Zerozero
·21 Februari 2025
Luís Cirilo Carvalho: «Quero um treinador à imagem do Sir Alex Ferguson»

In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·21 Februari 2025
zerozero: Luís Cirilo Carvalho tem 65 anos e é candidato, pela primeira vez, à presidência do Vitória SC. O que o moveu candidatar-se agora?
Luís Cirilo Carvalho: O primeiro ponto que me fez avançar com uma candidatura está relacionado com a leitura que faço destes três anos de Vitória SC. Avaliando este período da gestão de António Miguel Cardoso, eu tenho uma opinião globalmente negativa. Como durante estes três anos critiquei e tendo a disponibilidade pessoal, coisa que não tive noutras alturas em que podia ser candidato, achei que tinha a responsabilidade, juntamente com um grupo de pessoas que comungam da mesma visão do clube, de construir uma alternativa e oferecer aos adeptos do Vitória SC a possibilidade de mudarem de vida, de mudarem de rumo e colocar o Vitória SC no bom caminho. Durante anos ouvi as pessoas dizerem que quem critica deve candidatar-se... Pois bem, aqui estou eu. Tenho a minha alternativa, tenho comigo pessoas capazes de colocarem o Vitória SC no bom caminho e o desafio está aceite... Aliás, o próprio António Miguel Cardoso disse recentemente numa entrevista que quem critica deve candidatar-se... Um convite do presidente do meu clube é irrecusável.
zz: Foi uma decisão difícil de tomar?
LCC: Não, foi uma decisão muito fácil. Quando concluiu que, por um lado esta gestão não tinha solução, e nós só aparecemos porque esta direção falhou, é bom que se diga, tinha disponibilidade pessoal e tinha conseguido reunir à minha volta um conjunto de pessoas que me davam garantias de fazer uma boa gestão do Vitória SC, caso recebamos a confiança dos vitorianos, a decisão foi muito fácil de tomar. Mais do que isso, nunca ninguém nos vai ouvir dizer que estamos a um fazer um sacrifício. Servir o Vitória SC, mesmo nestas circunstâncias difíceis em que está, será sempre uma enorme honra, um enorme orgulho, e nunca será um sacrifício.
zz: Diz que está direção falhou. Qual foi para si o ponto fulcral, utilizando esta expressão, e que o levou a tomar esta decisão?
LCC: É difícil identificar o ponto do não retorno.
zz: O ponto de dar uma oportunidade.
LCC: Eu quis acreditar, e embora tenha criticado algumas vezes está direção, também a elogiei, uma vez ou outra. Há um avolumar de situações financeiras, desportivas, patrimoniais, associativas em que a direção falhou em toda a linha. Se quiser podemos começar pelo lado financeiro. quando esta direção foi eleita, há três anos, o passivo do Vitória SC era de 46 milhões de euros, atualmente são 72 milhões... Se isto não é um fracasso de gestão, não sei que outro nome se possa dar. A par do aumento do passivo, houve outros números que nos alarmaram: o número de empréstimos, os juros que o Vitória SC paga por esses empréstimos... No último exercício, o Vitória SC pagou quatro milhões de euros de juros. Eu interrogo-me de qual será o valor real da dívida, em termos de empréstimos a terceiros, para ter que pagar quatro milhões de juro, num ano. Tenho que dizer também neste espaço, que quando formalizámos a nossa candidatura, no dia 30 de janeiro.
zz: Com a entrega das assinaturas.
LCC: Exatamente. Fomos a primeira lista a apresentar a candidatura e nessa altura entregámos um carta, dirigida ao presidente da Assembleia Geral do Vitória SC, com pedidos de esclarecimento sobre a situação real do clube. Não era para ele nos informar, pois não tem essa competência, mas era para solicitar junto da direção esses esclarecimentos. Essa reunião aconteceu, entre membros da nossa candidatura e dois vice-presidentes do Vitória SC, durou seis horas e ao fim desse tempo a delegação da nossa lista veio com uma mão vazia e outra cheia de nada. Não foram fornecidos esclarecimentos, documentos ou explicações. Os documentos foram prometidos, mas à hora em que estamos a fazer esta entrevista ainda não nos foi enviado nada.
zz: Quais foram as dúvidas que questionou nessa carta?
LCC: Muitas. Contabilísticas, financeira, a situação com a V Sports, o cumprimento do PER que o Vitória SC está a pagar há alguns anos, o quadro do pessoal, os aumentos de salário no Conselho de Administração da SAD e por aí fora. Pedimos vários esclarecimentos, porque queríamos apresentar um programa eleitoral que tivesse em conta o capítulo financeiro. Não é tão preciso quanto queríamos que fosse, porque o Vitória SC está há 19 dias a sonegar-nos informação, a adiar a informação...
