
Gazeta Esportiva.com
·8 Agustus 2025
Estacionamento da Arena: Corinthians recebe seis propostas e avalia condições

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·8 Agustus 2025
O Corinthians encerrou na última quarta-feira a busca por empresas interessadas em assumir a operação do estacionamento da Neo Química Arena. Disposto a rescindir o contrato com a Indigo, responsável pela administração do local desde 2018, o clube recebeu seis ofertas em envelope fechado e agora avalia qual opção é a mais vantajosa.
A diretoria interina, presidida por Osmar Stabile, abriu uma espécie de “licitação” para avaliar as melhores propostas. Ou seja, o clube foi ao mercado e abriu um processo competitivo, livre e de ampla concorrência, onde empresas apresentaram as suas ofertas.
Seis companhias enviaram propostas ao Corinthians, dentre elas duas que já haviam realizado ofertas durante a gestão Augusto Melo e a própria Indigo, interessada em reiniciar a parceria. Os envelopes foram abertos na presença de membros da diretoria, do compliance, da administração da Arena e do Departamento Financeiro do clube, de modo que nenhuma pudesse sofrer alterações posteriormente.
O Timão agora está compilando dados e avaliando detalhes de cada proposta, como luvas, receita variável, tempo de contrato, expertise da empresa e solidez no mercado, além da multa rescisória e do modelo de operação. Com isso, Osmar Stabile tomará a decisão e irá apresenta-la aos demais órgãos.
(Foto: José Manoel Idalgo/Corinthians)
E A MULTA DA INDIGO?
O caso da Indigo possui uma peculiaridade. Para quebrar o vínculo vigente com a empresa, o Corinthians precisaria pagar uma multa de aproximadamente R$ 11 milhões. A companhia, no entanto, entende que o valor é maior, na casa dos R$ 20 milhões.
Por isso, o clube prepara um estudo de risco para entender se vale a pena rescindir o contrato com a Indigo, situação semelhante, mas em proporções menores, à negociação pela troca do fornecimento de material esportivo da Nike para a Adidas.
A multa rescisória do contrato vigente também pode ser um diferencial da Indigo. A empresa pode, por exemplo, oferecer luvas menores, mas em compensação diminuir ou até mesmo perdoar os valores. A diretoria alvinegra, no entanto, já definiu que a empresa não receberá qualquer tratamento prioritário, diferenciado ou privilegiado.
Nesta espécie de “licitação”, o Corinthians estipulou condições mínimas para levar qualquer proposta em consideração.
O clube pretende receber, no mínimo, R$ 20 milhões pelo período de 10 anos.
Além disso, o Corinthians exige, pelo menos, 30% do faturamento que a empresa contratada obtiver. Para isso, o Timão está elaborando um sistema de controle do faturamento da companhia que ficar responsável pela operação, justamente para averiguar, atentamente, quanto e como a empresa vai arrecadar periodicamente.
O Corinthians, por fim, também requisita vagas fixas em jogos e eventos do clube na Arena, além de uma participação em outras cerimônias que a Neo Química Arena recebe, como apresentações musicais, que ocorrem exclusivamente no estacionamento em alguns casos.
ENTENDA O CONTRATO COM A INDIGO
O Corinthians fechou contrato com a Indigo pela administração do estacionamento da Neo Química Arena em maio de 2018, na gestão de Andrés Sanchez.
À época, o Timão recebeu R$ 11,4 milhões pelo acordo. Desta quantia, R$ 2,5 milhões foram destinados a Omni, antiga operadora do local, e R$ 8,9 milhões ao Fundo da Arena, pagos em duas parcelas.
O vínculo determina que a empresa não pode ser removida durante um período de 120 meses e que acordo não pode ser desfeito por justa causa sob nenhuma hipótese. O contrato só atenderia a possibilidade de ser rescindido 10 anos depois da vigência inicial, caso houvesse prorrogação automática, desde que o Corinthians formalizasse um aviso prévio 30 dias.
Além disso, a Indigo ficou isenta do pagamento de aluguel sempre que o faturamento líquido anual fosse igual ou inferior a R$ 4,8 milhões, valor este que foi reajustado com o passar dos anos. Com isso, mesmo utilizando um patrimônio do clube, a empresa nunca pagou qualquer mensalidade ao Corinthians.
O contrato virou alvo de críticas de torcedores e do presidente afastado Augusto Melo, que inclusive prometeu investigá-lo por meio da auditoria feita pela Ernst & Young, umas das maiores empresas do mundo no ramo, contratada no início de sua gestão para “passar o Corinthians a limpo”.
O resultado das apurações, no entanto, nunca foi oficialmente divulgado. Como publicou a Gazeta Esportiva em meados de março deste ano, todas as informações encontradas foram apresentadas à diretoria do clube, que à época decidiu não pagar pelo serviço da E&Y e, consequentemente, por força contratual, não recebeu as cópias dos relatórios de cada contrato averiguado, o que incluiria o parecer da empresa.