Vozes do Gigante
·28 Februari 2025
Ex-Inter, Alecsandro relembra bastidores da final da Libertadores 2010 sobre Pelé e Damião
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·28 Februari 2025
Quatro dos 20 gols do Inter na campanha do título da Copa Libertadores da América de 2010 foram marcados pelo atacante Alecsandro. E ele guarda boas recordações daquela temporada no estádio Beira-Rio. O centroavante defendeu a camisa colorada entre os anos de 2009 e 2011.
“Eu estava com um boné vermelho e todo fardado de roupa de concentração na entrega do troféu. Recebo a medalha e tal. Vou passando um por um. Quando passo no Rei Pelé, ele estava lá na entrega, aí ele pegou na minha mão, me olhou, eu estava de boné e de roupa de concentração, eu não estava de roupa de jogo, e ele falou assim: ‘parabéns! Fez falta hoje, hein’. Eu falei: ‘obrigado e tal’. Aí falei assim: ‘caramba, mano, esse cara me conheceu’. E não é que ele me conheceu, ele falou que eu fiz falta. Eu me arrepio até hoje quando eu falo”, recordou Alecsandro em entrevista divulgada pelo Charla Podcast na quinta-feira (27).
O ex-Inter guarda como uma “premiação” à parte o reconhecimento de Pelé: “eu questionava: eu fiz uma baita Libertadores, fiz o gol e fui para o túnel e ninguém me viu [contra o São Paulo na semifinal], perdi a [final] da Libertadores [por lesão] e aí quando o Pelé faz isso, Deus fala comigo: ‘tá vendo? Você foi reconhecido só pelo melhor jogador do mundo’ ”.
O atacante Alecsandro também detalhou a sua ausência na segunda partida da final da Libertadores 2010 e o incentivo a Leandro Damião: “eu me machucho na final da Libertadores e o Leandro Damião aparece. O Leandro Damião é um destes caras que eu falei: ‘irmão, bora, você tem que treinar. Eu sou melhor do que você. Eu sou titular. Se você não treinar mais do que eu, você vai ficar sempre batendo palma para mim. Entendeu? É isso que você quer? Beleza, para mim está ótimo’. Eu vi isso mais como para estimular o cara a crescer. Por mais que eu criasse uma competição mais acirrada entre eu e o Damião, mas, cara, daqui a pouco eu vou para cá e ele para lá, e eu estou ajudando um moleque a pensar como eu agora, como o Tuta fez eu pensar lá atrás que eu preciso treinar mais [no Vitória], a me empenhar mais. Então fazer com que outros jogadores tenham este pensamento é muito legal”.
Alecsandro também comentou a “negociação” com o técnico do Inter por não estar em condições de jogar a segunda final da Libertadores de 2010 contra o Chivas, do México, no estádio Beira-Rio: “eu concentro, vou para o vestiário e minutos antes de passar a lista, eu faço um aquecimento e não aguento. Eu chamo o Celso [Roth, técnico do Inter] e ele diz: ‘não, você vai’. O Celso gostava muito de mim, confiava muito em mim. Ele falou: ‘você vai. A gente não pode perder esta Libertadores por nada’. Eu falei: ‘Celso, eu não estou aguentando’. Na época não eram cinco substituições, eram só três. Ele fala: ‘você vai entrar’. Eu digo: ‘não, cara, vai ser muito irresponsável porque eu vou sair’. Aí ele: ‘mas se você jogar 15 minutos já está bom’. Ele tinha tanta confiança em mim que ele falou assim: ‘15 minutos, você faz um gol e sai’ ”.
O atacante ex-Inter pediu auxílio a outros membros da comissão técnica: “aí eu chamei o Fábio Mahseredjian, que era o preparador físico, o Beto, auxiliar, e falei assim: ‘o Celso quer que eu jogue’. Isto no vestiário, faltando cinco minutos para sair a lista. Eu falei assim: ‘o Celso quer que eu jogue, ele não aceita que eu fale ‘não’, só que eu não vou aguentar nem aquecer. Estou com o reto femoral estourado. Não estou aguentando. Inclusive só não estou chorando de dor porque estou falando com vocês’. Chamei os dois e disse: ‘convençam o Celso, por favor. Ponham o Sobis para começar jogando e levem o menino, o Damião, pelo menos tem um cara no banco’ ”.
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