Iam fechar as contas, iam fechar o semestre, pedimos um balancete de dezembro, e mau é se não existe, e não nos foi dado... A direção do Vitória SC tem fugido às informações que temos pedido. A situação financeira do clube é uma preocupação que está cada vez mais agravada e esse foi um dos motivos desta candidatura.
zz: A questão financeira é uma preocupação.
LCC: Nós não queremos, de forma nenhuma, que aconteça no Vitória SC o que está a acontecer noutros clubes. O Vitória SC, graças à direção anterior, tornou-se maioritário na sua SAD. Nunca tinha sido e passou a ser, com a compra do lote de ações do sr. Mário Ferreira, mas eu tenho um grande receio que se continuarmos por este caminho, do agravamento do passivo, da contração de empréstimos, pelo caminho da contração de empréstimos a juros elevadíssimos, como este que é conhecido: 11 milhões de euros a taxa de 11%. Isto é usura, não é taxa de juro. Por isso, eu tenho muito medo que os sócios do Vitória SC sejam encostados à parede uma Assembleia Geral e lhes digam que ou vendem a maioria da SAD a um qualquer investidor, ou o Vitória SC não terá condições financeiras para continuar.
zz: Consigo isso é inegociável?
LCC: Connosco é completamente inegociável. Connosco o Vitória SC será sempre maioritário na SAD e os grupos económicos com quem temos falado, que estão disponíveis para investir no Vitória SC, se nós ganharmos. Esses investidores já têm essa informação com clareza: participarão na SAD, investem no Vitória SC, mas sempre como minoritários.
zz: Podemos saber quem são esses investidores?
LCC: Ainda não podemos saber, apenas que serão dois portugueses e um inglês. Os grupos já falaram connosco e garantiram que vão investir na SAD, vão ajudar o Vitória SC a contratar jogadores de outro patamar, mas compreende-se que não queiram ser associados a uma disputa eleitoral.
zz: Mas manterá a relação com a V Sports?
LCC: Teremos que falar com a V Sports para saber qual o ponto da situação da relação com o Vitória SC. Se a V Sports estiver interessada em investir (e foi para isso que a V Sports entrou no Vitória SC), mas depois entrou esta direção e foi diferente. Esta direção, ao contrário do que tinha dito na campanha eleitoral, prometeu uma almofada financeira, mas não veio nada, tal como a história das taxas de juro não foram como prometido, além de que a V Sports veio para investir, mas não investiu. Ainda há dias, numa entrevista, o candidato da lista B disse que a V Sports não veio para investir... Então veio para quê? Connosco, se a V Sports quiser investir continuaremos um caminho em comum, se assim não for, temos de encontrar outros parceiros, porque não quero financiadores, quero investidores, para investir no que o Vitória SC necessita. Um dos grupos com quem já falei, além de estar disposto a investir na SAD, comprado ações, nomeadamente as ações da V Sports, se eles estiverem interessados em vender, vai investir nos jogadores e no capítulo do património, investindo no complexo desportivo, no mini-estádio e vamos a ver se não nos ajuda na nova academia, um projeto que o Vitória SC já tem há muito tempo.
zz: É um investidor da área imobiliário?
LCC: Não, é um investidor da área financeira.
zz: Mas que dá esse aporta para os melhoramentos imobiliários.
LCC: Claro. Compreende que se o Vitória SC tiver melhores condições de treino, uma academia mais moderna, vai aumentar o rendimento da equipa, as condições de trabalho, a capacidade de detetar mais talento. É um investimento na área imobiliária, mas para ter sucesso no capítulo desportivo.
zz: Já teve reuniões com a câmara, de forma a apontar a relações futuras, até pelas questões relacionadas com a futura academia?
LCC: Tivemos uma reunião com a câmara, onde fomos apresentar cumprimentos, e sermos eleitos teremos uma conversa mais aprofundada, quer com ele, quer com quem seguir nos destinos autárquicos, para que o processo da nova academia arranque rapidamente. É um processo que se está arrastar há demasiado tempo, conheço declarações do atual presidente de câmara e do atual presidente do Vitória SC, convergindo que as obras começariam e que a primeira fase da academia estaria construída ainda neste mandato, mas a verdade é que não há terrenos, não há projeto, não há obras, não há nada. Há um vazio.
zz: Tem algum sítio pensado?
