
Gazeta Esportiva.com
·2 Oktober 2025
Andrés Sanchez depõe ao MP sobre cartões corporativos do Corinthians; veja detalhes

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·2 Oktober 2025
Nesta quinta-feira, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, prestou depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e explicou os supostos gastos pessoais indevidos durante sua gestão à frente do clube.
Segundo apurou a Gazeta Esportiva, o depoimento aconteceu por videoconferência e durou aproximadamente 15 minutos. Dois temas principais foram abordados pelo promotor responsável pelo caso, Cassio Roberto Conserino: as despesas de cerca de R$ 5 mil em uma joalheria e de quase R$ 7 mil em Fernando de Noronha, em 2020.
Em relação ao gasto no arquipélago, Andrés admitiu que estava embriagado e se confundiu ao usar o cartão, pois, em suas palavras, ele possui um cartão do mesmo banco, o Santander.
Já sobre a joalheria, o ex-presidente alegou que tratou-se de um relógio que foi entregue por ele como presente para um membro da CBF com o qual ele teve uma reunião naquela oportunidade. Andrés vê a prática como algo comum no meio do futebol e julgou oportuno presentear o integrante da Confederação na ocasião.
Estas foram as mesmas explicações dadas por Andrés Sanchez em uma reunião do Cori (Conselho de Orientação do Corinthians). Durante o depoimento desta quinta, ele se colocou à disposição do Ministério Público para eventuais novos questionamentos, uma vez que os documentos estão sendo inserido aos poucos nas investigações. Existe, portanto, a possibilidade dele ser convocado para depor mais vezes.
O advogado de Andrés Sanchez chegou a pedir dispensa da oitiva por entender que os fatos já haviam sido explicados. Porém, o ex-presidente do Timão decidiu participar.
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público em meados de junho deste ano. À época, o órgão também agendou oitivas com o atual presidente, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, a fim de entender o funcionamento dos cartões corporativos do Corinthians.
Inicialmente, a apuração do MP iria abranger somente o período das gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio Monteiro Alves (2021 a 2023). Porém, após ouvir alguns depoimentos, o órgão decidiu investigar também o mandato de Augusto Melo. Além de uma suposta apropriação indébita, são apurados também os possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
(Foto: Reprodução/YouTube)
O caso veio à tona no início do mês de julho, quando Andrés admitiu ter utilizado o cartão de forma indevida para pagamento de despesas pessoais em Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, no fim de seu último mandato, em 2020.
Dias após a revelação dos gastos, ele ressarciu o Corinthians com juros e correção monetária. O ex-presidente, no entanto, responde a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do clube. Os torcedores pedem punições e até a expulsão de Andrés.
Houve, também, uma acusação de supostos gastos pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. As despesas, contudo, não estão necessariamente ligadas ao ex-presidente. Ele não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.
No início do mês de setembro, o MP pediu à Justiça que Andrés, Duilio e Augusto Melo sejam temporariamente afastados dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do Corinthians durante a investigação. Até o momento, no entanto, não houve uma manifestação do Poder Judiciário.
(Foto: Peter Leone/O Fotografico/Gazeta Press)
O Corinthians informou, há cerca de duas semanas, que concluiu a entrega dos documentos sigilosos solicitados pelo MP. O clube se coloca à disposição das autoridades, mas teme vazamentos e reforça o cuidado para não expor ainda mais a imagem de instituição.
Além das supostas despesas pessoais, o MP também abriu investigação para apurar uma possível ligação do clube com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), motivada pelo depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do CD do Corinthians, colhido pelo órgão.