Direção descobre o motivo que fez clube lutar hoje contra o rebaixamento | OneFootball

A temporada do Internacional escancarou um dado incontestável: a ausência de Fernando mudou completamente o rumo do time. O volante de 38 anos, que deixou o clube após uma lesão no joelho direito, era a peça silenciosa que sustentava a estrutura tática de Roger Machado, ex-treinador do Inter. E a matemática não mente. Com ele em campo, o Inter somou 65,2% de aproveitamento em 23 partidas. Sem ele, em 26 jogos, despencou para 34,6% — praticamente metade do rendimento.

A discrepância é tão profunda que, internamente, virou tema de avaliação da direção e da própria comissão técnica. Fernando não era apenas mais um jogador; era o equilíbrio do meio-campo, o organizador da saída de bola e o responsável por dar segurança defensiva a uma equipe que nunca encontrou substituto à altura. Desde sua saída, o Inter perdeu compactação, sofreu mais gols e reduziu drasticamente o controle dos jogos.

A situação se tornou ainda mais emblemática porque o próprio clube tentou renovar com o volante. Antes e depois da lesão, o Inter ofereceu um novo vínculo ao jogador, que acabou optando pela rescisão contratual, assinada em agosto. Porém, o Colorado agiu estrategicamente: incluiu uma cláusula de prioridade em caso de retorno aos gramados. Ou seja, se Fernando decidir jogar novamente, o Inter tem preferência absoluta na negociação.

A lesão ocorreu em 1º de junho, na derrota por 2 a 0 para o Fluminense no Beira-Rio. Apesar da gravidade, não houve necessidade de cirurgia. A previsão inicial de recuperação era de quatro a cinco meses. No processo, Fernando voltou a Goiânia, sua cidade, onde passou a primeira etapa do tratamento com a perna imobilizada. A combinação com o clube permitia essa permanência até o início da fisioterapia, quando então ele precisaria retornar a Porto Alegre.

O impacto técnico é tão evidente que a direção sabe: se Fernando anunciar que quer voltar, o Inter não pode ignorar a oportunidade. A queda de desempenho escancara o tamanho da ausência — e explica por que o clube ainda trata o volante como um capítulo que pode não ter terminado.