025 foi a educação de Filipe Luís. Ele provou ser um mestre tático. Mas teve de aprender, através de crises públicas, que treinar o Flamengo é 50% tática e 50% gestão de crises.
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