Dilema táctico: conjugar Rodrigo Mora e Gabri Veiga no 4x3x3 de Farioli | OneFootball

A chegada de Francesco Farioli ao FC Porto, no último verão, trouxe alterações imediatas, começando pelo sistema táctico – o 4x3x3 substituiu o 3x4x3 de Martín Anselmi, que acabou por ser despedido.

Um dos jogadores prejudicados por essa mudança foi Rodrigo Mora. Com apenas 17 anos na época de estreia na equipa principal, o médio-ofensivo português destacou-se com dez golos e quatro assistências no campeonato. O seu percurso notou-se também ao nível internacional, ao ser convocado por Roberto Martínez para a lista final da Liga das Nações, prova que Portugal venceu na Alemanha.

Gabri Veiga ganhou espaço na pré-época

Após o Mundial de Clubes seguiram-se férias e, no regresso ao Olival, a titularidade de Rodrigo Mora ficou em risco. O espanhol Gabri Veiga, contratado por cerca de 20 milhões de euros ao Al-Ahli, conquistou a confiança de Francesco Farioli, que privilegia intensidade e maior capacidade física no meio-campo, para além da qualidade técnica – um aspecto em que Rodrigo Mora podia sobressair face à concorrência.

O início da época apresentou um trio de meio-campo definido: Alan Varela, Victor Froholdt e Gabri Veiga. O jogador de 23 anos destacou-se sobretudo nas bolas paradas, destacando-se como finalizador em situações de canto e livres. Até ao momento, soma quatro golos e seis assistências – a melhor marca da sua carreira.

Rodrigo Mora ajustou-se ao 4x3x3

Com Gabri Veiga ausente por questões físicas, Rodrigo Mora tem tido oportunidades e exibido rasgos de qualidade. Em comparação com o colega, ainda tinha detalhes a aperfeiçoar para convencer por completo Farioli. Muitos consideram esta temporada essencial para o seu desenvolvimento; o jogador está ligado ao clube até junho de 2030. Em 2025/26 marcou três golos, distribuídos pela I Liga, Taça de Portugal e Liga Europa.

Farioli raramente alinha Gabri Veiga e Rodrigo Mora em simultâneo

Comparativamente com o seu colega, o camisola 86 pressiona menos intensamente o portador da bola e não procura tanto o espaço nas transições. Ganha, porém, noutras vertentes: demonstra técnica em espaços reduzidos capaz de ultrapassar adversários, e as bolas paradas tornaram-se uma arma explorada, tendo assumido responsabilidades em cantos e livres. Neste novo FC Porto, Rodrigo Mota ampliou a sua influência no jogo.

No fundo, o treinador tem a vantagem de dispor de dois perfis distintos – Gabri Veiga e Rodrigo Mora – e, frente a equipas com bloco baixo e organizado, surge a dúvida sobre a sua utilização conjunta. Contudo, Francesco Farioli tem-se mostrado prudente nas escolhas, recorrendo a substituições por hábito. Ou joga um, ou joga o outro.