LCC: Não, não tenho. Há uma ideia, já apresentada pela câmara em tempos, na zona de Silvares, S. João de Ponte... É uma zona que, a mim, particularmente, não me agrada, porque gostaria que a Academia do Vitória SC fosse construída numa zona de máximo sossego e tranquilidade... Se tiver que ser nesse sítio, será, mas não me parece uma boa zona, porque é uma zona saturada de trânsito, nas costas de um shopping... Se tiver que ser ali, será, mas se houver possibilidade de fazer noutros sítios, estamos dispostos no imediato a encontrar uma solução, não é para andar mais meio ano ou um à procura de terrenos. Mas, eu também já disse, e essa questão é fundamental, se a próxima câmara municipal não for tão célere quanto as necessidades do Vitória SC no avançar do projeto, não terei problemas nenhuns, com tristeza, porque queria que a Academia do Vitória SC fosse em Guimarães, em falar com municípios vizinhos...
zz: Já se chegou a falar de Fafe.
LCC: Não fui eu, foi o candidato da lista B, mas é uma possibilidade. Vocês sabem bem, o FC Porto tem a sua academia no Olival, o Benfica tem no Seixal e o Sporting em Alcochete, todas elas são muito mais longe de Guimarães, do que Fafe. Estamos abertos, preferindo sempre que seja em Guimarães e vamos fazer tudo para que seja cá.
zz: O seu projeto chama-se Por um Vitória Maior. Quais são as principais ideias?
LCC: Por um Vitória maior em vários aspetos: desportivamente, patrimonialmente e associativamente, além de querermos um Vitória maior de saúde financeira. Sabemos que a mola real do clube é o futebol. Queremos acabar com anos zero, que os investidores venham ajudar o Vitória SC, para que na próxima época apresentemos uma equipa competitiva, um pouco à imagem de equipas que o Vitória SC teve no passado, que discutiam o quarto lugar, o terceiro lugar e por isso até tentavam discutir mais do que isso. Isso faz-se com jogadores de qualidade, isso faz-se com um treinador de projeto, e este fator é muito importante, com um diretor desportivo conhecedor do mercado nacional e dos mercados internacionais.
zz: Tem algum nome debaixo de olho?
LCC: Tenho alguns nomes em ideia, mas não posso adiantar.
zz: Mas já falou com alguém?
LCC: Não falei com ninguém, nem vou falar enquanto não tiver legitimidade para isso. Terei tempo para falar. Por exemplo, em termos de treinador, que é um peça essencial, eu não vou querer ter nove treinadores em três anos, como o António Miguel Cardoso. Em três anos quero ter um treinador e se eventualmente ganhar e me candidatar daqui a três, quero que o treinador seja o mesmo. Quero um treinador de projeto, à imagem do Sir Alex Ferguson, ou seja, alguém que pense num projeto e o cumpra. Será um manager, treinador, porque o objetivo é assim pensar na forma de jogar do Vitória SC, desde a formação até ao topo. Tem que ser uma pessoa muito bem escolhida, capaz e competente, e que venha para o Vitória SC a saber que o projeto de vida dele é o Vitória SC.
zz: E esse nome pode continuar a ser Luís Freire?
LCC: Eu não conheço Luís Freire pessoalmente. Comigo, será treinador até ao final da época, porque o Vitória SC precisa de estabilidade, coisa que esta direção não tem dado. Depois, falarei com ele e logo veremos se é ou não é. O que se tem passado no Vitória SC no capítulo dos treinadores é uma aberração e eu não quero mais aberrações, quero que tenha estabilidade a todos os níveis, como teve com o Rui Vitória, com o Mário Wilson... É um treinador nesse modelo que eu quero e é alguém que tem de entender uma coisa, para vir para o Vitória SC tem de assinar um contrato de longa duração e terá uma cláusula de rescisão que será impeditiva de virem tentar fazer com que ele saia. Uma coisa posso garantir, connosco, as cláusulas de rescisão são para cumprir.
zz: Mas o mercado pode estar diferente. Se for presidente, como vai gerir essa situação?
LCC: Por isso é que precisamos de um investidor forte, que nos dê estabilidade nessa matéria. O Vitória SC tem que vender, assim como todos clubes, agora não tem que chegar a janeiro e vender sete jogadores, estourando com a equipa. Admito que o Vitória SC tenha que vender um ou dois jogadores, no mercado de janeiro, para equilibrar as receitas poderá negociar um jogador, ou no limite dois, mas saírem sete jogadores, não pode acontecer e comigo não vai acontecer. Mas é importante deixar aqui uma ressalva: se tivermos de vender um jogador em janeiro, seguramente no dia 31 de dezembro já teremos o seu substituto contratado, de forma a colmatar a saída. Por isso é importante conhecer os mercados e ter a noção do que o Vitória SC quer ser, assim como a ambição dos adeptos.
