AVANTE MEU TRICOLOR
·4 November 2025
BASTIDORES: Casares quer Rui Costa como homem forte no futebol para poder, enfim, tirar Belmonte da Barra Funda

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·4 November 2025

Os bastidores do São Paulo, que pareciam calmos desde que o superintendente Márcio Carlomagno passou a trabalhar diariamente no CT da Barra Funda, voltou a ficar conturbado com o vazamento da informação de que o clube negocia um novo acordo contratual com o seu executivo de futebol Rui Costa.
A informação foi divulgada inicialmente pelo portal ‘Globo Esporte‘ como sendo uma negociação para prorrogação do vínculo do profissional. Mas, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou, há certa resistência interna quanto a isso. Costa tem contrato com o clube do Morumbi até o final do ano que vem, quando justamente acaba o atual mandato do presidente Julio Casares. Na prática, com a sucessão confusão e sem um nome claro do mandatário para ser o escolhido, a presença do profissional com uma nova gestão não agrada ninguém, do próprio executivo a aliados políticos.
Passadas algumas da publicação da reportagem dos colegas, novas informações internas foram vazadas. Uma delas é de que Carlomagno aprovou o trabalho de Costa ao observar as coisas mais de perto. Outras, dizem que o executivo vem ganhando mais espaço, sendo agora quem viaja ao lado do time e quem intermedia negociações da diretoria com o elenco, por exemplo.
As duas estão corretas. Mas escancaram, por outro lado, um ponto até certo ‘perverso’: o diretor de futebol Carlos Belmonte está cada vez mais escanteado por Casares. E conforme o AMT apurou na manhã desta terça-feira (4), a insistência em ‘promover’ Costa tem a ver com sua decisão de tirar Belmonte de vez da sua gestão.
Não é uma informação necessariamente nova. Nós já revelamos aqui anteriormente que no momento de maior crise interna do clube, após a eliminação na Copa Libertadores e sem conseguir engatar uma série de vitórias no Campeonato Brasileiro, Casares foi duramente pressionado por aliados para que mudanças ocorressem na Barra Funda. E aqui pode-se ler que a principal delas era a saída de Belmonte.
Ocorre que existem dois problemas. O primeiro, mais óbvio, Casares não queria reforçar fileiras oposicionistas demitindo o diretor de futebol que um dia foi o seu grande aliado. O outro, mais prático, é a ausência de um nome para substituí-lo sem causar mais rusgas à sua base de apoio. O futebol profissional é o carro chefe do São Paulo. É o posto mais prestigiado. E o escolhido iria ser visto como um indicativo óbvio de escolha do mandatário para sua sucessão.
A saída, então, para o indeciso presidente, que não quer desagradar nem gregos, nem troianos, seria efetivar Costa, profissional de fora, o que lhe ajudaria inclusive a passar um ar mais profissional à sua despedida da cadeira de quem manda, fundamental para limpar um pouco a imagem arranhada neste ano, quando passou a ser ofendido nas arquibancadas.
Fora isso, teria um impacto, digamos, menor. Sim, Belmonte pode ser xingado por torcedores (e até por diretores), mas ganhou status nos cinco anos no cargo, sendo respeitado por jogadores, empresários e até dirigentes rivais. A grosso modo, a efetivação de Costa representaria um continuísmo.
Por outro lado, a entrada de Carlomagno no cotidiano do CT tinha exatamente esse viés de aumentar a fidelidade na Barra Funda, um terreno que passou a ser mais pantanoso para os ‘casaristas ferrenhos’, com Belmonte cada vez mais distanciado do presidente. Mas o tiro saiu pela culatra. O superintendente tinha o pedido de chegar chutando a porta. Mas encontrou um ambiente controlado por Belmonte. E cercado por pessoas que se tornaram leais ao diretor. Da rivalidade implícita, surgiu a cumplicidade entre os dois. E veio o anúncio interno do escolhido de que seus planos não incluem ser candidato à sucessão.
A reportagem já revelou anteriormente que Casares e Belmonte não falam mais a mesma língua há cerca de três meses, desde que Belmonte foi ofendido por um diretor do clube em mensagem vazada por aplicativo. Apesar do clima de cumplicidade que Casares tentou transmitir em entrevista coletiva concedida no CT da Barra Funda, a coisa só se complicou desde então, após o diretor de futebol ter a certeza que não será o indicado para concorrer à sucessão do presidente no final do ano que vem. E ressaltar que seu grupo político é contra o projeto do fundo de investimento e participações (FIP) para as categorias de base em Cotia.
O problema para o presidente é que Costa está sendo sondado para retornar ao Grêmio em 2026 e demonstra uma lealdade inesperada (a Casares) com Belmonte.









































