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·10 Oktober 2025

Corinthians gasta mais com salários que o Flamengo, mas fatura quase 40% a menos

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O Corinthians divulgou nesta sexta-feira (10) o seu segundo balancete trimestral de 2025, e os números reforçam o alerta financeiro. Mesmo com leve crescimento na arrecadação, o clube gasta mais com salários do que o Flamengo, embora tenha uma receita muito menor.

De acordo com o relatório oficial de suas contas, o Corinthians registrou R$ 297,4 milhões em despesas com pessoal até julho deste ano, contra R$ 236 milhões do Flamengo no mesmo período. A diferença representa 26% a mais de gasto por parte do clube paulista.


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O contraste é ainda maior nas receitas: enquanto o Flamengo arrecadou R$ 712 milhões no primeiro semestre, o Corinthians ficou em R$ 457 milhões. Quase 40% a menos.

Eficiência de gestão em lados opostos

Na prática, o Corinthians destina cerca de 65% de toda a receita para pagar salários e encargos, percentual acima do limite sustentável recomendado por entidades de governança esportiva. O Flamengo, em contrapartida, mantém sua folha em torno de 33% da receita, o que garante superávit operacional e equilíbrio de caixa.

O descompasso reflete estruturas de gestão distintas. O Flamengo consolida um modelo de eficiência e controle orçamentário, enquanto o Corinthians lida com contratos pesados, encargos financeiros e alto custo fixo, que pressionam o resultado final.

Crise financeira já afeta o futebol: Corinthians sob transferban

A situação financeira do clube começa a ter impacto direto dentro de campo. Com a punição imposta pela Fifa devido à dívida com o Santos Laguna pela contratação de Félix Torres, o Corinthians está impedido de registrar novos jogadores até que quite o débito, avaliado em cerca de R$ 40 milhões.

O clube tentou um acordo oferecendo 70% do valor de forma parcelada, mas a proposta foi recusada pelos mexicanos, que exigem pagamento integral em parcela única, fora da capacidade financeira atual do Timão.

Além dessa pendência, o Corinthians ainda enfrenta dívidas com Matías Rojas (R$ 40 milhões em disputa na Corte Arbitral do Esporte) e com o Talleres da Argentina pela compra de Rodrigo Garro (US$ 4,3 milhões, cerca de R$ 23,3 milhões).

Essas restrições obrigaram o clube a encerrar a janela sem contratações de impacto, trazendo apenas Vitinho, atacante de 31 anos, que chegou sem custos após rescindir com o Al-Ettifaq, da Arábia Saudita, acordo esse fechado às pressas, antes da sanção entrar em vigor.

Lembrando que os paulistas acertaram apenas recentemente a dívida que tinham com o Flamengo pela compra dos direitos econômicos do lateral-direito Matheuzinho, mas ainda mantêm pendências em relação à aquisição de Hugo Souza.

Reflexo direto dentro e fora de campo

A diferença de capacidade financeira entre Corinthians e Flamengo se traduz tanto nas contas quanto no gramado. Com superávit e caixa positivo, o clube carioca segue investindo em infraestrutura e elenco, enquanto o Corinthians luta para equilibrar as finanças e cumprir compromissos básicos.

O novo balancete revela prejuízo acumulado de R$ 103 milhões e dívida consolidada de R$ 2,7 bilhões, enquanto o Flamengo registrou lucro líquido de R$ 143 milhões e mantém endividamento inferior a R$ 500 milhões.

Sustentabilidade em risco

A estrutura atual de gastos do Corinthians é considerada insustentável a médio prazo. Com despesas financeiras de R$ 121 milhões apenas no primeiro semestre e encargos trabalhistas crescentes, o clube precisará reduzir custos e renegociar dívidas para evitar novo déficit no fechamento do ano.

O relatório oficial divulgado hoje destaca que “a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dependerá de medidas estruturais de contenção de despesas e revisão de contratos”.

Muitos especialistas já apontam que o único caminho para a equipe de Memphis Depay seria virar uma SAF e pedir recuperação judicial. Sem dúvida que a derrocada dinanceira corintiana começa com um certo delírio de grandeza na construção do seu estádio, cuja dívida parece impagável.

Abismo financeiro impacta desempenho esportivo

O Corinthians ainda figura entre as marcas mais valiosas do futebol brasileiro, mas seu modelo de gestão tornou-se incompatível com a realidade de receitas.

Enquanto o Flamengo colhe os frutos de uma década de reestruturação, o alvinegro paulista enfrenta o desafio de conciliar folha salarial alta, dívidas e limitações impostas por sanções internacionais.

O balancete de 2025, publicado hoje, escancara um cenário em que o abismo entre as gestões de Corinthians e Flamengo vai além dos números - e começa a se refletir nas quatro linhas.

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