Zerozero
·17 Juli 2025
José Pedro lembra saída do Alverca: «Quatro jogos não dá para dizer se foi bom ou mau trabalho»

In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·17 Juli 2025
José Pedro, antigo treinador do Alverca, B SAD e Vitória FC, entre outros, assumiu o cargo de treinador durante o estágio de verão do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, que decorrer entre julho e agosto, e esteve à conversa com o zerozero. O técnico abordou a importância desta iniciativa e a sua carreira, presente e futura.
ZEROZERO (ZZ): É a sua segunda vez aqui. O que acha desta iniciativa?
José Pedro (JP): Tenho mais experiência, já aqui estive no passado. Quando o Joaquim [Evangelista] me convidou, não podia dizer que não. Vir ajudar foi o meu objetivo, ajudar os jogadores sem clube. Têm a oportunidade e condições de estar aqui e quero prepará-los da melhor forma, para quando forem chamados estarem minimamente preparados. Do outro lado, acho que é importante tocar no lado social, porque o Sindicato dá essa possibilidade de os jogadores irem para outra área que não seja o futebol. Fazia todo o sentido de entrar neste projeto.
ZZ: Como jogador alguma vez fez parte deste tipo de projetos? Sentiu a falta?
JP: No meu tempo não havia estas iniciativas, mas, felizmente, não tive essa dificuldade de arranjar clube de início de época. Felizmente, tive sempre. Compreendo os jogadores que estão nesta situação, porque tive colegas meus que passaram por isto e depois se juntaram a mim nos clubes onde estava.
ZZ: É uma boa montra para os jogadores, mas acha que pode ser também para os treinadores, para si?
JP: Sim. O meu grande objetivo foi de ajudar e não dizer que não ao doutor Joaquim. Naturalmente que ao não ter clube de momento, aqui estou a trabalhar, apareço e ajuda nesse sentido. Mas olho mais para o lado de ajudar o jogador e para o projeto. Naturalmente que, estando no ativo, o nome está mais a circular, mas vejo como uma boa perspetiva.
ZZ: Algo perspetivado para o seu futuro próximo?
JP: Como treinadores temos sempre a perspetiva de entrar no mercado. No passado, depois da minha saída do meu último clube [Alverca] tive propostas em Portugal e no estrangeiro, mas achei que não era o momento. Temos sempre a perspetiva, é continuar a trabalhar. Agora estou aqui para ajudar. Vamos aguardar. Tenho a perspetiva de voltar ao trabalho. Mais tarde ou mais cedo, quero voltar.
ZZ: Neste momento, tem alguma preferência entre Portugal e estrangeiro?
JP: Não tenho preferência. Quero voltar ao trabalho, ao dia a dia, tudo o que é esta área. Quero continuar. Mas não tenho preferência.
ZZ: Tocou no Alverca. Foi uma passagem curta. O que aconteceu? Foi vítima da moda de não dar tempo aos treinadores?
JP: Foram quatro jornadas. Depois da minha saída, surgiu tanta coisa. Os quatro jogos não dá para dizer se foi um bom ou mau trabalho. O Alverca depois acaba por subir, mas depois da minha passagem falou-se de muita coisa. Foi curta. Tenho noção que tentei fazer o meu melhor no tempo que lá estive. Estávamos dentro do que era esperado no início da época. Agora, é seguir em frente.
ZZ: Sente que hoje há pouca paciência para os treinadores trabalharem?
JP: Para nós, às vezes, fica um bocado confuso o que as pessoas podem pensar e o que pretendem as pessoas que mandam. É o nosso futebol, a nossa área. Temos de lidar bem com isso. Tenho a expectativa de voltar a trabalhar noutro registo, onde haja esse tempo. As coisas só se conseguem com tempo.