Sinceramente, como adepto que sou, custa-me ver ano após ano os adeptos iludirem-se com boas exibições, darem um apoio extraordinário à equipa, mas essa ilusão desfaz-se com eliminações na Taça como este ano. Eu quero dar uma estabilidade competitiva muito diferente. Não estou a dizer que o Vitória SC vá ser campeão e esperemos poder dizer um dia, ou sucessor meu, mas queremos que o Vitória SC lute pelo seu lugar, que é o 4º lugar, esse tem de lutar sempre. O 5º lugar, para mim, é uma má classificação para o Vitória SC, mesmo podendo dar competições europeias. A mim, conhecedor da história do Vitória SC, faz-me confusão ver o Vitória a discutir lugares com o Casa Pia, Estoril e Santa Clara, apesar de todo o respeito que devo a esses clubes, e ver o velho rival a 13 pontos de distância.
zz: O Luís Cirilo Carvalho já teve funções diretivas e sabe qual o papel de um presidente, apesar de nunca te sido. O que pretende fazer de diferente?
LCC: Serei o presidente de todo o Vitória SC. Vou ser o presidente do futebol na SAD e do clube, nas modalidades. Na minha visão das funções do presidente do Vitória SC não passa por usar o clube, para chegar a presidente única e exclusivamente. Eu fui vice-presidente da direção do Júlio Mendes e tinha comigo a responsabilidade do futebol e das modalidades, num tempo em que não havia dirigentes a tempo inteiro, era no tempo do laser, da família e dos amigos. Hoje o futebol é dirigido profissionalmente, e acho muito bem, e nessa altura eu era vice-presidente da equipa A e da equipa B, acompanhei várias vezes as duas equipas pelo país, coisa que o atual presidente não faz, e estive sempre presente nas modalidades, coisa que o atual presidente não faz. Serei o presidente de todo o Vitória SC.
Como conheço muito bem o Vitória, estive cá toda a minha vida, conheço os adeptos do Vitória SC e os seus anseios. Vamos ser uma direção interativa com os adeptos, vamos ouvi-los, vamos respeitá-los, e o sinal disso, ao contrário da lista A, nós estamos a fazer campanha, estamos a mostrar as nossas ideias, as nossas propostas, a correr concelho, a falar com os vitorianos e a mostrar o que queremos fazer no Vitória. O candidato da lista B, que há três anos faz esse percurso, pedindo os votos aos sócios, agora foge dos adeptos, foge de explicar o que fez, o que quer fazer, e demonstra uma enorme falta de respeito pelos adeptos do Vitória SC, algo que nunca houve com presidente nenhum que foi recandidato a funções. Além das assembleias gerais, tenciono fazer outras assembleias, apenas para dar aos sócios a possibilidade de colocarem as suas questões e darem as suas sugestões. Queremos fazer uma revisão de estatutos, de forma a introduzir novos fatores atualizados, como, por exemplo, haver um regulamento eleitoral, para que as regras do jogo sejam claras, nomeadamente a marcação das eleições, a direção em funções dar satisfações às listas concorrentes... Por exemplo, no programa de António Miguel Cardoso, há três anos, tinha a promessa de uma auditoria e fez uma auditoriazinha e tinha a promessa de que no final deste mandato faria uma auditoria à sua própria gestão, algo que seria facultada aos sócios do Vitória SC e às listas concorrentes a este ato eleitoral. Ele não faz isso.
zz: Qual é a sua visão para as modalidades e para o futebol de formação?
LCC: Eu tenho um enorme gosto pelas modalidades do Vitória SC. A minha vice-presidente é a Filipa Silva, que é alguém que tem uma larga experiência nas modalidades do Vitória SC. As modalidades são o maior contributo líquido da nossa sala de troféus e queremos que continue. A nossa direção vai exigir os dois pavilhões de treino, que a Câmara Municipal se comprometeu a construir e ainda não construiu. O Vitória SC gasta milhares de euros em alugueres de pavilhões e outros espaços para as modalidades treinarem.
O Vitória SC tem um departamento comercial e de marketing, como qualquer clube, cuja contribuição líquida para as receitas do Vitória SC está muito aquém do que devia ser. Se há setor onde a minha direção vai investir imediatamente é no setor comercial e de marketing, contratando mais pessoas, pessoas capazes, especialistas na área, para depois poder atribuir a responsabilidade de por ano fazerem um determinado valor de patrocínio publicitário. Uma parte importante desses patrocínios tem de ser para sustentar as modalidades. Eu não concebo que a equipa de basquetebol do Vitória SC ande a jogar sem publicidade nas camisolas. Não teremos problemas em contratar e pagar bem em pessoas dessa área, tendo essas pessoas objetivos a cumprir. Creio que a marca Vitória SC e o emblema Vitória SC vendem, vendem muito e podem vender muitíssimo mais. Competitivamente vamos procurar investir um bocadinho mais nas modalidades, mas não teremos novas modalidades, porque não teremos condições financeiras.
zz: E o futebol de formação?
