'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos | OneFootball

'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: MundoBola Flamengo

MundoBola Flamengo

·1 Juni 2025

'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

Gambar artikel:'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

45 anos do início de uma dinastia! No dia 1º de junho de 1980, o Flamengo conquistava seu primeiro Brasileiro. Andrade, ídolo eterno do clube e titular indiscutível daquela equipe, conversou com a reportagem do MundoBola Flamengo e enriqueceu a comemoração da conquista.

"Aquele título mudou tudo. Não éramos mais só o time do Maracanã. Passamos a ser respeitados em qualquer lugar do Brasil", emociona Andrade em entrevista exclusiva ao MundoBola Flamengo.


Video OneFootball


Para conquistar o Brasil pela primeira vez, o craque lembra da união daquele grupo. O time estava forte e não se abalou com a derrota na ida, e de acordo com o ex-jogador, os atletas tinham certeza de que sairiam campeões jogando em casa.

"O ambiente era maravilhoso. Somos todos amigos, parceiros. Estávamos em um momento excelente. As partes física e mental, estavam no limite. Jogamos o primeiro jogo, perdemos, e sabíamos que no Maracanã, com a torcida nos apoiando - tinha a geral, que faz a diferença - a gente podia reverter e sair campeão. A gente tinha muita confiança", relembra.

O Mengão se tornou um dos maiores clubes do mundo, mas isso não seria possível sem aquele time histórico, que mudou a marca Flamengo no cenário nacional e internacional. Por isso, Andrade destaca, de forma acertada, que o título de 1980 representa o pontapé inicial dessa rica história.

"Foi o começo de tudo. A torcida acreditou. Nosso grupo se fortaleceu perante a nossa torcida. A geral, que vinha e empurrava nosso time, fazia nosso adversário tremer no Maracanã. Aquele título de 80 fortaleceu e trouxe confiança para o grupo. Vencer um Brasileiro não é fácil, jogamos contra os melhores times brasileiros. Era acima da média", ressalta.

Gambar artikel:'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

A força das palavras de Rondinelli

O grande momento antes da final contra o Atlético-MG, vencida pelo Mengão por 3 a 2, foi quando o grupo recebeu a mensagem de Rondinelli, Deus da Raça, que estava no hospital.

No primeiro jogo, o defensor sofreu uma grave lesão no maxilar. Por isso, ficou de fora do jogo decisivo, mas injetou ânimo crucial, lembrado até hoje por Andrade.

"O Rondinelli teve um afundamento no maxilar, no lance com o Palhinha. Estava hospitalizado e mandou uma mensagem para o grupo. Isso ajudou muito. Ele não poderia participar e acabou que jogou o Manguito, com o Marinho. A gente sabia que dificilmente perderia aquele jogo no Maracanã com a nossa torcida. Foi fundamental. As palavras dele, incentivando nosso grupo", afirma.

'Muitas pessoas não lembram': Andrade exalta sua atuação na final

Os gols foram marcados por Nunes e Zico, mas Andrade teve participação crucial na final. Ele cobra mais reconhecimento, entendendo que muitas vezes é esquecido pelos seus lances cruciais.

O ídolo destaca três. Primeiro, no gol de empate, marcado por Nunes, que teve assistência de Zico.

Mas tudo começou com Andrade, e ele relembra o lance em detalhes.

"Foi um jogo muito especial para mim. Tive três participações decisivas. Muitas pessoas não lembram. No primeiro lance, quando o Osmar tenta sair jogando, ele adianta a bola no meu pé. No que ele adiantou, eu podia tirar para o lado e dar um drible nele. Mas se eu faço isso, perco tempo. Vejo o Zico livre, dou uma chapada de primeira para ele. O Zico domina essa bola e põe o Nunes na cara do gol. Se eu dou um drible, perco tempo, e talvez fosse o tempo de chegar a marcação no Zico. Optei por dar de primeira no Zico. Esse foi o primeiro lance", recorda.

No outro gol de Nunes, Andrade lembra do seu lançamento sensacional na jogada do gol.

"Teve o lance do último gol do Nunes. Eu meto essa bola do nosso campo para o campo deles, de mais ou menos, 50, 60 metros. Meto essa bola para o Nunes", destaca.

Por fim, Andrade fala sobre o último lance da partida, quando ele salva o que poderia ser o gol de empate do Atlético-MG e garante o título para o Flamengo.

