
Central do Timão
·6 Juni 2025
Em relatório para CPI das Bets, COAF aponta “transações suspeitas” em contas do Corinthians

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·6 Juni 2025
As finanças do Corinthians foram alvo de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), entregue recentemente na CPI das Bets no Senado Federal. O órgão de fiscalização identificou transações suspeitas em contas clube em fevereiro deste ano, incluindo pagamentos de boletos e uso de cartão corporativo em transações recorrentes e “expressivas” nos EUA.
A informação foi divulgada primeiramente pelo portal G1, que apontou que os gastos que chamaram a atenção estavam registrados sob a rubrica “ADVDEPOSIT JWMARRICAR”, identificada como depósito antecipado para reservas na rede de hotéis estadunidense JW Marriott. Vale lembrar que, desde o ano passado, o detalhamento dos gastos de cartão corporativo do Corinthians vem sendo alvo de debates no Conselho de Orientação (CORI), que alega jamais ter recebido tais faturas para analisar os gastos da gestão.
Foto: Reprodução
Ainda consta, no documento, informações fornecidas ao COAF pelo banco Santander, onde o Corinthians mantém conta. Segundo a instituição, dois boletos com vencimento em fevereiro foram pagos com valor acima do original, somando R$ 607.892,40 contra R$ 108.162,33 devidos. O Santander relatou ainda que o clube movimentou, entre setembro de 2024 e março de 2025, mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 507 milhões em entradas e R$ 505 milhões em saídas.
A dinâmica de uso da conta, inclusive, chamou atenção do COAF. Isso pois o clube, por muitas vezes, fez transferências imediatamente após receber valores – um padrão classificado como “artifício para burlar identificação” pelo órgão. Vale lembrar que recentemente o próprio COAF já havia relatado atividade financeira suspeita do Corinthians no recebimento de R$ 66 milhões recebidos via empresas de pagamento que dificultam rastreamento.
Um desses casos guarda relação com a empresa OTSAFE, sediada em Curitiba, que enviou R$ 20 milhões ao clube em 8 de janeiro/2024 via quatro PIX, nos valores de R$ 600 mil, R$ 4.798.300, R$ 4.801.700 e R$ 9.800.000, com o objetivo de pagar a multa de rescisão do contrato com a então patrocinadora PixBet para substitui-la pela VaideBet (7/1/2024). Tal pagamento jamais aconteceu e a PixBet, atualmente, tem sua dívida listada na proposta de Regime Centralizado de Execuções feita pelo clube, que tramita na Justiça.
A suspeita do COAF, em relação a este tema, é de que a OTSAFE – com sede em três salas – operava “valores acima do faturamento” e mantinha transações com a ZenetPay (gestora de sites como VaideBet), caracterizando possível “ocultação de recursos”. Em paralelo, o caso VaideBet aguarda a apresentação do relatório final da Polícia Civil, o que poderá acontecer nos próximos dias. Augusto Melo já teve seu indiciamento recomendado, assim como Sérgio Moura, Marcelo Mariano e Alex Cassundé.
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