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·21 Oktober 2025

Ao vivo e a preto e branco: Newcastle, onde o jornalista faz parte do jogo

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Os sorrisos geordies são distintos. Sorriem naturalmente, sem esforço. O press officer do Newcastle sorri, a senhora das águas sorri, os polícias sorriem e os jornalistas… isso mesmo, sorridentes são.

Por falar em jornalistas, e num período em que a função dos Media é mais essencial do que nunca, é importante elogiar o tratamento que lhes/nos é dada no St. James’ Park.


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A experiência de jogo nada tem a ver com o costumeiro distanciamento e tolerância indisposta a que tantas vezes somos expostos. Em Portugal e não só.

Aqui, onde escrevemos estas linhas, tudo é diferente. E há exemplos concretos para suportar esta impressão.

Na conferência de imprensa da véspera do 3-0, o funcionário responsável pelas acreditações atende-nos com curiosidade e pergunta pelo nosso país e – no nosso caso – pelo zerozero. Lamenta só haver café, chá e biscoitos, mas promete que no dia do jogo não faltará comida.

The Shak: um amor e uma cabana... para o Newcastle

O zelo autoritário do mais banal funcionário não sofre aqui as réplicas nacionais – há exceções, e boas, no nosso país. Outro exemplo: já no dia do Newcastle-Benfica, somos convidados por dois elementos da segurança a espreitar o The Shack.

O que é o The Shack? Temos vídeos no nosso instagram que mostram em sons e imagens o que estas palavras não conseguirão alcançar. O The Shack é um pub/bar de dimensões generosas, onde se juntam os adeptos apaixonados do Newcastle. Mas não é um pub qualquer.

Há pequenas barraquinhas de comes e bebes, mesas a abarrotar de comunhão e música, música e mais música, cantada a plenos pulmões. Emocionante. Tudo antes do pontapé de saída. Pais e filhos, avôs e netos, uma casa aberta dos 8 aos 80 anos. Magnífico.

Já na zona reservada aos Media, o jantar é simpatiquíssimo – mesmo numa zona onde, realmente, o gosto pela gastronomia muito deixa a desejar. Sopa, fruta variada, puré com molho gravy, frango ou opção vegetariana.

As pessoas do Newcastle são generosas, querem agradar, falam-nos das camisolas expostas nas paredes e perguntam-nos se conhecemos Peter Beardsley, Bobby Moncur, Alan Shearer, Bobby Robson... claro que sim, mate, como não?

Falta falar do posicionamento durante o jogo. Tivemos a sorte de ficar na primeira fila, imediatamente atrás dos bancos de Benfica e Newcastle, com Mourinho e Howe a escassos metros – de nós e entre eles.

Visão perfeita, pormenores vividos à pele e, acreditamos, um serviço mais bem prestado a quem nos lê. Não é fácil testemunhar uma atmosfera como esta na casa de Sir Bobby Robson, de profunda devoção à equipa toon.

Qualquer tentativa de remate, qualquer pontapé de canto, qualquer corte de carrinho é merecedor dos berros e cânticos apaixonados da turba britânica. Os oooohhhhh e os uuuhhhh parecem disparados por um estudo mnemónico devidamente coreografado. Único.

Não sabemos se nos jogos da Premier League o ambiente é assim. Garantem-nos que sim, mas teremos de cá voltar um dia para testemunhá-lo. No final do jogo, até Costinha - o campeão da Europa pelo FC Porto - nos confessava a sua estupefação por toda a semiótica preta e branca. Puríssima.

Em Newcastle, no sagrado St. James’ Park, o jornalista faz realmente parte do jogo. Gentileza destas gentes do norte inglês.

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