Leonardo Jardim faz análise do jogo, cita mudança no segundo tempo e projeta sequência

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·28 Agustus 2025

Leonardo Jardim faz análise do jogo, cita mudança no segundo tempo e projeta sequência

O Cruzeiro largou na frente nas quartas de final da Copa do Brasil. Na noite desta quarta-feira (27), a equipe celeste venceu o Atlético por 2 a 0, na Arena MRV, e construiu importante vantagem para o jogo de volta, no Mineirão, no dia 11 de setembro, após a Data FIFA. Os gols foram marcados pelo zagueiro Fabrício Bruno e pelo atacante Kaio Jorge.

Após a partida, o técnico Leonardo Jardim destacou o desempenho da equipe, em especial no segundo tempo, quando o Cruzeiro conseguiu se impor.

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“Foi um bom clássico. Uma primeira parte mais equilibrada entre as equipes a procura do gol. Uma segunda parte onde o Cruzeiro melhorou e conseguiu chegar à vantagem. Uma reação final do Atlético. Estamos no intervalo com uma vantagem, mas o jogo só será decidido no jogo em casa.”

Autor do primeiro gol, o zagueiro Fabrício Bruno recebeu elogios do treinador: “Eu parabenizei o Fabrício pelo gol e disse a ele: ‘eu ensinei muitas coisas, mas aquilo não, foi talento individual dele’. Com relação ao segundo gol, vocês sabem que nós temos uma progressão grande em relação à bolas paradas. O Cruzeiro tinha dificuldade, hoje é mais competente em termos ofensivos e defensivos também, devido aos trabalhos desenvolvidos pelo nosso técnico e nossos jogadores.”

O comandante explicou as mudanças de postura e confiança que deram força ao Cruzeiro na etapa final:

“Sabíamos que o adversário é uma equipe que utiliza marcação individual e pra fugir, temos que ter alguma mobilidade, troca de funções, entrada de lateral, troca de meio por volante, procuramos esse tipo de situação e os jogadores executaram muito bem. O segundo tempo foi muito bom. Isso muda a ideia de que o Cruzeiro na segunda parte não tem intensidade, não tem força. As vezes o jogo é que dita o que vai acontecer. A reação do adversário, a recuperação. As vezes esses fatores não são decisivos. Cada jogo tem sua história e agora vamos recuperar muito bem, porque temos um jogo importante contra o São Paulo.”

E complementou dizendo que a parada do intervalo foi fundamental para achar as soluções que não conseguia dentro de campo, com bola rolando:

“O treinador entrou com uma estrutura diferente do que era habitual e isso criou alguns problemas. Mas as vezes é difícil acertar essas situações dentro de campo. Na segunda parte acertamos essa situação, tínhamos equilibrar o jogo com uma linha de 4 e não saltar nos pontas do adversário. Com bola estávamos a errar alguns passes e eu disse que era preciso ter confiança. Jogamos na casa do adversário, mas já havíamos jogados no Maracanã, no Nilton Santos, era preciso ter confiança quando tinha a bola. Isso melhorou e foi importante pra construção dos gols.”

Questionado sobre o jogo da volta, quando terá um estádio inteiro de torcedores a seu favor, Jardim ressaltou que o seu time tem um comportamento específico, que não muda independente dos fatores favoráveis ou contras:

“Nós temos uma forma de jogar. Uma forma de jogar que os jogadores acreditam, que o treinador acredita. Nós não abdicamos dessa postura, desse comportamento, independente de onde estamos jogando. E é por isso que tivemos a postura que tivemos aqui, pressionando o adversário, subimos as linhas, pouco espaço na construção. E dificilmente eu abdico daquilo que são os nosso princípios por temer ou não o adversário. O Cruzeiro é um clube grande que tem que respeitar os adversários, mas que tem se fazer respeitar dentro de campo.”

O treinador reforçou o comportamento coletivo e minimizou críticas pontuais. “A equipe tem tido um comportamento positivo. Vários jogadores. Ao longo destes últimos meses, não vamos ganhar todos os jogos, mas trabalhamos, temos atitude. Muita gente fala do jogo do Mirassol (onde o Cruzeiro sofreu gol), mas não viu o jogo. Tivemos seis jogadores de fora. E também admito que houve uma fase do jogo que estávamos com dificuldade. O futebol é assim. Temos que dar mérito ao adversário. Pra mim, todos os adversários são o adversário. E é isso que tento passar pros meus jogadores. Não temos que respeitar mais o Atlético, o Flamengo do que o Mirassol ou o Sport.”

Sobre o gramado sintético da Arena MRV, Jardim elogiou a qualidade, mas alertou para o desgaste físico: “Sobre o sintético, dessa qualidade, novo, é muito bom pra jogar. O problema do sintético não é jogo que vamos jogar, é o desgaste dos nossos jogadores. É diferente. Contra o São Paulo vai ser um jogo terrível, porque o desgaste foi grande.”

Ainda questionado sobre o desgaste do time, pensando na partida contra o São Paulo, pelo Brasileirão, no próximo sábado (21), Jardim deixou claro que irá mudar o time, para gerir o desgaste dos seus atletas:

“Eu não tenho por hábito poupar, eu tenho por hábito gerir. Podemos fazer algumas alterações, mas não é pra poupar, porque o campeonato para. Eu quero gerir pra ter intensidade boa. Isso com certeza, vamos gerir, não sei quantos, mas vou pensar depois.”

O técnico também valorizou as convocações de atletas do elenco. “Hoje fico satisfeito de ter quatro jogadores na pré-lista e dois convocados. Fico honrado por participar desse crescimento”, disse, citando Kaio Jorge, Kaiki, Fabrício Bruno e Matheus Pereira. Vale ressaltar que Fabrício Bruno e Kaio Jorge estarão com a Seleção Brasileira durante a parada da Data FIFA, nos jogos contra Chile e Bolívia.

Por fim, comentou a chegada do atacante Luis Sinisterra:

“Sobre o Sinisterra, é um jogador que vem com algum déficit físico, porque teve uma lesão na pré-temporada no tornozelo. Voltou a treinar três dias antes de vir. Vamos ver a condição dele, pode ganhar alguns minutos contra o São Paulo, depois vamos apostar na semana parada para ver se conseguimos aumentar os níveis dele pra ver se ele nos ajude. Importante é não lesionar, não por uma pressão em cima, todos que chegam, chegam para ser mais um. Essa é nossa ideia. Por isso fizemos um esforço para ele vir, é um jogador que nos vai dar outras valências, técnicas, do um pra um, eu não quero jogadores iguais, quero alternativas técnicas, físicas, estratégicas.”