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·8 Mei 2025
Análise tática de Central Córdoba 1X1 Flamengo: erros em abundância e desgaste alarmante

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·8 Mei 2025
Na noite da última quarta-feira (7), o Flamengo voltou a tropeçar na Copa Libertadores. O empate por 1 a 1 contra o Central Córdoba, em Santiago del Estero, foi mais do que um resultado ruim: escancarou as fragilidades de um time que ainda não sabe competir fora de sua zona de conforto.
Em uma atuação marcada por erros técnicos, desorganização nas fases do jogo e evidente desgaste físico, o rubro-negro perdeu o duelo tático e emocional para uma equipe menos qualificada, mas muito mais disposta.
O Flamengo, sob o comando de Filipe Luís, tem como característica principal a posse e o domínio territorial. Porém, na Argentina, o Rubro-Negro não conseguiu impor seu estilo.
O índice de 86% de acerto nos passes esconde um dado mais alarmante: foram 66 erros em 495 tentativas, muitos deles em setores vitais, como a transição ofensiva e a saída curta.
Gerson, que não vem rendendo o esperado desde a renovação de contrato, liderou o número de passes errados (10), seguido por Danilo e Ayrton Lucas (8 cada). Esses erros interromperam qualquer tentativa de fluidez no jogo e tornaram o Flamengo vulnerável aos contra-ataques do Central Córdoba.
O Mais Querido conseguiu poucas vezes ter uma troca de passes sem ceder a bola para o Central Córdoba, algo inaceitável para quem pretende ser protagonista na Libertadores.
Outro problema evidente foi a incapacidade de pressionar de forma coordenada. No primeiro tempo, Pedro foi engolido pelos zagueiros e não conseguiu oferecer nenhum tipo de combate na saída de bola. Com o bloco desorganizado, o Central Córdoba encontrou facilidade para sair jogando, principalmente com lançamentos nas costas dos laterais.
No segundo tempo, mesmo com a entrada de Juninho e Luiz Araújo, o panorama não mudou. A posse subiu para 57%, mas a equipe continuou inoperante com a bola; um domínio territorial estéril, que em nada ameaçou o adversário. A circulação lenta e a ausência de movimentação entre linhas facilitou o trabalho defensivo dos argentinos.
A principal falha defensiva aconteceu aos 15 minutos do segundo tempo: mesmo com ampla superioridade numérica na área (oito contra quatro), o Flamengo permitiu um cruzamento livre de Angulo e uma cabeçada tranquila de Veron. Ayrton Lucas, Léo Pereira e Danilo estavam na área, mas não marcaram ninguém.
Esse lance sintetiza o problema maior: não foi um erro individual, mas coletivo. Como bem disse Filipe Luís após o jogo, a equipe não conseguiu "pressionar ou subir a pressão da forma que deveríamos". A linha de defesa foi constantemente exposta por erros na recomposição e pela incapacidade dos volantes de proteger o setor central.
Mais do que os números, o que preocupa é o padrão: o Flamengo mostra dificuldades sempre que sai de sua zona de conforto. Seja em jogos fora de casa, em campos com gramado irregular, sob pressão física ou diante de marcações altas, como contra o Cruzeiro, o time demonstra fragilidade emocional e estrutural.
O Rubro-Negro agora se vê obrigado a vencer os dois últimos jogos da fase de grupos para evitar uma eliminação precoce, um cenário impensável quando o sorteio foi feito.
Para isso, Filipe Luís precisa encontrar soluções rápidas: melhorar a compactação, treinar situações de pressão adversária, aprimorar a transição defensiva e, sobretudo, resgatar o espírito competitivo da equipe.
A Libertadores exige mais do que talento. Exige entrega, adaptação e capacidade de competir. O Central Córdoba, limitado tecnicamente, entendeu isso. O Flamengo, favorito do grupo, ainda não.