De preterido na elite a opção de Ancelotti na seleção: o 180° de Paulo Henrique em dois anos | OneFootball

De preterido na elite a opção de Ancelotti na seleção: o 180° de Paulo Henrique em dois anos | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: oGol.com.br

oGol.com.br

·6 Oktober 2025

De preterido na elite a opção de Ancelotti na seleção: o 180° de Paulo Henrique em dois anos

Gambar artikel:De preterido na elite a opção de Ancelotti na seleção: o 180° de Paulo Henrique em dois anos

Voltando dois anos no tempo, Paulo Henrique era um lateral sem espaço na elite do futebol brasileiro. Até outubro de 2023, havia feito apenas quatro jogos como titular no ano, só um completando os 90 minutos. Sem espaço no Atlético, foi negociado com o Vasco para ser reserva de Pumita e chegou a ser terceira opção. Em 2024, deu uma volta de 180° na carreira e se tornou titular absoluto na Colina. Agora, aos 29 anos, recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira.

Revelado pelo Londrina, Paulo Henrique passou quase toda a carreira longe dos holofotes. Chegou na elite em 2021, após ser rebaixado no ano anterior para a Série C com o Paraná. No primeiro ano de Série A, foi reserva no Juventude, somando apenas sete jogos como titular no Brasileirão.


Video OneFootball


No ano seguinte, foram mais jogos (17 como titular), mas ainda assim uma campanha tímida, com dois gols e uma assistência. A reserva no Atlético, e depois nos primeiros meses no Vasco, parecia indicar que não havia muito espaço para ele na elite.

Com Ramón Díaz, porém, Puma começou a perder espaço, principalmente pelos problemas na recomposição defensiva, e Rojas não se firmou. Paulo Henrique, de terceira opção no início de temporada, foi ganhando espaço no time. Aos poucos, o torcedor do Vasco começou a ver um novo lateral.

O Paulo Henrique que entregou a Ramón Díaz mais consistência defensiva começou a ganhar confiança no último terço. Confiança e persistência talvez sejam as principais responsáveis pelo 180° na carreira do lateral.

Dava para ver no campo que Paulo Henrique era quem mais treinava em São Januário. Forte mentalmente, trabalhou no dia a dia para ter a melhor condição física da carreira perto dos 30 anos e para transformar as deficiências em pontos fortes.

O lateral limitado passou a jogar com as duas pernas, a arriscar dribles mais imprevisíveis, já que podia tanto cortar para dentro, quanto levar para o fundo. No fundo, se tornou um jogador assertivo. Por dentro, uma arma nos arremates da entrada da área.

Paulo Henrique vive a temporada com mais participações em gols da carreira e disparada: são quatro gols e cinco assistências. Isso sem perder a solidez defensiva: ainda é fundamental na transição defensiva, sendo o jogador com mais recuperações de bola do time por jogo no Brasileirão (3,5).

O lateral é destaque também em métricas físicas. Segundo levantamento feito pela Fifa com relação à última Copa e dados divulgados pelo Departamento de Saúde e Performance do Vasco, Paulo Henrique superou a maior velocidade atingida por um atleta do Mundial (36,5 km/h) e tem métricas acima da média em distância percorrida em alta intensidade e distância em sprint.

O que se vê no campo, muitas vezes, é que o lateral vascaíno sai atrás dos rivais e chega na frente em muitos lances. O vigor de Paulo Henrique é fundamental em uma recomposição com uma defesa que atua com linhas altas, como gosta Fernando Diniz.

A maior força

A força mental que ajudou Paulo Henrique a superar a falta de espaço na elite o acompanha desde cedo. O lateral vem de família humilde e teve de superar a morte do pai quando era ainda adolescente.

Mesmo depois de começar a carreira como profissional, Paulo Henrique encontrou dificuldades financeiras e chegou a dormir muito tempo no chão, como revelou a namorada em entrevista recente para a Vasco TV.

Quando finalmente chegou na Série A e conseguiu um salário mais alto, Paulo Henrique realizou o maior sonho que tinha: dar uma casa para a mãe. Ao mesmo tempo, cumpre um pedido que o pai fez para a família: se tornar um jogador de elite no Brasil. E ainda foi além: hoje, Paulo Henrique é lateral direito da seleção brasileira. Superando as dificuldades financeiras, as próprias limitações e as críticas.

Lihat jejak penerbit