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·15 Oktober 2025
Bap revela boicote e complôs liderados por Palmeiras e São Paulo para rebater alegações de egoísmo do Flamengo

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·15 Oktober 2025
Após rivais criarem - com ajuda da grande imprensa - uma narrativa de que o Flamengo é egoísta nas discussões que regem a divisão de direitos de TV na Libra, Bap resolveu dar a resposta mais dura até agora. Em entrevista ao UOL, o presidente rubro-negro afirmou que o clube tem sido alvo de um complô nos bastidores, liderado por Palmeiras e São Paulo.
O discurso de egoísmo, portanto, serve apenas para mascarar atitudes excludentes e combinadas de antemão entre maior parte dos outros clubes da Libra, mas com "liderança" da dupla paulista.
"Quem é egoísta? Quem é excludente? Na verdade, os outros clubes são excludentes ao Flamengo."
Foi com essa frase que Bap começou a inverter a narrativa construída contra o Flamengo. Segundo ele, enquanto o Clube tenta participar de todas as discussões sobre o futuro do futebol brasileiro, alguns clubes tomam decisões isoladas e "joga a culpa nos outros" quando são contrariados.
Bap explica que foram meses tentando negociar e chegar a um meio-termo. As posturas dos demais clubes, no entanto, sempre foram de sequer contra-argumentar. Na visão dele, rivais sequer analisaram a proposta do Flamengo até o momento em que o Rubro-Negro decidiu ir para a Justiça.
"Tentamos (um acordo) por oito meses [...] Eu acredito que só foram prestar atenção no pleito do Flamengo depois que entramos na Justiça [...] Me surpreende muito a posição sectária e excludente que eles tiveram. Em nenhum momento quiseram discutir, não fizeram pergunta sobre nenhum detalhe de fórmula", conta o presidente do Flamengo.
"Havia uma discussão sobre cenários e quanto era apresentado para eles, antes da gente explicar já tinha gente votando. Você nem falava o que queria e já tinha quem votasse contra. Tentamos durante oito meses chegar a um acordo sobre cenários e não chegamos. Não foi por falta de vontade do Flamengo, muito pelo contrário."
Agora, contudo, Bap garante que a vontade do Flamengo mudou, indicando que o Clube não será mais tão flexível nas discussões - vale lembrar que o Mais Querido perde muito dinheiro até mesmo no próprio cenário que propôs. Em seguida, revelou que há reuniões prévias entre maioria dos clubes da Libra sem a presença do Flamengo, nas quais já são decididas as posições do bloco em futuras assembleias abertas.
"Importante dizer: não houve uma única contraproposta do lado de lá. Não houve discussão de mérito, de absolutamente nada. A gente sabe que todas essas votações foram precedidas de reuniões prévias sem o Flamengo para que combinassem seus votos. Os clubes se reuniam antes, decidiam voto e iam para a reunião. Quando o Flamengo acabava de apresentar seu cenário, eles votavam contra."
"Fica claro que nunca houve intenção clara de chegar a um acordo. Era só bater o martelo e ser da forma como eles queriam [...] Então a ideia de que o Flamengo é excludente, não participa, não é verdade. Flamengo participa e quer participar e talvez seja um problema à medida que você se choca com a narrativa de um Flamengo egoísta", contou Bap.
Bap também denunciou que Palmeiras e São Paulo articularam para barrar a entrada do Flamengo no comitê de integração com a Liga Forte Futebol (LFU), grupo rival da Libra, criado para tentar unificar as duas frentes.
"O Flamengo pediu para participar do comitê de integração com a Liga Forte, e Palmeiras e São Paulo votaram contra [...] Não existe uma Liga no Brasil sem a participação do Flamengo nesse processo. Eu, como presidente do Flamengo, não vou abrir mão disso."
O dirigente rubro-negro afirma que essa foi a prova definitiva de que a Libra não quer unidade, mas sim manter o Flamengo isolado. Segundo ele, o comportamento dos dois clubes mostra que há uma aliança velada para controlar as decisões da liga, sem diálogo real com os demais.
Na entrevista, Bap ainda reforçou que o Flamengo tem interesse na união do futebol brasileiro, mas que o processo se tornou um jogo de poder e vaidade.
"Nesses dez meses de contato com o pessoal da Libra, não houve uma única reunião em que se discutisse o futebol brasileiro [...] Alguns clubes só pensam em dinheiro, em tirar vantagem. Dedicam mais tempo e energia a aparecer em público, a propagar seu ego do que, de alguma forma, em trabalhar pelo interesse coletivo."
Na esteira dos embates contra os demais clubes da Libra, em especial Palmeiras, liderado por Leila Pereira, Bap garante não haver mau relacionamento com ela, ou com Casares (presidente do São Paulo), ou qualquer outro. Afirma, no entanto, que com a presidente palmeirense, houve um aumento de tensões causadas pela forma "mimada" com que ela lida com os debates.
Leila usou as últimas semanas para aparecer às custas do Flamengo. Entre as declarações está a sugestão de que o Flamengo jogasse sozinho e saísse da Libra. Falas essas que Bap considerou como infantis.
"Declaração infantil, tentando colocar uma coisa que não é viável. Não existe isso. Quem é que discutiu que quer estar separado? Como que vai jogar sozinho? É uma conversa rasa até para criança de quinta série, uma tolice. Tenta criar uma cortina de fumaça num problema que é muito claro e material, que é como você divide um dinheiro que não estava definido", bradou.
Por fim, o presidente do Flamengo reafirma a presença na Libra e questiona a hipocrisia no discurso sobre o Clube sair do bloco.
"O Flamengo não tem interesse em sair da Libra. Se a Libra tem interesse em votar pela saída, nós também não vamos dar unanimidade. Vai ficar muito claro, se eles colocarem o Flamengo para fora, que não querem construção de acordo coletivo. O Flamengo é o malvadão, separatista, e eles querem botar o Flamengo para fora? Isso só vai mostrar que eles queriam o Flamengo para aumentar o bolo deles, mas não querem dar o pedaço que fosse adequado pro Flamengo."