Esporte News Mundo
·5 September 2025
Gigante sul-americano ataca Conmebol e alega ter sido “vítima de decisão injusta”

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·5 September 2025
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A decisão da Conmebol de eliminar o Independiente da Copa Sul-Americana depois da confusão generalizada que aconteceu no duelo contra a Universidad de Chile foi repudiada pelo clube argentino. Através de uma nota, direcionada ao presidente Alejandro Domínguez, o clube argentino se pronunciou alegando ter sido vítima de uma decisão injusta e pedindo até que a confederação retire as referências ao clube em seu museu.
O Independiente manifestou “o mais enérgico repúdio” diante da decisão que classificou a La U diretamente para as quartas de final, após um conflito entre torcedores nas arquibancadas de Avellaneda, que resultou em dezenas de feridos e quase 100 pessoas detidas. Segundo a equipe argentina, “a Conmebol condenou injustamente” a instituição.
– A decisão da Conmebol assenta um precedente nefasto: um time que estava em vantagem no confronto, mas que enfrentava a possibilidade concreta de ser superado no gramado, recorre à violência mais brutal contra torcedores rivais, consegue o cancelamento do jogo e recebe como “prêmio” a classificação a partir de um escritório. Em outras palavras, a violência se transforma em um atalho para evitar competir esportivamente até o final – escreveu o Independiente, em nota.
Ainda em nota, o Independiente cita que, enquanto é uma entidade histórica para o futebol sul-americano, com mais de 120 anos, e sustentada por sócios, a Universidad de Chile se tornou uma sociedade anônima, “orientada à rentabilidade”. E indicou que a decisão da Conmebol a favor dos chilenos violenta o próprio estatuto, mas também “confirma um rumo em que a utilidade pesa mais que a verdade esportiva”.
– Essa decisão não é um erro jurídico de um tribunal: é uma decisão política, que desnuda a preferência pelas estruturas privadas, com as que resulta mais conveniente projetar acordos, negócios e benefícios futuros – diz a nota.
O clube argentino, que é o maior campeão da história da Libertadores, com sete títulos, ainda apontou que, diante da decisão, “é inaceitável que se pretenda utilizar a história e a glória do Independiente para seguir legitimando uma condução que abandonou o espírito do futebol sul-americano.
– Por isso, exigimos de maneira imediata: que se elimine toda referência à nossa instituição no marco do Museu da Conmebol enquanto você (Alejandro Domínguez) continua na presidência); que se restituam de forma imediata todos os elementos entregues pelo Independiente ao Museu da Conmebol, pois não admitimos que se exibam em um âmbito que contradiz os valores que os fizeram possíveis – completa o clube argentino.
A Unidade Disciplinar da Conmebol determinou a eliminação do Independiente como punição pelo confronto entre as torcidas do clube argentino contra a Universidade de Chile, no duelo da semana passada, em Avellaneda, pelas oitavas de final da Sul-Americana. Com isso, a La U está nas quartas do torneio. As duas equipes ainda podem recorrer em até sete dias da decisão.
Uma punição em comum foi imposta às duas equipes e será aplicada somente em jogos válidos pela CONMEBOL: ambas ficarão sete partidas consecutivas com portões fechados e também não terão torcida em outras sete seguidas como visitante.
O Independiente será multado em 250 mil dólares (R$1,36 milhão) enquanto a Universidad de Chile terá de pegar 270 mil dólares (R$1,47 milhão)
A briga entre torcedores chilenos e argentinos começou no intervalo da partida disputada no Estádio Libertadores da América, do Independiente, quando o placar estava 1 a 1. Atos de vandalismo começaram na torcida visitante e foram revidados pelos donos da casa, que invadiram o setor da La U.
Nas imagens, é possível perceber um torcedor que pula das arquibancadas na tentativa de fugir dos agressores. Mais de 90 pessoas foram detidas, 19 torcedores ficaram feridos e alguns com gravidade, segundo a La U.
O Independiente culpabilizou os torcedores da La U pela briga ao afirmar que os visitantes começaram a confusão. O clube argentino também baniu eternamente 25 torcedores que foram identificados nas arquibancadas.
Já a Universidad de Chile classificou o episódio como “um dos mais violentos da história do futebol”, pediu que a “barbárie” nunca mais se repita e que os envolvidos na organização e na briga sejam punidos corretamente.