A Roma mostrou força coletiva, bateu o Rangers e somou vitória importante na Liga Europa | OneFootball

Enfim, uma noite tranquila para a Roma em nível continental. Em Glasgow, pela quarta rodada da Liga Europa, o time de Gian Piero Gasperini venceu com autoridade, sem sobressaltos e com uma serenidade que não se via desde a estreia na competição. O triunfo por 2 a 0 sobre o Rangers, insólito lanterna do torneio, representou a segunda vitória consecutiva fora de casa, um dado curioso diante do desempenho instável no Olímpico, onde acumulou duas derrotas. Com o triunfo, a equipe giallorossa limpou um pouco a mancha deixada pelos tropeços diante de Lille e Viktoria Plzen, voltando a respirar em sua campanha.

Com Dybala ausente, o Soulé foi o escolhido por Gasperini para assumir o protagonismo, enquanto Dovbyk e Pellegrini completaram o setor mais avançado da equipe. Desde os primeiros minutos, a Roma mostrou que não pretendia se complicar dessa vez. A abordagem na visita ao Ibrox Stadium foi firme e concentrada, com intensidade e domínio territorial que rapidamente desarmaram o plano de jogo do adversário. A equipe italiana começou o jogo com controle total da posse de bola, trocando passes com paciência e explorando bem os escanteios cobrados pelo seu camisa 7 e ex-capitão.

A superioridade logo se traduziu no placar: aos 13 minutos, Soulé abriu o marcador de cabeça, após desvio de Cristante no primeiro pau, justamente em cobrança de escanteio de Pellegrini. O gol deu tranquilidade aos giallorossi, que seguiram dominando as ações, enquanto o Rangers tentava responder em lançamentos longos e chutes cruzados – Chermiti, o centroavante dos escoceses, chegou a levar perigo aos 16 minutos, mas finalizou para fora. De resto, os mandantes, treinados pelo alemão Danny Röhl, se mostraram frágeis e previsíveis.

Soulé abriu o placar bem cedo, dando tranquilidade aos giallorossi (Arquivo/AS Roma)

A Loba manteve o ritmo. Soulé obrigou o goleiro adversário a boa defesa aos 21, e Hermoso quase ampliou em cabeçada após novo escanteio. O volume de jogo era grande, e o segundo gol parecia questão de tempo. Aos 36 minutos, ele veio: Mancini lançou com precisão, Dovbyk protegeu com elegância e serviu Pellegrini, que finalizou com categoria. O ucraniano, ainda em busca de seu espaço e da própria confiança, ganhou pontos com o técnico pela jogada inteligente, que lhe rendeu assistência. O Rangers até tentou reagir antes do intervalo, mas Svilar e Mancini salvaram a Roma em duas intervenções cruciais.

No segundo tempo, o ritmo caiu. A Roma diminuiu a posse, mas manteve o controle tático da partida. No time escocês, o técnico Röhl buscou alternativas ofensivas com Aasgaard e uma formação mais aberta, mas a iniciativa não trouxe resultados. A defesa romana, bem postada, neutralizou os cruzamentos e impediu que os escoceses criassem chances reais. Gasperini, ciente da maratona de jogos, aproveitou para rodar o elenco: Koné e El Shaarawy substituíram os meias ofensivos, e o time passou para um 3-5-2 mais sólido, voltado à contenção e ao contragolpe.

Além de se defenderem bem, os romanistas criaram boas oportunidades de ampliarem. Especialmente aos 70 minutos, quando Çelik teve a chance de empurrar para as redes um chute mascado de Tsimikas, mas se enrolou todo ao tentar cabecear e, com a coxa, acertou o travessão mesmo estando a menos de dois metros do gol. Já o Rangers esbarrou na boa atuação do goleiro Svilar, que fez defesas importantes, inclusive em chute de Danilo Pereira aos 78.

No segundo tempo, Çelik perdeu uma chance incrível de aumentar o placar para os italianos (Arquivo/AS Roma)

A Roma continuou administrando o placar com maturidade, segurando o ímpeto escocês até o apito final, selado com uma vitória convincente, construída com eficiência no primeiro tempo e solidez no segundo. No Reino Unido, a equipe apresentou equilíbrio tático, aproveitou as bolas paradas e mostrou consistência defensiva – virtudes que faltaram nas duas rodadas anteriores. Soulé vai se consolidando como opção confiável na ausência de Dybala, enquanto Pellegrini reafirmou seu papel de líder técnico e anímico. No todo, a Loba parece mais consciente dos recursos que tem à disposição.

No fim das contas, o resultado, a postura e o controle da partida trouxeram um alívio que o time precisava na Liga Europa. Sobretudo considerando que o próximo desafio será duríssimo: a equipe italiana recebe o surpreendente Midtjylland, da Dinamarca, líder com 100% de aproveitamento. Até lá, ainda há ajustes a serem feitos, sobretudo para que o time obtenha mais fluidez ofensiva e Dovbyk possa deslanchar. Já o Rangers, zerado e à beira da eliminação, enfrentará o Braga no Ibrox Stadium.