"O último lance decisivo é quando o Manguito vai atrasar uma bola, atrasa no pé do Pedrinho. Percebi a tempo, o Pedrinho vem com a bola, o Raul sai, ele tira do Raul, mas perde tempo. Eu passo por trás e travo essa bola. Na hora que ele foi finalizar. Foi o tempo de vir alguém, chutar para a lateral e terminar o jogo. Foram três tomadas de decisões fundamentais naquele jogo", conclui.

Apesar disso, Andrade afirma que a atuação coletiva foi crucial, destacando seus companheiros.

"Claro que tem os colegas, gol do Nunes, do Zico. É uma participação coletiva. Acho que tive uma participação, mas para ganhar, é com a ajuda de todos. Todos têm que participar igualmente. Esse jogo me marcou muito, nosso primeiro Campeonato Brasileiro, 150 mil pessoas no Maracanã. Foi tudo muito novo para a gente", diz.

A transformação do Flamengo: 'Era visto como time caseiro'

Para Andrade, o título de 1980 mudou a forma como o Flamengo era visto. Isso porque o time era muito forte no Maracanã, e, sobretudo, em Estaduais. Foi o título que mudou o clube de patamar.

"Aquele Maracanã lotado, 150 mil pessoas. O momento que a gente vivia, que a gente precisava, porque até então, todo mundo via aquele time nosso como caseiro, só ganhava Carioca, só jogava bem dentro de casa. Aquele Campeonato Brasileiro mudou toda a história", inicia.

Andrade conta como o título transformou o Flamengo.

"As pessoas começaram a ver a gente de uma forma diferente. Um time capaz, vencedor, que jogava bem dentro e fora de casa. Mudou a história daquele grupo. Não era mais um time de Maracanã. Era um time que podia derrotar outro em qualquer lugar", declara.

Gambar artikel:'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

Andrade aponta diferencial do Flamengo de 1980

A final era dificílima, e o Atlético-MG era um dos grandes times daquela época. Mas para Andrade, o jogo coletivo foi o diferencial que fez o Flamengo sair campeão.

"79, somos tricampeões cariocas. Aquele time já vinha se amadurecendo e se preparando para a grande conquista. Veio contra o Atlético-MG, que tinha grandes jogadores. Mas nosso time, além de ser um time com muita qualidade, tinha conjunto. Jogava pensando no grupo, talvez essa fosse nossa diferença. Jogávamos em função do todo", opina.

Gambar artikel:'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

Saudades eternas de Adílio

Andrade formou uma das maiores duplas de volante da história do futebol brasileiro. Ao lado de Adílio, e por trás de Zico, ele pôde fazer muito pelo meio-campo do Flamengo.

Adílio se foi no dia 5 de agosto de 2024, após um câncer de pâncreas. Para o ex-jogador, o Camisa 8 jamais será esquecido e sempre olhará pelo Flamengo. Ele relembra a amizade com Adílio, que era com quem dividia quarto.

"Dividíamos o quarto na concentração. Eu e Adílio, conversávamos muito sobre nosso adversário. O Adílio faz muita falta. Mas estará sempre do nosso lado, sempre presente. Formamos não só uma grande dupla, mas um grande trio, com Zico. Jogamos juntos durante muito tempo. Conquistamos muita coisa. Libertadores, Mundial, mais três Brasileiros", destaca Andrade.

Gambar artikel:'Foi o começo de tudo': Andrade relembra Brasileiro de 80 após 45 anos

A base para as conquistas históricas

Além de Andrade, Adílio e Zico, o elenco era complementado por nomes gigantescos, como recorda o ídolo do Flamengo.

"Mas o time não era só a gente, tinha Leandro, Júnior, Mozer. Os jogadores da frente teve Julio Cesar, Lico, Nunes, Tita. Era um grande time. Jogadores de muita qualidade, nível de Seleção Brasileira. 80% vestiu a camisa da Seleção. Grupo forte em todos os sentidos", comenta.

Andrade lembra, então, as grandes conquistas que viriam a seguir após aquela forte base do time do Flamengo ser montada.

"A gente ia para uma final com aquela certeza de que venceria, como vencemos o Grêmio em três jogos. O Cobreloa, em três jogos também. Depois, atropelamos o Liverpool no primeiro tempo. Um time que chegou no seu auge e no seu grande momento na hora certa", finaliza.

Os ecos dos anos 80 perduram até hoje, e mesmo com uma nova Era de conquistas recentes, o time de Zico, Andrade e cia segue sendo lembrado, homenageado e exaltado. O nível era alto, e os ídolos se tornaram eternos, pavimentando o caminho e alçando o Manto Sagrado ao patamar mais alto do futebol mundial.

Lihat jejak penerbit