LCC: É fundamental a nova academia, para termos mais espaço, melhores condições de trabalho.
zz: Sente que o Vitória SC perde muitos atletas para clubes vizinhos por não conseguir oferecer essas condições?
LCC: Eu acho que perde, mas não é apenas por isso. Há 20 ou há 10 anos, se fossemos perguntar a uma criança se queria ir para o Vitória SC ou para o SC Braga escolhiam o Vitória SC, mas hoje isso alterou-se. O SC Braga oferece condições que estão à frente das nossas, e há que reconhecer isso, mas também pela instabilidade que tem existido na formação do Vitória SC, nos últimos anos, com a saída de diretores, treinadores e até dirigentes... Por exemplo, perdemos um dos nossos melhores jogador da formação para o SC Braga, apenas e só porque o Vitória deixou de lhe assegurar transporte da residência dele para as nossas instalações. Comigo, com esta direção, o futebol de formação terá como objetivo ser o principal fornecedor da equipa B e da equipa A. No longo prazo queremos ter 80% do plantel principal formado pelo clube e 70% português. Para atingir essa meta é precisar trabalhar a formação, ter uma rede de scouting muito atenta, para detetar jovens talentos antes do outros... E toda a gente anda atrás disso e é preciso ter um diretor desportivo que olhe para o clube desde a equipa A aos Afonsinhos. A formação tem dado ao Vitória SC grandes jogadores, seja dos mais antigos, aos mais recentes...
zz: Houve mudanças na FPF, vai haver também na Liga. Como espera que seja o posicionamento do seu Vitória SC?
LCC: Em relação à FPF, acho que a atual direção do Vitória SC cometeu um erro estratégico ao tentar imiscuir-se numa eleição em que não era diretamente interessada, por causa de ter apoiado o Nuno Lobo. E não estou a dizer isto, porque o Nuno Lobo perdeu, porque eu disse isto antes das eleições. O Vitória SC não se devia ter metido nas eleições da federação. Se eu for eleito, trabalharei com o Pedro Proença, sem qualquer reserva, com toda a abertura. A minha direção não é responsável por esse apoio ao Nuno Lobo... Não é que tenha particular simpatia pela forma como o Pedro Proença foi presidente da Liga, mas a FPF é outro cargo e sem reservas. Com base num único princípio: respeitaremos e exigimos ser respeitados.
zz: Sobre a Liga?
LCC: Estamos em processo pré-eleitoral. Neste posicionamento não sabemos, portanto é cedo. Mas se formos eleitos, vamos falar com os candidatos e deixaremos bem claro a força do Vitória SC. Somos o quarto clube português e como tal tem o direito de estar na direção da liga, assim como tem o direito e o dever de fazer com que a Liga trabalhe melhor, do que o que tem trabalhado até agora. Não podemos viver na ideia fantasiosa de que são três clubes a decidir e os outros são os peões das nicas. Connosco não será assim.
zz: O que lhe dizem os sócios, durante este processo eleitoral?
LCC: Dizem-me muita coisa, ainda antes desta entrevista tive aqui a visita de um sócio de 87 anos a dizer que vão votar em mim. São incentivos que gosto muito.
zz: Esperavam ouvi-los?
LCC: Esperava. Estou no Vitória SC, como sócio há 52 anos, como adeptos há mais de 60, conheço bem os adeptos do Vitória SC, conheço as bancadas do estádio... Costumo dizer que já é tempo o Vitória SC ter um presidente saído da bancada nascente. Não por menor consideração pela bancada poente ou topo sul, mas sim, de que é tempo o Vitória SC ter um presidente saído dos vitorianos e não daqueles que por vezes só conhecem a porta do camarote presidencial, porque não conhecem outras portas. Eu conheço as portas todas. Por isso, não estou admirado pelo apoio que as pessoas me dão.
zz: Qual é a primeira medida que vai querer colocar em prática, se for eleito?
LCC: É solicitar uma reunião à câmara municipal de Guimarães, para a avançar com o projeto da nova academia e dos dois pavilhões, que estão prometidos e não cumpridos. Será essa a minha primeira medida externa.
Langsung
Langsung
Langsung
Langsung
Langsung