Análise: São Paulo tem atuação apática contra o Mirassol e sofre para se encontrar em meio à crise | OneFootball

Por Thais Bueno

O São Paulo teve uma atuação apática, dentro e fora de campo, na derrota por 3 a 0 para o Mirassol no último domingo. O Tricolor parece não conseguir se encontrar em meio à crise e chegou à sétima derrota nos últimos oito jogos, mostrando que a reta final da temporada pode ser mais sofrida do que o previsto após o grande início do técnico Hernán Crespo.

O São Paulo veio com muitas mudanças na escalação que enfrentou o Grêmio no meio da semana. Duas delas chamaram maior atenção: a escolha por Lucas como titular no lugar de Luciano, formando um ataque mais móvel com Tapia, e a entrada do garoto Maik na ala direita, substituindo Maílton.

A equipe começou a partida desorganizado na marcação e foi castigado com um gol relâmpago. Bobadilla errou o passe no meio e o Mirassol retomou. Em uma boa trama, a bola chegou em Reinaldo, que cruzou para dentro da área. Ninguém da defesa conseguiu cortar e a bola chegou em Alesson, que cabeceou para o fundo das redes. Ao sair atrás tão cedo no placar, o Tricolor precisou mudar rapidamente as estratégias pensadas para o jogo.

O Mirassol entregou a posse de bola para o São Paulo, que trocou muitos passes no campo de ataque, mas sem conseguir ser efetivo no último terço do campo. O Tricolor também passou a pressionar bastante a saída de bola do time mandante, mas tal pressão não surtiu grandes efeitos.

Nos primeiros 20 minutos de jogo, a impressão era de que toda bola aérea na área do São Paulo era um Deus nos acuda. Em uma nova bola alçada para dentro da área, a zaga tricolor se trombou e a bola sobrou com Cristian, que conseguiu a finalização. O time visitante foi salvo por Rafael, que fez grande defesa e evitou o segundo do Mirassol. O cenário se repetiu poucos minutos depois, com Rafael fazendo mais uma boa defesa em cabeceio de Alesson.

O São Paulo não conseguiu criar praticamente nenhum lance de perigo ao gol de Walter. Faltou amplitude aos alas, que não apoiaram o ataque e deixaram o jogo muito centralizado no meio, facilitando a marcação do Mirassol. Houve ainda uma insistência muito grande na bola aérea ofensiva, sendo que Lucas e Tapia não são atacantes altos.

Posteriormente, em um erro individual de Alan Franco, que cometeu pênalti em cima de Carlos Eduardo, o Tricolor viu tudo desmoronar e levou o segundo gol, o que deixou o cenário ainda mais complicado. Marcos Antônio ainda teve chance de diminuir no último lance, mas Walter fez grande defesa. O primeiro tempo do São Paulo, de forma geral, foi resumido pela falta de organização ofensiva e defensiva.

Apatia em campo e no banco do São Paulo

O São Paulo voltou para o segundo tempo sem mudanças, mesmo com a necessidade de buscar o resultado. O Tricolor até conseguiu uma boa chegada com Maik indo à linha de fundo e cruzando, mas Tapia bateu por cima do gol. A apatia pareceu tomar conta até do banco de reservas, uma vez que Crespo também não mudou as peças em busca de uma reação.

O treinador só foi fazer as primeiras trocas aos 27 minutos do segundo tempo, depois do São Paulo já ter levado o terceiro gol em um pênalti um tanto polêmico. Além disso, o comandante não buscou fazer alterações de formação para deixar o time mais ofensivo, só trocou as peças: Lucas e Tapia saíram para as entradas de Rigoni e Luciano.

Se antes do 2 a 0 o jogo já estava difícil para o São Paulo, o terceiro gol selou a derrota e o desânimo tricolor. As demais alterações de Crespo também não mudaram muita coisa, e o Tricolor foi absolutamente dominado pelo Mirassol, que nos minutos finais já parecia estar em ritmo de treino.

O alto número de desfalque não pode ser uma desculpa para as más atuações recentes do São Paulo, que tem deixado – e muito – a desejar, tanto em futebol quanto em resultados. O time sofre para encontrar soluções em meio à crise e precisará melhorar muito se ainda quiser buscar uma vaga direta na Libertadores via Brasileirão.

Situação na tabela

Com o resultado, o São Paulo amargou o terceiro revés consecutivo no Brasileirão, e a crise persiste nesta reta final de temporada. O Tricolor segue estacionado na oitava posição do Brasileirão, com 38 pontos, e viu a vaga na Libertadores ficar um pouco mais distante.

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